segunda-feira, 28 de julho de 2014

A NOSTALGIA E O TAMANHO DA FONTE

O ano era 1962. Semelhante como agora, uma Copa do Mundo acabara de ser disputada. E melhor: vencida brilhantemente por nós.

Nesta época, não existia um campeonato brasileiro. Já havia a Taça Brasil desde 1959 (embrião da atual Copa do Brasil), o Rio-São Paulo e os estaduais, sobretudo o carioca e o paulista, onde se jogava o futebol mais representativo do país. Mais alguns anos e mineiros e gaúchos alcançariam mais prestígio.

Desta forma, São Paulo tinha o Santos de Pelé. O Rio, o Botafogo de Garrincha, os times que formavam a base da seleção, então bicampeã do mundo.

No dia 15 de dezembro deste ano, 158.994 torcedores se espremiam no Maracanã para assistir à Final do Campeonato Carioca. Já coube mais gente no velho estádio mas se fosse maior, ainda seria pequeno para ver o futebol que seria praticado por:


BOTAFOGO: Manga, Paulistinha, Jadir, Nilton Santos e Rildo; Ayrton e Edson; Garrincha, Quarentinha, Amarildo e Zagalo.

FLAMENGO: Fernando, Joubert, Vanderlei, Décio e Jordan; Carlinhos e Nelsinho; Espanhol, Henrique, Dida e Gérson (ele mesmo, o "canhota", com 21 anos e topete).

Garrincha já cruzou. Amarildo e Quarentinha observam Joubert trombar com Fernando e marcar contra!

Lá vai Mané... Imagem que emociona!
As imagens épicas do Canal 100, na voz ímpar de Cid Moreira:


Os salários não eram astronômicos mas pagos, geralmente, em dia. O "bicho" da vitória era valorizado. Diretos de imagem?! O que era isso?! Nenhum presidente de clube se queixava de penhora de receitas. Muito menos que poderia haver risco de retirada de qualquer competição. As sanções para este tipo de decisão já eram severas. Não havia sócio-torcedor, apenas "o torcedor", a principal fonte de receita, uma vez que o ingresso não era caro. Não havia torcida organizada e os registros de brigas e violência eram irrisórios. O Botafogo venceu este jogo por 3x0 e foi bicampeão carioca mas, nesse post, isso não tem muita importância. Ao longo dos anos, ambos se enfrentaram diversas vezes, em grandes jogos no mesmo velho estádio com Zico, Paulo César e cia, com vitórias para ambos os lados.

O país Brasil foi se modificando. Muitas coisas melhoraram. Outras pioraram. Assim também com o futebol.

Como em 1962, uma Copa também acabou há pouco. E foi aqui... no Brasil.

Reabrindo, após a Final, vencida pela aquela seleção que venceu de 7 daquela outra, uma das coisas que melhoraram no nosso futebol (o menor, mas novo e moderno Maracanã) não merecia ter recebido o "espetáculo" demonstrado ontem, sem dúvida, por uma das coisas que pioraram: o jogador!

Todavia, não dava para ficar surpreso, tirando uma e outra exceção (*):

Botafogo: Jefferson, Edilson, Bolivar, Dória e Julio César; Airton, Gabriel, Bolatti (Zeballos) e Carlos Alberto (Wallyson); Emerson Sheik e Yuri Mamute (Daniel).
Flamengo: Paulo Victor, Leo Moura, Marcelo, Wallace e João Paulo; Cáceres, Luiz Antonio, Everton (Gabriel) e Mugni (Canteros); Alecsandro e Paulinho (Negueba).

Pra finalizar: isso não é "privilégio" de Botafogo e Flamengo!

Nostálgico? Eu???
Sim. Obrigado!

(*) Tive que reduzir o tamanho da fonte. Não dava pra deixar o mesmo das escalações lá de cima!

Nenhum comentário:

Postar um comentário