sexta-feira, 30 de maio de 2025

Os Doze de Uma Só: 12 - MARCOS

Nome: Marcos Roberto Silveira Reis

Apelido ou Mais Conhecido como: MARCOS (São Marcos)

Nascimento: 04/08/1973 - Oriente SP

VIVO

Uma Só Camisa: PALMEIRAS SP

Período: 1992 a 2011 - 19 anos

Jogos: 533 - 237 Vitórias

Seleção Brasileira: 1999 a 2005 - 29 jogos - Campeão Copa do Mundo 2002, Campeão Copa América 1999 e Campeão Copa das Confederações 2005

"Pra mim, foi uma honra vestir a camisa da seleção brasileira e, principalmente, da Sociedade Esportiva Palmeiras! Peço que vocês nunca se esqueçam de mim porque eu nunca vou me esquecer de vocês. Muito obrigado!"

Fim do discurso proferido pelo goleiro Marcos na sua festiva despedida dos gramados à meia-noite do dia 12/12/12, ali pela metade do segundo tempo, no estádio do Pacaembu. Era o Palmeiras de 1999 contra o Brasil de 2002. Jogo começou mais tarde para homenagear o número 12 que esteve as suas costas por 19 anos.

Na despedida!
Marcos começou a vida trabalhando no cafezal do seu pai na cidade natal, Oriente, a 450 km de São Paulo. Depois tentou uma oficina mecânica, fábrica de móveis e usina de açúcar. Não deu certo. Começou a jogar futebol com os irmãos num time amador da cidade, o Erva Doce, como atacante. O desempenho ruim o levou obviamente para a posição de goleiro. Como já media 1,93 m, a troca se mostrou vantajosa! Olheiros o levaram para o Primavera, depois Lençoense quando foi emprestado para o sub20 do Corinthians. Cortado para disputa da Copa São Paulo de Juniores de 1992, com problemas de documentação, acabou no rival Palmeiras, numa troca entre vários jogadores do Lençoense, pares de chuteiras e luvas de goleiro!

Após chuteiras e luvas!
Durante alguns anos, foi reserva de Velloso e somente em 1996, assumiu a titularidade do Palmeiras em algumas partidas com a lesão do titular. Também se lesionou seriamente em 1997, quando quebrou o tornozelo, ficando sete meses longe dos campos. Durante a Libertadores de 1999, Velloso se lesionou novamente e Marcos teve atuações fantásticas contra o Vasco nas quartas e contra o Corinthians, na semifinal, quando defendeu pênalti cobrado por Marcelinho. Uma defesa sensacional. Continuou para a Final contra o Deportivo Cáli, da Colômbia, e foi um dos heróis da conquista. Quando Velloso se transferiu para o Atlético Mineiro, não saiu mais e carregou o número 12 por toda a carreira.

Defendendo o pênalti de Marcelinho!

Herói da Libertadores 99
Foi um goleiro que, além da técnica apurada, atuava com garra e coração. Elasticidade e presença de área. Saía rouco dos jogos de tanto gritar. Gritos que empurravam o time à frente. E pênaltis eram a sua especialidade. Defendeu 36, dos quais 19 em tempo regulamentar e 17 em disputas de desempate. Na história da Libertadores, nenhum goleiro defendeu tantos: 11. Sétimo jogador que mais vestiu a camisa do Verdão e atrás apenas de Émerson Leão, entre os goleiros. De personalidade extrovertida, simpático, sorridente, conquistou a torcida, com quem dialogava com simplicidade e participava de eventos. Era como se fosse um deles! Suas santas atuações lhe renderam o apelido de "São Marcos". Até procissão de louvação os torcedores fizeram.

Foram incontáveis títulos pelo Palmeiras, dos mais importantes como a primeira Libertadores em 1999, passando por Brasileiro, Copa do Brasil, Mercosul, Rio-SP, Paulista e dezenas de torneios e premiações individuais que fizeram dele um dos maiores vencedores da História do futebol brasileiro.

O Doze
E teve seleção brasileira. Primeiro, como reserva de Dida na Copa América de 1999, no Paraguai. Quando Luis Felipe Scolari, seu técnico no Palmeiras, assumiu em 2001, foi automaticamente alçado à condição de titular nos últimos jogos das Eliminatórias neste ano e absoluto nos 7 jogos que deram o Penta ao Brasil. Destaque para sua atuação nas oitavas contra a Bélgica e no primeiro tempo da Final contra a Alemanha, quando fez duas defesas dificílimas. O jogo ainda estava 0x0!

Na falta cobrada pelo alemão Neuville
Após encerrar carreira, firmou contrato por dez anos com a WTorre, que construiu o novo Allianz Park, para ser "embaixador" do Palmeiras. Lançou a Cerveja 12 (nunca escondeu ser cervejeiro), bonecos de estimação, dois livros, documentário e ainda abriu a Clínica São Marcos de fisioterapia, voltada para recuperação de atletas com dificuldades financeiras.

A Doze

O boneco
Teve estátua inaugurada na alameda de ídolos na sede social do clube, junto a lendas como Oberdan Cattani, Junqueira (você já leu aqui), Waldemar Fiúme e Ademir da Guia, personagens ilustres que ajudaram a construir a história do futebol brasileiro.

O filme

Um dos livros

O busto
Curte a vida, participando de comerciais, programas de TV e aparições em redes sociais, comentando jogos e lances polêmicos! Tudo com a objetividade e a espontaneidade que marcaram sua vida dentro e fora do campo! Sem papas na língua!

Marcos encerra a Série "Os Doze de Uma Só"! Jogadores que honraram uma única camisa em toda a carreira! Em breve, um texto que servirá como epílogo para algumas explicações e como jogaria este time, se pudéssemos juntar todos numa mesma época! 



segunda-feira, 26 de maio de 2025

OS VIRA-CASACAS 2 - A REVANCHE

GAS (Grêmio Atlético Sampaio), Baré, Monte Roraima, São Raimundo, Rio Negro, Náutico, Atlético Roraima e Progresso. E mais, River e Real.

Não fosse o estado implícito nos nomes de dois desses clubes, duvido que você acertasse de onde são!

Isso mesmo! Roraima teve 8 times disputando o Estadual deste ano. Os dois últimos pediram licença por falta de orçamento. Todos os jogos são realizados em um único estádio na capital Boa Vista: o Flamarion Vasconcelos, de apelido "Canarinho", com capacidade para cerca de 4.500 pessoas. São rodadas duplas a cada 3 ou 4 dias. Haja gramado! A média histórica de pagantes gira em torno de 50! Você leu certinho: 50 pagantes!

"Canarinho" Monumental
A federação estadual de futebol é comandada desde 1988 por Zeca Xaud que, antes disso, já havia ocupado o cargo em outras ocasiões, mesmo quando Roraima ainda era um território e não um estado, nova condição estabelecida pela Constituição Brasileira de 5 de outubro deste mesmo ano.

O velho Zeca decidiu, após quase 40 anos, deixar a presidência e em fevereiro passado, "elegeu" seu sucessor: seu filho Samir, médico de 41 anos, que só assumiria no próximo ano! Nenhuma experiência no futebol. Que surpresa! 

Nem o STF conseguiu mais segurar Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF e tão logo o interventor, o filho do Zé (Sarney), convocou nova eleição para ontem, as federações trataram logo de, entre elas, decidirem quem seria o novo mandatário.

E a primeira cisão, mesmo que pequena, aconteceu como previ aqui. A maioria decidiu entregar o cargo ao mais novo dos presidentes de federação, mesmo que o eleito ainda não tivesse assumido, como forma de "rejuvenescer" a entidade. Exatamente Samir Xaud! Uma minoria queria Reinaldo Carneiro Bastos, da federação paulista; o único que aceitou receber o Ronaldo "Fenômeno", que pleiteava se candidatar ao cargo na CBF! Lembrou?

Curiosa também foi a posição que a maioria absoluta dos clubes das séries A e B do Brasileiro tomaram. Mesmo sabendo que os pesos de seus votos não são suficientes para mudar o rumo da eleição, soltaram nota apoiando a suposta candidatura de Reinaldo Bastos. Veja a carta abaixo.

Deixei cair outra lágrima de emoção!

Ora, ora! Clubes que estavam fechados com as federações, às quais são afiliados, em torno de Ednaldo, se voltaram contra elas! Por que viraram casaca, assim, tão rapidamente?

Às vésperas do sufrágio, Reinaldo não obteve o número mínimo de federações a apoiá-lo e não pôde, portanto, participar. Ao saber disso, os clubes simplesmente decidiram não votar! Era um domingo, em fim de semana de rodada dos campeonatos brasileiros e sua presença em nada alteraria o resultado já definido.

Em tempo: o bom observador registrou que o Palmeiras não assinou o apoio dos clubes a Reinaldo. Dos grandes, Grêmio, Botafogo e Vasco, também não. Por que será? Em seguida, a Federação Paulista cancelou a autorização que seu afiliado tinha para disputar jogos na Arena Barueri, reformada pelo Palmeiras, como opção para mandar seus jogos quando o Allianz Park não estivesse disponível, alegando ausência de alguns laudos. Triste coincidência. Claro que foi.

Voltando à CBF, Samir Xaud, em seu discurso de posse, prometeu "reorganizar o futebol brasileiro". Entregar as séries A e B para os clubes, continuar com as C e D e focar nas seleções brasileiras principais e de base. Há pressão forte dos clubes para reduzir de 4 para 3, o número de rebaixados e promovidos entre as séries. Profissionalizar as arbitragens, criando um "grupo de elite", registrado em carteira, especificamente para este fim. Quer discutir, lato sensu, o "fair play" financeiro entre os clubes. Vai propor à Conmebol a extinção da apelidada fase de "Pré-Libertadores", como maneira de reduzir calendário. E ainda nesta questão, vai debater a redução das datas dos estaduais!

Opa! Então o sujeito é eleito por um punhado de federações decrépitas e ultrapassadas para tomar medidas revolucionárias que contrariam seus interesses?! É mesmo?! Virou casaca da virada da casaca, assim, tão cedo?! Só falta voltar atrás no aumento dos salários dos presidentes...

Muito sorridente e com auditório da CBF lotado, Samir Xaud recepcionou Carlo Ancelotti para lhe dar as boas-vindas e anunciar os convocados para enfrentar Equador e Paraguai, no início do mês seguinte, pelas Eliminatórias da Copa. Claro que a lista foi composta por Rodrigo Caetano, que estava ao seu lado na mesa, e do ex-zagueiro Juan, que faz parte da comissão técnica permanente da CBF.
Ancelotti não convocou ninguém de Roraima!
Parece-me que Ancelotti não marcou aquele papo com Florentino Perez que sugeri aqui mas a sorte que desejei continua. 

Ah! Já ia me esquecendo. O GAS conquistou o bicampeonato roraimense neste ano. Os primeiros de sua história. Está disputando a série D, no grupo A1, da Região Norte. Está em sétimo de oito participantes e quatro se classificam para o "mata-mata"!

Acho que o GAS vai se classificar e lotar o Canarinho...

sexta-feira, 16 de maio de 2025

OS VIRA-CASACAS

De toda essa confusão nada surpreendente de sai-e-volta de Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF, um fato ainda não muito divulgado me chamou a atenção.

Trata-se de um tal manifesto redigido e assinado por 19 das 27 federações estaduais, algumas horas após o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro destituí-lo do cargo. Não assinaram: SP, BA, PE, ES, MG, TO, AP e MT.

Aqui, transcrevo-o na íntegra (em ge.globo.com):

"MANIFESTO PELA ESTABILIDADE, RENOVAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO. 15 DE MAIO DE 2025.

O futebol brasileiro vive um momento decisivo. É urgente enfrentar desafios estruturais que há anos limitam o potencial do nosso futebol. Precisamos de um calendário equilibrado, arbitragem profissionalizada, gramados de qualidade, segurança nos estádios e competições fortalecidas.

Para que isso aconteça, é fundamental garantir estabilidade institucional à CBF. Precisamos virar a atual página de judicialização e instabilidade que há mais de uma década compromete o bom funcionamento da entidade e o avanço do futebol brasileiro. É também momento de resgatar a autonomia interna da CBF, hoje sufocada por uma estrutura excessivamente centralizada e desconectada das instâncias que compõem o ecossistema do futebol nacional.

Além da estabilidade, o cenário exige uma renovação de ideias, de práticas e de lideranças, bem como a profissionalização definitiva das estruturas de gestão. A CBF precisa ser exemplo de governança, eficiência e transparência e também precisa voltar a ser a casa de todos que constroem o futebol brasileiro, com um ambiente saudável, inspirador e descentralizado, em que cada um possa contribuir ativamente para a melhoria do esporte que constitui verdadeiro patrimônio nacional.

Unidos com esse propósito, assumimos o compromisso de construir uma candidatura à Presidência e vice-presidências da CBF comprometida com um novo ciclo para o futebol brasileiro: mais democrático, mais integrado e mais aberto à participação de todos. Queremos uma CBF forte, querida por dentro, admirada por fora e novamente amada por todos que fazem do futebol a alma do nosso país".

Não sei como está sendo sua reação logo após a leitura mas aqui vai a minha.

Deixei cair uma lágrima de emoção!

O oportunismo e a demagogia aflorados denotam muito bem o tipo de gente que elege o presidente da CBF. Os mesmos que elegeram os citados na foto abaixo não somente na última década, como citado no manifesto, mas nas últimas décadas.

Tudo indica que as 8 federações não signatárias do manifesto lançarão outro candidato. 

Caramba! Dois grupos distintos formados em algumas horas! Deve ser um recorde mundial de acordo político. A despeito disso, tenho certeza de que todos estarão dispostos a devolverem o significativo aumento salarial que Ednaldo os concedeu antes da eleição. Creio que sejam muito éticos e íntegros!

Caso Gilmar Mendes, o sorteado relator do STF e amigo do Ednaldo na "CBF Academy", o devolva ao cargo pela segunda vez, os grupos se dissolverão e voltarão a ser um só, unidos pelo bem do futebol brasileiro?

E se as eleições a serem convocadas pelo interventor Fernando Sarney (sim, filho do Zé) definirem um vencedor antes de uma possível volta do Ednaldo? E se for logo depois? E ainda... ao mesmo tempo? Quem será o presidente?

Ancelotti já afirmou que vai cumprir seu novo contrato, seja lá quem for o presidente! Lógico! Uma boa grana o espera mas, se eu fosse ele, enviaria um whatsapp para Florentino Pérez, Presidente do Real Madrid, apenas como precaução. Um conteúdo despretensioso, perguntando como iria a família, a saúde, convidando para comer uns "tapas", regado por um bom tempranillo de La Rioja e umas boas baforadas em legítimos habanos !

Sabe como é...

segunda-feira, 12 de maio de 2025

O AMIGO DO FALCÃO CONTRA O TABU

Novo técnico da CBF, o italiano Carlo Ancelotti tentará quebrar um tabu na história das Copas do Mundo. Já falo sobre isso.

Trata-se do mais vitorioso técnico em atividade no mundo, aos 65 anos de idade, 66 no próximo mês! Seu currículo é inquestionável. Vários dos melhores jogadores do mundo nos últimos trinta anos estiveram sob seu comando. Ou seja, tem autoridade, vivência e, sobretudo, independência para falar. E quem quiser ouvir, que ouça para aprender. Dono da verdade? Ninguém é mas não se pode criticar ou debater algo que não se conhece. E vale a pena conhecer o que Ancelotti diz sobre futebol.

Como jogador, foi um ótimo volante, posição em que os italianos sempre foram especialistas; a preferida dos técnicos locais que a viam como se fossem os próprios de dentro de campo. Ancelotti marcava com eficiência e tinha qualidade na saída de bola, com passes e lançamentos precisos. Eu o vi jogar nas transmissões do Show do Esporte da Band, com Silvio Luiz e Silvio Lancelotti. Não esconde de ninguém o quanto aprendeu com um parceiro do meio de campo: o craque e amigo brasileiro Paulo Roberto Falcão!
Amigos para Sempre!
Chegou à Roma, contratado ao Parma que o revelou, com 20 anos, praticamente à mesma época em que o brasileiro, já com 26, vindo do Internacional de Porto Alegre. Juntos e somados a outro brasileiro, Toninho Cerezzo, o lateral Nela, o atacante Bruno Conti e o artilheiro Roberto Pruzzo, tiraram o time da capital de uma fila de 40 anos sem um título nacional. De quebra, venceram quatro Copas Itália e escreveram seus nomes na galeria de ídolos eternos do clube. Ancelotti continuou vitorioso no poderoso Milan e jogou duas Copas do Mundo pela Azzurra, em 1986 e 90!
Umas das formações da Roma 1982: Pruzzo, Ancelotti, Falcão, Turone, Spinosi e Tancredi. Di Chierico, Nela, Conti, Scarnecchia e Marangon.

Aquela fonte "Tão Dizendo" já soltou que Falcão poderia ser um tipo de auxiliar oficial ou não-oficial de Ancelotti na CBF. Não seria surpresa. Espera-se que o italiano tenha total autonomia para convocação pois não é possível que alguém com seu prestígio se sujeite ao contrário. Seu amigo brasiliano seria importante e confiável para trocar ideias sobre jogadores e maneira de atuar, além de já ter estado lá em 1990/91. A ver!

A CBF vai gastar uma pequena fortuna mensal com seu novo funcionário, entre salários e mordomias, como mansão no Rio de Janeiro e jatinhos fretados para a Europa. Pode ser que Ancelotti continue morando na Espanha, a exemplo de Lionel Scaloni, técnico campeão do mundo pela Argentina. Seja lá como for, não sairá barato. A saída de patrocinadores preocupados em associar suas imagens a uma instituição duvidosa, mesmo que privada, não parece ser uma situação muito problemática pois os que ficaram apostam no apoio da maior torcida do mundo do futebol para a conquista do Hexa e continuam investindo! Alguns até interferindo em cor de camisa...

Não é a primeira vez do Brasil com técnico estrangeiro. A primeira em 1925 quando o uruguaio Ramón Platero comandou a seleção na Copa América deste ano, sem brilho. Após ter sido campeão desta competição em 1917 pelo seu país, teve sucesso por aqui comandando e conquistando títulos com Fluminense, Flamengo, São Paulo, Santos e o então Palestra Itália, hoje Palmeiras!
Depois foi a vez do português Jorge Gomes de Lima, o popular "Joreca", que fez historia como técnico do São Paulo, três vezes campeão paulista nos anos 1940. Em dois amistosos contra o Uruguai em 1944, dividiu o comando técnico da seleção com Flávio Costa, campeão carioca com o Flamengo na época. Foram duas vitórias mas essa decisão "anti-bairrismo" jamais foi repetida. Ainda bem.
Finalmente, o argentino Filpo Nuñez, então técnico do Palmeiras em 1965, levou seu time para representar o Brasil na vitória em outro amistoso contra o Uruguai, na inauguração do Mineirão, em Belo Horizonte. Filpo treinou dezenas de clubes no Brasil e faleceu aqui mesmo em São Paulo, em 1999.
Bem, agora o tabu!

Nenhuma seleção foi campeã de Copa do Mundo com técnico estrangeiro!

Nenhuma!

1930 - Alberto Suppici (uruguaio)
1934/8 - Vitório Pozzo (italiano)
1950 - Juan Lopez (uruguaio)
1954 - Sepp Herberger (alemão)
1958 - Vicente Feola (brasileiro)
1962 - Aymoré Moreira (brasileiro)
1966 - Alf Ramsey (inglês)
1970 - Mário Zagallo (brasileiro)
1974 - Helmut Schöen (alemão)
1978 - Cesar Menotti (argentino)
1982 - Enzo Bearzot (italiano)
1986 - Carlos Billardo (argentino)
1990 - Franz Beckenbauer (alemão)
1994 - Carlos Alberto Parreira (brasileiro)
1998 - Aimé Jacquet (francês)
2002 - Luiz Felipe Scolari (brasileiro)
2006 - Marcelo Lippi (italiano)
2010 - Vicente del Bosque (espanhol)
2014 - Joachim Löw (alemão)
2018 - Didier Deschamps (francês)
2022 - Lionel Scaloni (argentino)

Vejamos como serão os primeiros movimentos de Carlo Ancelotti como técnico da CBF, já na próxima Data FIFA, início de junho, com convocação ainda neste mês, quando enfrentará Equador e Paraguai pelas Eliminatórias Sul-americanas. Depois, restarão Chile e Bolívia. Brasil está na quarta posição na tabela mas somente uma catástrofe nuclear o fará ficar de fora. O nível sul-americano é muito baixo (inclusive o nosso) e o aumento de vagas por conta do próprio aumento de seleções da fase final da Copa não deixam Ednaldo se preocupar.

Exceto se for colocado para fora da entidade, por conta de pedido protocolado à Comissão de Ética do Congresso Nacional por uma deputada federal do Rio de Janeiro, na semana passada, baseada em laudo pericial que afirma que a assinatura do Coronel Nunes foi falsificada para confirmar a alteração no sistema de votação da CBF! Uau!

O mais curioso (ou não) é que o Supremo Tribunal Federal enviou o caso para análise de ... Gilmar Mendes, o ministro sócio do IDP, "CBF Academy"! Hahahahaha!

E se der zebra, quem assume o cargo é o presidente de federação estadual mais velho: Rubens Lopes, o Rubinho do Rio de Janeiro!

Hahahahahaha!

Mesmo rico, boa sorte, Ancelotti!

Vai precisar!

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Os Doze de Uma Só: 11 - LEANDRO

Nome: José Leandro de Souza Ferreira
Apelido ou Mais Conhecido como: LEANDRO (Peixe Frito)
Nascimento: 17/03/1959 - Cabo Frio RJ
VIVO
Uma Só Camisa: FLAMENGO RJ
Posição: Lateral-Direito (Zagueiro Central)
Período: 1978 a 1990 - 12 anos
Jogos: 411 - 236 vitórias, 98 empates
Gols: 14
Seleção Brasileira: 1981 a 8627 jogos (18 V, 6 E, 3 D), 2 gols - Copa do Mundo 1982

Considerado por sua torcida como o terceiro maior jogador da história do clube, atrás apenas, pela ordem, de Zico e Júnior, seus companheiros do maior time do Flamengo de todos os tempos! Um gigante do futebol brasileiro! Em 2010, foi eleito pela revista "Placar" como o 28o. melhor jogador do país, desde 1970. Continuísta da linhagem de Djalma Santos e Carlos Alberto Torres. Pare para pensar na quantidade de craques que aqui surgiram neste período! Parou? Leandro é um deles!
Surge um jovem talento
O garoto cabeludo de Cabo Frio, Região dos Lagos, que jogava "peladas" na rua, foi descoberto por Américo Faria, ex-coordenador da CBF, no futebol de salão do Clube Tamoyo local e depois no Santos de São Pedro D'Aldeia. Aos 17 anos, chegou à Gávea e impressionou pela categoria, habilidade e facilidade para jogar em qualquer posição. Ambidestro, marcava e criava com a mesma eficiência. Fixou-se na lateral direita mas podia estar em qualquer lugar. E aos 19, foi lançando na equipe principal pelo técnico Cláudio Coutinho. Em 1980, já era titular absoluto, após ser reserva de Toninho Baiano, na conquista do Brasileiro deste ano. Uma ascensão meteórica mas totalmente alinhada a sua grande técnica! 

Daí para a glória. Cinco Cariocas, três Brasileiros (além do módulo verde da Copa União de 1987), uma Libertadores e um Mundial de Clubes, ambos em 1981.
1981 - o Ano de Ouro!

Com Zico, Andrade e Júnior em Tóquio 1981
Não fez muitos gols mas um entrou para a história. Era o triangular final do Carioca de 1985, contra Fluminense e Bangu. Leandro já jogava como zagueiro central, e no Fla-Flu, o primeiro da mini disputa final, o tricolor vencia por 1x0. Último minuto. A defesa tricolor rebateu uma bola para fora da grande área. Já pela intermediária ofensiva, veio na direção de Leandro que acertou um "bate-pronto" violentíssimo. A bola explodiu no travessão, depois nas costas do grande goleiro Paulo Victor que se esticou todo mas não conseguiu evitar o golaço! Leandro não foi campeão nesse ano mas escreveu seu nome em um dos maiores clássicos do futebol mundial!
A bola gostava dele aqui...

... ou no Japão!
A seleção brasileira chegou no segundo semestre de 1981. Suas atuações pelo Flamengo encantaram Telê Santana que o fez titular na Copa do Mundo do ano seguinte, na mais técnica seleção brasileira desde o Tri de 1970. Infelizmente, todos sabem o que aconteceu na Espanha. Muitos criticam Telê até hoje por ter deixado Leandro sozinho pela direita, uma vez que o time não tinha o antigo ponta-direita! Mesmo assim, teve ótima atuação durante a Copa e não foi culpado direto por qualquer gol que o Brasil tomou no torneio.
Brasil 1982
Ainda atuou na Copa América de 1983, quando o Brasil foi vice-campeão e estava convocado pelo mesmo Telê para a Copa de 1986 no México. Entretanto, dois fatos marcaram esta época. Leandro já atuava como zagueiro no Flamengo e era nítido seu desconforto físico quando ia para a lateral na seleção. E ainda houve o episódio da fuga da concentração da Toca da Raposa em Belo Horizonte, junto com Renato Gaúcho. Telê Santana cortou somente o atacante. Em solidariedade, Leandro não embarcou para o México e ali terminava sua história com a camisa amarela.

Por que o tal desconforto? Leandro sofria do "mal de cowboy". Pernas arqueadas desde criança. Especialistas médicos diziam que deveria ter usado gesso combinado a um aparelho ortopédico na infância, seguido de cirurgia de correção a ser executada antes dos dez anos de idade. O problema era tão crônico que sua carreira teve que ser abreviada aos 31.

Ainda trabalhou em comissão técnica no Flamengo junto com Júnior em 1997 e depois com Sócrates na Cabofriense dois anos depois, mas decidiu mesmo empreender, abrindo uma pousada, a Pousada do Leandro, na sua cidade natal.
Na Pousada, com a esposa!
Seu prestígio e idolatria são tão grandes que mereceu não somente uma, mas duas homenagens extraordinárias. Um busto na sede da Gávea e uma estátua em tamanho natural na famosa Praia do Forte, na sua Cabo Frio, onde ainda vive e faz jus ao apelido "Peixe Frito", seu prato predileto!
Eternizado na Gávea...

... e na Praia!


Falta o último dos Doze de Uma Só! Quem será?