segunda-feira, 26 de outubro de 2015

QUE ALÍVIO, GALINHO!

Zico foi um dos maiores jogadores do futebol mundial.

Discordo radicalmente do veterano cronista esportivo Fernando Calazans que criou um famoso bordão sobre Zico nunca ter vencido uma Copa do Mundo: "Azar da Copa do Mundo!"

Azar nada! Que grande bobagem!

Tristeza para nós, torcedores brasileiros e, sobretudo, para ele que, mais que qualquer um, queria tê-la vencido. Foi mal em 1978, baluarte do futebol-arte em 1982 e símbolo de superação em 1986, quando, ao perder o pênalti contra a França, fez com que o Brasil deixasse escapar uma vitória que lhe seria justa. Infelizmente, poucos se lembram que aos 33 anos, lesionado no joelho, pediu para Telê Santana não o convocar em exercício de suprema humildade por saber que não atingiria 100%.de sua forma física durante a Copa. A maioria também esquece que, ao entrar no segundo tempo, colocou Branco na cara do gol, quando o famigerado pênalti aconteceu e que na decisão por pênaltis, marcou o dele. Sócrates e Julio César perderam.

Além de craque, foi um atleta profissional de primeira linha em uma época em que não havia os empresários e as tatuagens de hoje. Jogou com maestria no Flamengo e na própria seleção. Mais de 700 gols! Títulos incontáveis! Foi artilheiro de uma das duas temporadas que participou do então badalado campeonato italiano, atuando por uma equipe mediana como a Udinese, já com 31 para 32 anos. A região italiana de Friuli faz fronteira com a Áustria. Enquanto a negociação de transferência se arrastava, torcedores faziam vigília na sede do clube em Údine, exigindo sua contratação, segurando cartazes com os dizeres "Zico ou Áustria"! Depois de voltar ao Flamengo, ainda fez história desenvolvendo o futebol no Japão!

Infelizmente, fora do campo, Zico jamais obteve o êxito conquistado dentro dele. Sempre vítima da inexperiência e inaptidão política, administrativa e gerencial. Ministro do Esporte de Fernando Collor por alguns meses, sua lei pela extinção do passe virou um "frankenstein" nas mãos de deputados e senadores. Pura ingenuidade! Auxiliar técnico de Zagalo na Copa de 1998, participou diretamente do polêmico corte de Romário. Novamente ingênuo diante da aversão que o "velho lobo" tinha pelo "baixinho"! Foi técnico da seleção do Japão na Copa de 2006, eliminado na primeira fase. Do turco Fenerbahce, do uzbeque Bunyodkor, do russo CSKA, do grego Olimpyakos, da seleção do Iraque, do catari Al-Gharafa. Demitido de todos, com resultados sem expressão.

Não conseguiu manter o clube que fundou, o CFZ, em posições contrárias à falida, ultrapassada mas maligna FERJ. Perdeu dinheiro com aventuras de seus filhos, como grupo de pagode ("Só no sapatinho, ôô!") e tentativas para jogadores de futebol. Em 2010, durante 5 meses, foi diretor de futebol do Flamengo da Presidente "Pati do Parquinho e das Piscinas". Pediu demissão, após contratações estapafúrdias, resultados ruins e ainda ser acusado pelo presidente do Conselho Fiscal, o tal do Capitão Léo, de favorecimento nas tais contratações. Acusações, aliás, nunca provadas.

Hoje , Zico tenta recuperar prestígio (e dinheiro) no novo eldorado do futebol mundial, a Índia. É técnico do FC Goa. Nada de mídia pois ninguém sabe o que se passa no campeonato indiano. Talvez nem os próprios indianos, amantes do cricket! Mas...

... suas boas intenções, integridade moral e espírito puro continuam perdendo para sua ingenuidade!


Este abraço depõe contra a sua história, Zico!

A FIFA tem mais filiados que a ONU!

E nem mesmo as Ilhas Cook, Turks e Caicos, Montserrat, Samoa Americana, Macau, Ilhas Faroe, Gibraltar e a Palestina demonstraram manifestação de voto ou mesmo de apoio à candidatura de Zico à Presidência da FIFA! A CBF, cuja camisa amarela honrou, também não!

Que alívio, Galinho!

Dormirei mais tranquilo esta noite...

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

ÚNICO. ATÉ QUANDO?

Até 1954, o Brasil não precisou disputar Eliminatórias para a Copa do Mundo. Convites, desistências de outros países e o fato de ter sido anfitrião em 50 garantiram a presença.

Para 1958, houve a primeira disputa. Dois jogos em ida e volta contra o Peru, no ano anterior. No primeiro, em Lima, empate difícil em 1x1. Depois, no Maracanã, Didi, que já havia marcado o primeiro gol oficial no então "maior do mundo", entrou novamente para a História, marcando, de falta, o gol da vitória: a "folha seca". Muitos acham que foi inventada neste jogo. Na verdade, foi um ano antes, jogando pelo Fluminense, contra o América. Estávamos na Suécia.

Didi lança a segunda "folha seca" da História!
Com os títulos conquistados em 58 e 62, o Brasil só disputaria novamente as Eliminatórias em 1969. Foram 6 jogos em um grupo com Paraguai, Colômbia e Venezuela. Goleadas impostas por Pelé, Tostão, Gérson, Rivelino, Jairzinho... As "Feras do Saldanha"! Até a última partida diante dos paraguaios - recorde oficial de público no Maracanã - com gol de Pelé, após grande jogada de Edu pela ponta-esquerda. Estávamos no México.

Brasil 1 x 0 Paraguai - 1969 - Carlos Alberto, Félix, Djalma Dias, Joel, Piazza e Rildo. Jairzinho, Gérson, Tostão, Pelé e Edu.

Com o Tri de 70, volta às Eliminatórias em 1977. De novo com Paraguai e Colômbia. Osvaldo Brandão era o técnico. Com a estreia ruim em Bogotá (empate em 0x0), Cláudio Coutinho assumiu a seleção em grande estilo. Convocou o que o Brasil tinha de melhor: Leão, Rivelino, Paulo Cézar, Zico, Roberto Dinamite, Marinho Chagas, Carlos Alberto Torres. 6x0 na Colômbia, no Maracanã. O primeiro jogo de Eliminatórias que eu fui. Apinhado de gente. Vitória e empate contra o Paraguai garantiram o Brasil no triangular final, na cidade de Cáli, Colômbia, contra Peru e Bolivia. Os dois primeiros estariam classificados. Vitória sobre o Peru, 1x0, e uma demolidora goleada na Bolivia: 8x0. Estávamos na Argentina.




O longo jejum de títulos fez com que o Brasil passasse a frequentar as Eliminatórias consecutivamente. Em 1981, a famosa seleção de 82, treinada por Telê Santana, passou fácil por Venezuela e Bolívia. Eu estava no Maracanã lotado para ver a vitória de 3x1 sobre a Bolívia, com 3 gols de Zico. Estávamos na Espanha.


A tristeza e a decepção em 82 deixaram o futebol brasileiro em crise. Carlos Alberto Parreira perdeu a Copa América para o Uruguai no ano seguinte. Edu Coimbra só teve chance em 3 amistosos em 84 (em um deles, derrota para a Inglaterra no Maracanã - 0x2) e Evaristo de Macedo não suportou os maus resultados em amistosos antes das Eliminatórias em 1985. Solução: Telê Santana e os veteranos de 82! Vitórias fora de casa contra Bolívia e Paraguai (com direito a um golaço de Zico) permitiram que os empates no Brasil fossem suficientes para a classificação. Eu também estava no Maracanã no empate de 1x1 contra o Paraguai. Vibrei no gol de Sócrates. E um pouquinho no do ídolo tricolor Romerito! Hehehe! Estávamos no México.


Pela primeira vez, o Chile apareceu na frente do Brasil, nas Eliminatórias de 1989. E estavam extremamente confiantes. Em 87, na Copa América da Argentina, conseguiram algo jamais alcançado até hoje: golear o Brasil. 4x0. O técnico Carlos Alberto Silva foi demitido e substituído por aquele que viria a ser conhecido como o "homem que falava lazaronês"! A CBF tinha novo presidente, Ricardo Teixeira, genro de João Havelange, presidente da FIFA. Após goleada tranquila na Venezuela, em Caracas (4x0), o jogo em Santiago foi uma guerra. Romário expulso aos 3 minutos de jogo e um gol irregular dos chilenos, aliado à ingenuidade de Tafarel, decretaram o empate em 1x1. Após nova goleada sobre a Venezuela, no Morumbi (6x0), lá estava eu no Maracanã para a partida decisiva contra o Chile. Ao Brasil, bastava empatar, com melhor saldo de gols. O Chile catimbava, provocava, não jogava. Aguardando alguma coisa acontecer. Aconteceram duas. A primeira, o gol de Careca, no inicio do segundo tempo. A segunda, o sinalizador naval que a tal de Rosenery lançou da arquibancada e caiu muito perto do goleiro chileno Roberto Rojas. Ele caiu e minutos depois estava todo ensanguentado. Os chilenos armaram uma grande confusão. Tiraram o time de campo. Abandonaram o jogo. Uma grande farsa. Rojas tinha uma navalha na luva e ele mesmo se cortou. FIFA puniu o Chile, deixando-o fora da Copa de 94. Suspendeu Rojas por longo tempo. Estávamos na Itália. E a Rosenery... na capa da Playboy (mas... fraquinha!).




Para 1993, relembre aqui: O DIA EM QUE O CRAQUE VENCEU OS TÉCNICOS

A apoteose de Romário nos fez sair da fila após quase 24 anos sem ganhar uma Copa. Voltamos às Eliminatórias para 2002 e tudo novo.

A disputa na América do Sul havia mudado para a França 1998, quando o Brasil se classificou antecipadamente por ter sido campeão em 94. Todos contra todos. Turno e returno. 18 jogos em 25 meses! Os quatro primeiros classificados. O quinto, repescagem contra alguém da CONCACAF, Oceania ou Ásia. E o Brasil penou de 1999 a 2001. Vanderley Luxemburgo sofreu pressão da imprensa e da opinião pública com o escândalo da manicure. A campanha vinha regular com futebol pobre. CBF o substituiu pelo ex-goleiro Émerson Leão. Piorou, a ponto de um jogo contra a Colômbia no Morumbi, a torcida brasileira atirar as bandeiras para o campo de jogo em sinal de protesto contra o péssimo futebol até aquele momento, quase no fim do jogo, 0x0. Logo depois, em cobrança de escanteio, Roque Júnior fez o gol da vitória mas não adiantou. O fracasso na Copa das Confederações, no meio das Eliminatórias, fez a CBF trocar Leão por Luis Felipe Scolari, o Felipão, multicampeão de Copa do Brasil e Libertadores, com Grêmio, Cruzeiro e Palmeiras. A imprensa e a torcida gostaram. O Brasil sofreu mas na última rodada, precisava somente ganhar da Venezuela, em São Luis: Na base da empolgação...3x0! 3o. lugar, atrás de Argentina e Equador! Estávamos no Japão e na Coreia do Sul para o Penta!


E mais mudanças. O campeão da Copa passaria a disputar as Eliminatórias. Felipão foi dirigir a seleção portuguesa e Carlos Alberto Parreira estava de volta para comandar a mais talentosa geração de jogadores brasileiros desde 1982. E a campanha foi tranquila, terminando em 1o. lugar, com os mesmos pontos da Argentina mas com melhor saldo de gols. O grande jogo do Brasil foi contra o Chile, em Brasília. Na goleada de 5x0, houve um gol antológico de Robinho, conforme abaixo! Estávamos na Alemanha.


As orgias de Weggis fizeram com que a CBF pensasse em técnico linha dura e disciplinador. Encontrou. Só não havia sido técnico na vida: Dunga! O capitão de 94 e comentarista de TV na Copa 2006. Muitos torceram o nariz. Mal educado e grosso no trato com a imprensa. Resultado: 1o. lugar com dois grandes jogos: 4x0 no Uruguai, em Montevideo (o que não acontecia desde 1976) e 3x1 na Argentina do técnico (?) Maradona, em Rosario. Estávamos na África do Sul.




Depois de sediar a Copa 2014, a partir de hoje à noite, o Brasil está de volta às Eliminatórias para confirmar um status que somente ele possui: único a participar de todas!E de novo com ele, Dunga!

E que não me falhe!

Meu irmão Fabio, meu primo Rubem e meus amigos André Guerreiro e Francisco "Kiko" Abreu já me elegeram guia na Rússia. Não posso decepcioná-los!

Luzhniki Stadium - O palco da final 2018
Luzhniki Stadium - Não estava quente não...

Удачи Бразилия! Вам нужно будет!
Udachi Braziliya ! Vam nuzhno budet !

(Boa sorte Brasil! Vai precisar!)