A Argentina vive mais alguns sérios dias de crise nestes infindáveis anos bolivarianos do Casal K. Novos termos passaram a fazer parte do cotidiano de seus cidadãos de bem nos últimos dias, quando um novo calote internacional se aproxima. Os mais citados são a tal cláusula "RUFO" dos tais Fundos "Abutres". "RUFO" é a junção das iniciais de Rights Upon Future Offers, uma espécie de garantia de ofertas futuras de renegociação para os tais investidores "obscuros" que salvaram o país da seu último colapso financeiro em 2001, os tais "abutres", considerados pelo atual governo, os vilões da nova crise.
E de abutres, o futebol está cheio em todo o mundo. Julio Grondona, um deles, morreu ontem, aos 82 anos, dos quais 35 (sim, amigos, 35!), como presidente da AFA (Associação de Futebol Argentino), colocado lá pelo General Jorge Rafael Videla, o mais ferrenho ditador militar da Argentina, um ano após a Copa de 78, que eles compraram, via Peru. De lá pra cá, Grondona concorreu à reeleição (e venceu, claro!) apenas uma vez. Em todas as outras, era sempre aclamado, tipo "nos braços do povo", pelo comitê executivo da AFA. Não existem federações estaduais. E os clubes não têm poder de voto.
Fundou em 1956, o Arsenal de Sarandí, cujo estádio leva o seu nome. Antes da Copa de 78, foi presidente do Independiente. Pelo tempo que ficou na AFA, deveria ter conquistado bem mais do que somente uma Copa do Mundo, em 1986, com ajuda, digamos assim, fundamental de Diego, duas medalhas de ouro nas Olímpiadas de 2004 e 2008 e duas Copas América de 1991 e 1993. Entretanto, o importante mesmo, foi o seu "legado".
Saudades de Diego...dentro do campo!
Era o atual vice-presidente da FIFA (acumulava os dois cargos), acusado de vários casos de corrupção (o último, acusado de receber 78 milhões de dólares para votar no Catar-2022), muitos ligados diretamente à Presidência da República, nos anos K, denúncias de favorecimento a empresários com a AFA, trabalhava firmemente para estatizar a transmissão de jogos do campeonato argentino, gerando caixa 2 descarado para Cristina K e para si próprio, colocou o filho Humberto, como vice-presidente da AFA, sem consultar o comitê executivo, desviou verba de patrocinadores para financiar os "Barra Bravas" (os hooligans argentinos) e na Copa de 2014, vendeu ingressos "cortesia" da AFA para "favorecer os pobres torcedores argentinos que se sacrificaram para viajar ao Brasil sem terem condições"!!
Acabou? Não!
Nesses 35 anos, 8 greves de jogadores, 3 de árbitros e 40 casos de doping nas seleções argentinas. E antes de morrer, a "facada" final: conseguiu aumentar o número de clubes da primeira divisão de 20 para 30 (beneficiando o seu Independiente, atualmente na 2a.), com 29 rodadas de fevereiro a dezembro, já em 2015, acabando com a adaptação ao calendário europeu e garantindo uma ou duas rodadas a mais, desde que contemplem partidas como River x Boca ou Racing x Independiente para maior arrecadação, sem nenhum critério técnico! A segunda divisão passará a ter somente 10 clubes mas o sistema de acesso e descenso continua o mesmo, ou seja, média de pontos nos últimos três campeonatos. Assim, os clubes da Segunda irão para o "pega pra capar"! Apenas dois cairão e dois subirão! Gênio, esse Grondona!
Jogadores como Messi, Mascherano e Máxi Rodriguez, lamentaram sua morte, se referindo a Grondona como amigo, dia triste, etc, etc, etc. Sabem de nada, inocentes!
Na América do Sul, outros "abutres" ainda vivem. Um deles, brasileiro e apenas dois anos mais jovem, um tal de Marin, definiu com maestria, a passagem de seu, hmmm, "colega":
"- É uma perda muito grande para o futebol!"
O ano era 1962. Semelhante como agora, uma Copa do Mundo acabara de ser disputada. E melhor: vencida brilhantemente por nós.
Nesta época, não existia um campeonato brasileiro. Já havia a Taça Brasil desde 1959 (embrião da atual Copa do Brasil), o Rio-São Paulo e os estaduais, sobretudo o carioca e o paulista, onde se jogava o futebol mais representativo do país. Mais alguns anos e mineiros e gaúchos alcançariam mais prestígio.
Desta forma, São Paulo tinha o Santos de Pelé. O Rio, o Botafogo de Garrincha, os times que formavam a base da seleção, então bicampeã do mundo.
No dia 15 de dezembro deste ano, 158.994 torcedores se espremiam no Maracanã para assistir à Final do Campeonato Carioca. Já coube mais gente no velho estádio mas se fosse maior, ainda seria pequeno para ver o futebol que seria praticado por:
BOTAFOGO: Manga, Paulistinha, Jadir, Nilton Santos e Rildo; Ayrton e Edson; Garrincha, Quarentinha, Amarildo e Zagalo.
FLAMENGO: Fernando, Joubert, Vanderlei, Décio e Jordan; Carlinhos e Nelsinho; Espanhol, Henrique, Dida e Gérson (ele mesmo, o "canhota", com 21 anos e topete).
Garrincha já cruzou. Amarildo e Quarentinha observam Joubert trombar com Fernando e marcar contra!
Lá vai Mané... Imagem que emociona!
As imagens épicas do Canal 100, na voz ímpar de Cid Moreira:
Os salários não eram astronômicos mas pagos, geralmente, em dia. O "bicho" da vitória era valorizado. Diretos de imagem?! O que era isso?! Nenhum presidente de clube se queixava de penhora de receitas. Muito menos que poderia haver risco de retirada de qualquer competição. As sanções para este tipo de decisão já eram severas. Não havia sócio-torcedor, apenas "o torcedor", a principal fonte de receita, uma vez que o ingresso não era caro. Não havia torcida organizada e os registros de brigas e violência eram irrisórios. O Botafogo venceu este jogo por 3x0 e foi bicampeão carioca mas, nesse post, isso não tem muita importância. Ao longo dos anos, ambos se enfrentaram diversas vezes, em grandes jogos no mesmo velho estádio com Zico, Paulo César e cia, com vitórias para ambos os lados.
O país Brasil foi se modificando. Muitas coisas melhoraram. Outras pioraram. Assim também com o futebol.
Como em 1962, uma Copa também acabou há pouco. E foi aqui... no Brasil.
Reabrindo, após a Final, vencida pela aquela seleção que venceu de 7 daquela outra, uma das coisas que melhoraram no nosso futebol (o menor, mas novo e moderno Maracanã) não merecia ter recebido o "espetáculo" demonstrado ontem, sem dúvida, por uma das coisas que pioraram: o jogador!
Todavia, não dava para ficar surpreso, tirando uma e outra exceção (*):
Botafogo: Jefferson, Edilson, Bolivar, Dória e Julio César; Airton, Gabriel, Bolatti (Zeballos) e Carlos Alberto (Wallyson); Emerson Sheik e Yuri Mamute (Daniel). Flamengo: Paulo Victor, Leo Moura, Marcelo, Wallace e João Paulo; Cáceres, Luiz Antonio, Everton (Gabriel) e Mugni (Canteros); Alecsandro e Paulinho (Negueba).
Pra finalizar: isso não é "privilégio" de Botafogo e Flamengo!
Nostálgico? Eu???
Sim. Obrigado!
(*) Tive que reduzir o tamanho da fonte. Não dava pra deixar o mesmo das escalações lá de cima!
Suponhamos que o Olímpia tivesse sido campeão da Libertadores no ano passado e não o Atlético-MG.
O Paraguai faria a festa do futebol sul-americano, com 2 jogos importantes em Assunção, em dias consecutivos. O primeiro, uma semifinal de Libertadores (Nacional e Defensor, de anteontem) e depois a final da Recopa (ontem). Seria uma celebração espetacular para um país que nem se classificou para a Copa do Mundo, encerrada há 10 dias. Foi, inclusive, o último colocado nas Eliminatórias do continente. Coisas de América do Sul.
Não quero desmerecer o que foi (e seria) conquistado dentro do campo mas o calendário intempestivo da Conmebol gera absurdos como esses, ou seja, jogos continentais importantes em época de ressaca do futebol mundial.
E quem é o grande culpado disso? O Brasil! Único dos países membros da Conmebol que não adotou o calendário europeu. Enquanto neste momento, clubes da América do Sul, Europa e até do México e EUA iniciam sua pré-temporada visando seus campeonatos nacionais e continentais, com jogos e torneios amistosos mundo afora, gerando receita extra enquanto montam elencos, os brasileiros "caem dentro" das quatro divisões do campeonato nacional e da Copa do Brasil, competições paralisadas por 45 dias, por conta da Copa do Mundo! Ah, mas e os estaduais??? Esse papo, de novo não! Por favor!
A decisão da Recopa Sul-Americana entre o campeão da Libertadores e da Copa Sul-Americana deveria seguir o caminho natural que já existe na Europa há muito tempo. É uma disputa que abre oficialmente a temporada do continente, assim como os campeões nacionais e de suas Copas nacionais. Mês que vem, Real Madrid e Sevilla disputarão a Supercopa da Europa. Isto só é possível porque a UEFA Champions League e a UEFA Europa League acontecem simultaneamente, ao longo de toda a temporada e, claro, com participantes diferentes. Isto se chama CALENDÁRIO! Pode ter algum defeito aqui e ali mas, repito, por causa do Brasil, a América do Sul não tem um. E mesmo que não seja por isso, é a desculpa perfeita.
Imaginem se esta disputa entre o Atlético-MG e o Lanús tivesse ocorrido na abertura da temporada do continente, com jogos da Libertadores e Sul-Americana a cada 3 ou 4 semanas, intercaladas com a Copa do Brasil, falando especificamente do nosso caso, preenchendo a grade de programação da TV. Imaginem se Cruzeiro e Flamengo disputassem a Supercopa do Brasil de 2014, abrindo a temporada brasileira. Entretanto, a única "renovação" que a CBF pensou até agora foi o... Dunga!!!
A despeito de todo esse atraso, a torcida do Atlético-MG fez a sua parte lotando o Mineirão ontem à noite, quando conquistou a Recopa Sul-Americana. Já na semana passada, apenas 3 dias após a final da Copa do Mundo (absurdo!), o Galo derrotou o Lanús em Buenos Aires por 1x0. Bastava o empate em casa. Com justiça, nos 90 minutos, o time argentino venceu por 3x2, embora o Galo passasse a jogar melhor quando ficou com onze jogadores em campo no segundo tempo (Luan entrou no lugar do "Enganaldinho" Gaúcho!). E na prorrogação, foi a vez dos argentinos ajudarem, marcando dois gols contra, o primeiro, sem querer em boa jogada de Luan (como é bom jogar com onze!) e outro absolutamente bizarro.
A conquista da Recopa! Daqui a 3 semanas, sai o campeão da Libertadores! Que coisa!
O Atlético conquistou a Recopa de 2014 e, pelo menos, com esforço, vibração e o sofrimento de sempre, sua torcida começa a construir (junto com a do Cruzeiro) um árduo caminho para que o Mineirão, ao longo do tempo, supere o trauma dos 7x1 e contribua para trazer melhores dias ao futebol brasileiro.
Após a final da Copa de 2010, Dunga foi demitido não somente pela eliminação nas quartas-de-final para a Holanda mas porque não permitiu que a Globo fizesse o que fez em 2014, na Granja Comary, quando Felipão teve que fazer intervalo no treino para cumprir obrigações contratuais de transmissões ao vivo que nada acrescentavam à preparação do time, ao contrário, apenas dava satisfação aos patrocinadores da CBF e da própria Globo.
Além disso, houve o tal episódio da discussão com o Alex Escobar. Não sabemos o que o global fez ou falou mas todos viram o show de má educação do truculento Dunga. Uma coisa é ser mal educado com a imprensa em geral. Outra, é ser mal educado com a Globo! De qualquer maneira, mereceu ser demitido!
Mas vamos aos fatos. O retrospecto de Dunga no comando da seleção é um dos melhores de todos os treinadores que lá estiveram. Teve quase 80% de efetividade. Ganhou a Copa América em 2007, na Venezuela, com 3x0 na final contra a Argentina de Riquelme, Tevez e Messi. Ganhou a Copa das Confederações, em 2009, na África do Sul, com direito a 3x0 na Itália, então campeã do mundo, e uma virada espetacular nos EUA de Landon Donovan, na final por 3x2. Após início vacilante, venceu as Eliminatórias Sul-Americanas, com 3x0 no Chile, em Santiago, 4x0 no Uruguai, em Montevideo (não ganhávamos lá há mais de 40 anos) e 3x1 na mesma Argentina, em Rosário.
Entretanto, fracassou nas competições mais importantes. Tomou de 3x0 da Argentina nas Olimpíadas de Pequim em 2008, quando apostou na liderança de quem não estava mais a fim de jogar, desde esta época: "Enganaldinho" Gaúcho! Nulo em todos os jogos! E na Copa de 2010, fez dois bons jogos contra a Costa do Marfim - vitória por 3x1 - e nas oitavas contra o Chile - vitória por 3x0. A vitória contra a Coreia do Norte (2x1) e o empate com Portugal (0x0), ainda na fase de grupos, foram ruins de doer. A melhor exibição foi exatamente no primeiro tempo contra a Holanda, nas quartas. O Brasil vencia por 1x0, gol de Robinho, teve chances para aumentar e os holandeses não viam a bola. Aí, no segundo tempo, as lambanças do Julio Cesar e Felipe Melo. E mesmo assim, o mesmo japonês (Nishimura) que marcou o pênalti em Fred contra a Croácia em 2014, não marcou um claro em Kaká, que poderia deixar a partida empatada.
Desta forma, Dunga não pode ser responsabilizado por falhas individuais. Julio Cesar era o melhor goleiro do mundo e Felipe Melo, apesar do seu conhecido destempero, fazia uma boa Copa. Foi dele o passe para o gol de Robinho. Dunga sabe armar times. É bom técnico. Melhor que Felipão. Nada de futebol-arte mas de resultados. E aí? O que você prefere?
O problema é que Dunga foi escolhido porque a dupla Marin-Del Nero não quer ser importunada pela imprensa. Não poderia haver melhor para-raios de críticas que possam surgir de todos os lados. Basta botar o "carrancudo" na linha de frente! Dunga vai mudar? O amigo leitor acredita nisso? O octogenário Marin (que dá nome à nova sede da CBF no Rio, pasmem!) não tem a menor intimidade com as coisas do futebol, desde que foi governador "biônico" de São Paulo, defensor da ditadura militar e presidente da federação paulista de futebol, há 30/40 anos. Dá pena (ou raiva)! Del Nero, atual vice, foi eleito novo presidente um ano antes de assumir (nunca vi isso) e conhece bem as falcatruas no futebol. Há 2 anos, era o presidente da federação paulista e no ano que vem, os dois inverterão papéis como presidente e vice. Olhem que maravilha!
Tudo ficará como está. A CBF não tem nenhuma intenção de mudar nada. Os contratos com a Globo, patrocinadores e a venda da Seleção Brasileira para os árabes injetarão muito dinheiro na entidade por muitos anos. Não há obrigatoriedade em aplicar esse dinheiro em formação de jogadores. Isso dá trabalho e a mentalidade do brasileiro (e de grande parte da imprensa brasileira) faz com que o Hexa tenha que ser conquistado em 2018. Alexandre Gallo, das categorias de base, é prepotente e arrogante. O Brasil não se classificou no Sul-Americano para o último Mundial Sub-20, sob o seu comando, em 2013, na Turquia, em que a França de Pogba e Griezmann foi campeã. Seu currículo como técnico é... nada! E Rogério Lourenço, técnico da Sub-20 em 2009, que foi vice mundial no Egito, com Ganso, Alan Kardec, Maicon "Bolt" e Rafael Tolói, já afirmou que nunca foi procurado pelo Dunga para conversar sobre jovens jogadores nesta época. Pergunto de novo: Dunga vai mudar?
Com Gilmar "Sports" Rinaldi como "coordenador", o nome de Dunga é perfeito. São amigos há mais de 30 anos mas a tal hierarquia entre ambos que prometem criar não contribuirá em absolutamente nada dentro das quatro linhas. Afinal, só um deles será o treinador. E parece que é o Dunga!
As organizações Globo não devem ter gostado nem um pouco da escolha. Eu tão pouco. Na entrevista de apresentação, ontem pela manhã, Dunga falou em valores dos quais não abre mão: ética, comprometimento e trabalho! Legal! Todavia, após o "coordenador" afirmar que não é mais empresário de jogador, gostaria de saber do Dunga, o que fazia nesta animada mesa de bar e no avião, quando era técnico, com o tal do Fofana, o argelino, chefe da máfia dos cambistas da Match, que está preso no Brasil. Matéria do Extra, da Globo. Eh!Eh! Os caras não perderam tempo!!! Clica aqui: A GLOBO CONTRA-ATACA! DUNGA E FOFANA
Parece ser a 1a. classe! E esse uniforme... não é da CBF????
Alô Dunga! Tem uns ingressos aí?
Dunga até já respondeu, afirmando que não são amigos!
O Fluminense Football Club celebrava seu 12o. aniversário, quando a primeira seleção brasileira foi formada, meio às pressas, com jogadores do Rio e São Paulo, para que o Exeter City, clube inglês de "profissionaes" estendesse sua excursão à América do Sul ao Brasil, onde jogaria, inicialmente, com a Argentina e o Uruguai.
O único estádio que havia no Brasil era o das Laranjeiras, Rio de Janeiro, do Fluminense. Só havia arquibancada nas sociais mas cerca de 5 mil pessoas estavam no campo que já era cercado e os populares se acotovelaram para ver o Brasil vencer o Exeter City por 2x0, o primeiro gol de Oswaldo Gomes, do próprio tricolor, e o segundo de Osman, do América carioca. Estava dada a largada da mais vencedora equipe do futebol mundial: a Seleção Brasileira!
As Sociais das Laranjeiras, à espera do jogo!
Em pé: Píndaro (Flamengo), Marcos Carneiro de Mendonça (Fluminense) e Nery (Flamengo). No meio:Sylvio Lagreca (São Bento-SP), Rubens Salles (Paulistano) e Rolando De Lamare (Botafogo).Sentados:Oswaldo Gomes (Fluminense), Abelardo De Lamare (Botafogo), Arthur Friedenreich (Ypiranga-SP), Osman (América-RJ) e Formiga (Ypiranga-SP).
Com o Palácio Guanabara ao fundo, Marcos se prepara para defender. Chapéu clássico para um goleiro elegante!
O goleiro Reg Lagan disputa com Friedenreich. El Tigre, crack brasileiro, perdeu dois dentes!
Friedenreich, já sem os dentes. Ele voltou ao campo e jogou até o apito final!
Esta partida épica, recheada de elementos capazes de emocionar o torcedor brasileiro, foi absolutamente ignorada pela Confederação Brasileira de Futebol, no seu aniversário de 100 anos! Entre as mais de 200 afiliadas da FIFA, a Seleção Brasileira é somente a quadragésima a atingir esta marca. É bem verdade que a proximidade com o encerramento da Copa do Mundo era um fato complicador para que a data fosse comemorada como merecia. Pra piorar, houve os 7x1 da Alemanha.
Há 2 anos, Ricardo Teixeira já havia feito contato com o Exeter City para que um jogo festivo fosse realizado. (Meu Deus, a coisa está tão feia que tive citar positivamente o nome deste mafioso.) Com sua renúncia à presidência da CBF, o projeto foi abandonado por Marin e Del Nero, muito mais preocupados com seus ganhos da Copa no Brasil.
Por 2 anos, portanto, os ingleses do Exeter, da 4a. divisão, viveram um sonho. Mobilizaram sócios e torcedores para uma nova excursão ao Brasil, 100 anos depois! Não tiveram nenhuma resposta da CBF, mesmo com esta extraordinária e emocionante matéria do global Tino Marcos, feita em 2012. Confira abaixo:
Embora a hedionda dupla Marin-Del Nero não tenha feito nada, um cara fez: Eric Menezes, torcedor do Fluminense. A CBF lhe deu às costas mas, em conjunto com o chairman do Exeter, Julian Tagg (que vc viu no video acima), conseguiu um jogo comemorativo contra o time sub-23 do Fluminense, nas Laranjeiras. E não foi só isso. Trouxeram 160 torcedores! O time ficou hospedado no CT de Xerém. Pra não dizer que a CBF não fez nada, forçaram a escalação de quarteto de arbitragem da FERJ que custou 1800 reais. Eric havia conseguido o mesmo quarteto, informalmente, por 500. Alguma dúvida sobre para onde foi a diferença?
E o jogo foi ontem. A Cônsul Geral Britânica no Rio, Paula Walsh, estava lá. A BBC estava lá. A filha de Marcos Carneiro de Mendonça, a crítica teatral Bárbara Heliodora, também estava lá. Aliás, a Taça com o nome de seu pai ficou com ingleses após o empate em 0x0. Aaaah! Eu também estava lá, com meu filho Pedro, e com meus amigos tricolores Guto Poggi e Claudio Maes. Nossos filhos entraram em campo com o time do Fluminense e ouviram o Hino Nacional Brasileiro, enfileirados!
Parabéns Eric Menezes! E muito obrigado!
A Bola do Jogo Histórico!
Pedro e Bruno conhecendo a História...
Perfilados!
O Hino vai começar...
João Vitor chegou depois...
A festa do Exeter City com seus torcedores!
Guto, as crianças e Scott Benett com a Taça Marcos Carneiro de Mendonça
Os Ingleses na Sala de Troféus!
Com Julian Tagg, Eric Menezes e Pedro!
Procuro passar ao meu filho a importância da História para explicar o mundo em que vivemos. O futebol é mais um pano de fundo para tal. Acredito que desta forma, a tradição, a cultura e pioneirismo de nossos antepassados estarão sempre preservados e servirão de base para a construção de algo efetivamente novo!
E o primeiro comentário coube ao vascaíno Felipe Verdial, hoje desgostoso com o futebol brasileiro - tem seus motivos - e também co-autor do blog naquele texto da versão vascaína do "Roubado é Mais Gostoso"!
O Futblog dos Amigos comendo a bola...quer dizer... o bolo!
E como hoje, 19 de Julho, é considerado o Dia do Futebol no Brasil, aí vai o link para entender o motivo: Dia Nacional do Futebol
Em 4 anos, são mais de 21 mil visualizações de 219 postagens, 24 membros efetivos, via Google; 180 comentários; malucos que acessam o blog do mundo inteiro. É certo que tenho amigos vivendo nos EUA, Canadá, México, Costa Rica, Honduras, Cuba, Inglaterra, Alemanha, Holanda, Dinamarca, Suíça, Suécia, França, Portugal, África do Sul, Venezuela, Argentina, Rússia, Ucrânia e Chile mas não conheço ninguém na Índia, Austrália, China, Japão, Espanha, Coreia do Sul, Nova Zelândia, Polônia, Cingapura, Egito e Bélgica. Impressionante esse negócio de internet!!!
Três séries: "Reconhecimentos", "Os Renegados" e "Pena! Não ganharam!", esta última, a que mais gostei!
Com a inspiração do "Muso" do blog, outro vascaíno André Guerreiro, criou-se o grupo "Futbook dos Amigos" no Facebook, atualmente com 139 participantes e discussões de alto nível (Ui!) e acirradíssimas não somente sobre o blog mas de tudo que envolve o futebol!
Na Copa que "acabou de acabar", bati meu recorde em 34 postagens diárias e consecutivas! Assim, de novo, creio que só na Rússia! Será que chego lá?
Até meu filho, hoje com 9 anos, já começa a se interessar. Ainda não entende muito bem, claro, mas gosta das fotos e vídeos! (E fica tentando me enrolar para adiar o dever de casa do colégio.)
Nunca sei com qual freqüência o Futblog dos Amigos continuará mas o compromisso com os fatos e opinião argumentada são características que jamais serão deixadas de lado. É como diz (o verbo é no presente mesmo) Nélson Rodrigues:
- "O Futebol é a coisa mais importante entre as menos importantes!"
A nomeação de Gilmar Rinaldi para novo coordenador de seleções é totalmente coerente com a mentalidade da CBF, nas pessoas de seus mandatários.
Antes da Copa das Confederações no ano passado, publiquei este post sobre a tal identidade perdida da Seleção Brasileira com seu torcedor. Relembre, clicando aqui: DAS FERAS DO SALDANHA AOS COADJUVANTES DA CBF
Desde que Ricardo Teixeira transformou a Seleção Brasileira em produto (caro) de prateleira, muitas convocações passaram a ser questionadas sob o ponto de vista de real merecimento, confiança de treinador, interesses comerciais contratuais e de empresários de jogadores. Essas dúvidas podem ter sido mais ou menos evidentes conforme o técnico mas pegavam carona em partidas amistosas marcadas contra adversários inexpressivos, sem nenhum benefício técnico. Quem não se lembra do "fenômeno" Evanílson, lateral-direito, convocado por Luxemburgo em 1999 e logo depois vendido para o Borussia Dortmund? Por falar em Luxemburgo, está desempregado...
O futebol brasileiro precisa de algo muito mais amplo para se consertar. Como bem falou o Paulo Vinicius Coelho, o PVC da ESPN Brasil, está mais que na hora de se convocar um congresso, um simpósio ou algo semelhante, promovido por gente séria, onde se possa discutir propostas de soluções para salvar nosso futebol de novas vergonhas a curto, médio e longo prazos. Adaptação ao calendário europeu (até a Argentina já fez isso, há muito tempo)? Fim dos estaduais? Fazer com que a Rede Globo apenas transmita os jogos e não seja acusada de interferir neles? A rica CBF deve ajudar os clubes na formação de jogadores? A eleição de seu presidente deve ser mesmo em colégio eleitoral onde as falidas federações - que recebem mesada da CBF - continuam com mais peso de votos que os clubes da 1a. divisão? Por que motivo clubes de outras divisões não podem votar? Aaah, seriam mais clubes que federações!!! De que têm medo os clubes (sobretudo os da 1a.divisão) para darem continuidade ao atraso? A nomeação de um novo técnico, brasileiro ou estrangeiro, e de suas convicções táticas e de métodos de treinamento, é questão ínfima diante desses e de outros tantos problemas.
Gilmar foi um bom goleiro de Internacional, São Paulo e Flamengo, ganhando medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984 e foi um dos goleiros no Tetra em 1994. Sempre foi um jogador acima da média nos quesitos comunicação, simpatia e gentileza no trato com as pessoas. Ao se aposentar, virou empresário de jogadores, abrindo empresa denominada "Gilmar Sports", cujo cliente mais famoso era o "imperador" Adriano. Pouco antes, ocupou durante certo tempo, gerência de futebol no Flamengo na gestão do único presidente da história do clube que sofreu impeachment, Edmundo Silva, onde teve atritos com ninguém menos que Zico, de quem havia sido parceiro, via CFZ, exportando garotos quando estavam juntos no Japão. Saca só: Presidente do Fla sofre impeachment . Edmundo, inclusive, cortou meu coração quando chorou no seu depoimento em Brasília, após ser acusado e, depois, preso, em 2003, por ter fraudado a Receita Federal e o INSS na "pequena" quantia de 1 bilhão (sim, bilhão) de reais.
Segundo meu amigo cruzeirense Gilberto Mayor, vale a pena acreditar pois é um sujeito sério e trabalhador. Já para o Blog do Paulinho, a nomeação de Gilmar é a "oficialização da malandragem". Paulinho ainda afirma que Alexandre Gallo, confirmado como coordenador das seleções de base, também se beneficia com negociações de jovens jogadores. Confira: CBF e Gilmar Rinaldi . Torço para que o Gilberto esteja certo e que este post vire motivo de galhofa no futuro.
E hoje, tentei entrar no site da empresa (www.gilmarsports.com.br). Está fora do ar. Em sua entrevista na "pobre" sede da CBF, pela manhã, Gilmar garantiu que seu foco será apenas a Seleção Brasileira e não será mais empresário de jogador. Nada de se licenciar da sua própria empresa. Acabou. Será mesmo? Gilmar será coordenador de seleções da CBF até se aposentar? Se acontecer algo errado e sair, digamos, daqui a dois anos, caso não ganhe a medalha de ouro em 2016, viverá do que? Dono de restaurante? Fazendeiro na gaúcha Erechim, sua terra natal? Fará concurso público? Se candidatará a deputado?
Antes de mais nada, tenho que agradecer ao leitor Carlos Werzel Júnior, de Ponta Grossa-PR, que me alertou para o erro cometido em relação à Hungria. Estava em 12o. mas erradamente atribuí 3 pontos às suas vitórias, todas obtidas antes de 1994, quando valiam apenas 2 pontos. Assim, a Hungria despenca para o 21o. lugar. Valeu Carlos!
Olhando a parte de cima, vê-se a Alemanha chegando (de vez) no Brasil. É praticamente um empate técnico, com ligeira vantagem pra nós. São apenas 2 pontos ganhos à frente. A distância da relação PG/J ainda é relevante mas os alemães já marcaram 3 gols a mais e estão a somente 4 vitórias!
A Argentina se aproximou bem da Itália, que há duas Copas não passa da primeira fase. Os hermanos já passaram na relação PG/J e marcaram 3 gols a mais.
Apenas 10 pontos ganhos abrigam do 5o. ao 8o. lugar, onde a Holanda, mesmo sem nunca ter vencido uma Copa, atropelou Inglaterra e França que, por sua vez, mesmo fazendo boa figura agora, caiu uma posição mas está a apenas 1 ponto ganho do English Team. Outra marca significativa alcançada pela Holanda é a mesma relação PG/J que a Alemanha.
Situação semelhante ocorre no bloco seguinte. Somente 9 pontos separam o 9o. do 12o. lugar. Uruguai, México e Bélgica deixaram Polônia (12o.) e Suécia para trás, uma vez que estes dois últimos não participaram em 2014. E os "diabos vermelhos" ainda subiram 7 posições, fazendo boa campanha e ultrapassando outros países que também não participaram. O mesmo motivo propiciou a subida de dez posições da Costa Rica e da Grécia, além de nove da Colômbia, as três seleções que mais cresceram no ranking. A Costa do Marfim, com apenas uma vitória, subiu 7 posições. Sem falar na Bósnia, estreante, que também com uma simples vitória, já está no 61o. lugar num total de 77 seleções.
A Nigéria passou a ser a melhor seleção africana, ultrapassando Camarões e mesmo com campanha ruim, a Coreia do Sul continua sendo a melhor asiática.
Como comentei no post do ranking antes da Copa, dá pra ficar comentando por muito e muito tempo mas... Você se lembra das Irlandas?
É assim que ficará marcada, pelo menos para nós, a tal "Copa das Copas"!
Amigos, toda a Copa será sempre a "Copa das Copas"! Ou seja, a "Copa das Copas" é sempre a última! Ou vocês acham que o cara da KGB vai deixar barato?
Em tempo: nunca tive dúvidas que a Copa seria um sucesso mas também sempre soube que nenhum (ou quase isso) legado seria deixado. Além da farra com o nosso imposto. Mas com isso, estamos acostumados. Até quando?
Os aeroportos deram conta do recado? Sim (ainda bem), mas estão longe de serem considerados prontos. Não confundir caos aéreo, representado, por exemplo, por voos atrasados e greves, com infraestrutura de alimentação, acomodação e mobilidade. Os muitos tapumes estavam lá. As máfias de táxi também. Assim como o café expresso a 6 reais!
Três estádios privados foram construídos ou reformados com dinheiro público - Itaquerão, Beira-Rio e Baixada. Três "elefantes brancos", daqueles cristalinos - Manaus, Brasilia e Cuiabá. Outros dois, elefantes cinzas-claro - Natal e São Lourenço da Mata. E os demais que foram reformados com dinheiro público e entregues à iniciativa privada através de licitações, no mínimo, duvidosas.
Dentro do campo, Howard dos EUA, Navas da Costa Rica, Rais M´Boulhi da Argélia, Ochoa do México e Ospina da Colômbia evitaram o que poderia ter sido a Copa de todos os recordes de gols!! Sem falar no melhor de todos, Manuel Neuer da Alemanha. Além deles, Benaglio da Suíça e Lloris da França tiveram bom desempenho. Tim Krul, a Besta da Fortaleza Laranja, escreveu seu nome na História, assim como o colombiano Mondragón, aos 43 anos, o mais velho a disputar um jogo de Copa, e com direito a fazer defesa difícil, com os pés, no finalzinho do jogo contra o Japão. Julio César vinha bem mas não escapou da tragédia, embora não tenha tido nenhuma falha gritante nos 10 gols que o Brasil tomou em 2 jogos! Meu Deus! Eu escrevi isso mesmo???
Neuer (ALE), Lahm (ALE), Vlaar (HOL), Hummels (ALE) e Blind (HOL); Schweinsteiger (ALE), Kroos (ALE), Pogba (FRA) e Messi (ARG) ou James Rodriguez (COL), Robben (HOL) e Thomas Müller (ALE).
Faltou o técnico na foto! Osmar Lage!!!
Camisa 10: James Rodriguez
Minha indecisão entre Messi e James é meramente uma questão temporal. Às vezes, prefiro o primeiro por ter sido decisivo em 4 dos 7 jogos de sua seleção, marcando 4 gols e, claro, pelo conjunto de sua carreira até aqui. Outras vezes, prefiro o segundo, jogador de notável talento, visão de jogo, excelente na bola parada, rápido na transição para o ataque, driblador e, além disso tudo, o artilheiro da Copa do Mundo 2014, com 6 gols, jogando somente 5 partidas, sem prorrogações. Outro que escreveu seu nome na História.
Menções honrosas para Götze, o homem do gol; o Jefecito Mascherano - o verdadeiro capitão - e Dí Maria na Argentina; Campbell, Ruiz, Bolaños e Gonzalez na surpreendente e invicta Costa Rica; Benzema, Valbuena e Griezman na renovada França; Shaqiri na Suíça; Dempsey e Bradley no bom potencial time dos EUA de Klinsmann, Cuadrado e o veterano Yepes na Colômbia; Feghouli, Slimani e Djabou na Argélia; De Bruyne e Mertens na Bélgica, Mikel e Musa na Nigéria; Godín no Uruguai; Herrera e Rafael Marques no México. Alguém no Brasil? Neymar fez quatro gols, Thiago Silva foi muito bem. Ambos não estavam nos 7x1 mas também são culpados pela humilhação sofrida. Como se dizia antigamente, do goleiro aos ponta-esquerda.
Van Gaal, o melhor!
Louis Van Gaal foi o melhor técnico. Usou todos os 23 convocados e não ter ido à Final por falta de ousadia para furar a retranca argentina talvez tenha sido seu único pecado. Eu recolocaria a Besta nos pênalties. O melequento Joachim Löw até que maneirou na "limpeza no salão" e suas novas boas maneiras trouxeram bons fluidos com o tetracampeonato.
Esperava-se mais da Bélgica de Hazard e de Portugal, mesmo sabendo que Cristiano Ronaldo não tinha condição de jogo. Itália e sobretudo, Inglaterra, foram muito mal. A então campeã Espanha, sem comentários. Uruguai, traumatizado depois que cravaram a estaca no peito do seu craque vampiro. O Chile, com bons jogadores, sucumbiu nos pênalties em jogo que o Brasil poderia ter ganho com tranquilidade. Bastava cruzar a bola na área e o zagueiros mirins chilenos apenas torceriam. A Rússia, uma decepção total com escalações e substituições hediondas do badalado Capello mas, pelo menos, se classificou para 2018!!!!
Confiram o clipe que a BBC produziu para resumir a Copa, apresentado por Gary Lineker. A hospitalidade do brasileiro era a única certeza que eu tinha de sucesso deste evento. Ainda bem que outras coisas boas aconteceram. O futebol tem o dom de juntar o rico e o pobre, o alto e o baixo, o gordo e o magro, o bonito e o feio, o elegante e o brega. Tudo ao mesmo tempo. E aqui no Brasil, ainda tem ritmo!
Com esta, foram 34 postagens diárias do Futblog dos Amigos. A cada final de partida, era como se meu laptop me chamasse URGENTE:
"- Vem logo bater nas minhas teclas, pô! Você vai acabar esquecendo daquele lance" ou ainda,
"- Almoça depois, retorna a ligação, adia o banho, prende o no.1 e o no.2 e acorda cedo para correr na praia pela manhã, e encontrar seus amigos Mario Kempes e Oliver Khan!"
Não teve jeito! Tive que obedecê-lo!
Obrigado ao tricolor Claudio Maes e ao vascaíno André Guerreiro! Por causa deles, minha Copa foi ainda melhor!
A Benção Final
A Copa acabou! Sabe lá o que será de mim mas não sairei à francesa como a música da Marina. Vai começar tudo de novo até 2018, na Rússia!
O que dizer de uma seleção de futebol cuja federação prima pela formação de jogadores, planejamento e trabalho duro?
É como uma empresa contratar estagiários e trainees. É preciso treiná-los à exaustão, aprimorando seus talentos, desenvolvendo competências, apresentando objetivos, definindo prazos e cobrando resultados. Um show de Powerpoint em Recursos Humanos! Eh!Eh!
Já na Final da UEFA Champions League do ano passado, o Futblog dos Amigos dava seus pitacos. Relembre: BLITZKRIEG
Ontem no Maracanã, a Alemanha aumentou a diferença da Europa para a América do Sul em conquistas: 11 x 9. Curiosamente, foi o jogo (e novamente em 120 minutos) em que a Argentina teve mais chances claras de gol em toda a Copa: 3! Higuaín recebeu presente de Kroos e não botou o pé na forma, com uma conclusão bisonha à frente de Neuer. Palacio, também de frente com Neuer, não fez um domínio perfeito e acabou apenas desviando pela linha de fundo, o mesmo destino de um chute cruzado de Messi que tirou tinta do poste esquerdo. Azar! Mas a Argentina não pode reclamar da sorte, seu 12o. jogador em 6 jogos. E não houve pênalti de Neuer em Higuaín. O goleiro socou a bola por cima e o choque era inevitável. Messi, aliás, só foi notado por esse lance e no lançamento para a direita que terminou no gol corretamente anulado de Higuain, em claro impedimento. Muito pouco para o jogador que é, e muito menos ainda para quem foi eleito o craque da Copa e, curiosamente, não ter figurado na seleção dos melhores da Copa! Essa FIFA...
Higuaín marca impedido. Gol corretamente anulado.
Neuer soca a bola! Não houve pênalti!
Aliás, Messi não merece ser o Craque da Copa. Nem Maradona concordou. Robben é meu eleito. Messi teve lances esporádicos do "gênio" que é. Só que os "esporádicos" foram decisivos nos 4 primeiros jogos. Além do mais, o verdadeiro capitão do time se chama Mascherano. Messi não tem carisma, não tem liderança, não tem nenhum tipo de reação diferente durante o jogo. Seu semblante é sempre o mesmo, sem abrir a boca. Está abaixo de Maradona, apesar de marcar mais gols.Para finalizar, mancha sua participação na Copa, não dando a mínima para o troféu que recebeu e tirando, abruptamente, a medalha de prata do pescoço, na frente de câmeras e flashes. Uma deselegância típica de quem ainda não aprendeu a perder, como um menininho mimado.
Hoje, um menininho mimado. Daqui a 4 anos, 31 de idade! Vai dar?
Voltando ao jogo, por sua vez, a Alemanha tão pouco teve oportunidades espetaculares. Höwedes cabeceou bola na trave, Schürrle obrigou Romero a grande defesa, mesmo com o impedimento de Özil. Romero fez mais 3 boas defesas. A Alemanha ditava o ritmo, com a bola no pé, e a Argentina fiel ao seu novo triste e ferrenho estilo defensivo e totalmente contrário a sua história de futebol de habilidade e de bom toque de bola, de saída rápida para o ataque. Mascherano apareceu muito mais com seus carrinhos do que seus badalados companheiros atacantes. Dí Maria fez falta? Sim, mas Enzo Perez demonstrou ser um bom substituto nos poucos momentos em que tinha a bola no pé pois, infelizmente, sua principal função era mesmo marcar. Sabella preferiu não convocar Tevez e Pastore. Deve ter tido seus motivos.
Bastian Schweinsteiger
Desfalques a Alemanha também teve. Marco Reus se contundiu antes da Copa e na final, no aquecimento, perdeu Khedira mas teve em Schweinsteiger, um verdadeiro "monstro"! Jogou e joga demais. Está em todas as partes do campo, combate, inicia o jogo, gira a bola, chega para receber, não erra passe. O capitão Lahm joga com impressionante naturalidade, levando o time à frente. Tão pouco erra passe. Kroos, destaque na Copa, não esteve bem. Boateng fez grande partida, sobretudo na prorrogação, quando seu colega de zaga, o excelente Hummels, "morreu". Müeller e Klose foram implacavelmente marcados mas, juntos com Schürrle e Özil, se movimentaram o tempo todo, cansando os defensores argentinos como se fossem pugilistas, minando-os até o último round. No intervalo para a prorrogação, era nítida a diferença física a favor dos alemães que haviam jogado somente uma até então, contra duas dos argentinos.
Com a entrada de Mario Göetze, 22 anos, Joachim Löw renovou o oxigênio alemão no ataque para a prorrogação. O resultado, todos viram. O gol marcado pelo Deustcher GoldJunge foi digno de Final de Copa do Mundo, premiando um time que, quando entra em campo, percebe-se logo que quer vencer!
Göetze vence Romero. Alemanha é Tetra!
Por outro ângulo!
A comemoração com T.Müeller.
A Alemanha estabelece uma nova ordem no futebol mundial. Agora, é o time a ser batido. Já surge como grande favorito à Euro 2016, na França. A Argentina segue sua sina de não vencer um clássico em Copas do Mundo desde 1990, quando derrotou o Brasil no famoso jogo da água batizada. Seus jogadores, sua imprensa e seus torcedores têm apenas uma obsessão: os brasileiros! Tripudiam, provocam, fazem o querem em qualquer lugar com um único objetivo: os brasileiros! Está na hora de pensar em algo maior.
Schweinsteiger, o melhor da Final, ergue a Taça FIFA!
A Alemanha se iguala à Itália, e o Brasil só está na frente de ambos com uma cabeça de vantagem. Do time campeão alemão, pelo menos a metade estará na Rússia. Os italianos, mesmo decepcionando pela segunda vez consecutiva, buscam reaprender o sentido ofensivo de jogar e tem boa geração para recuperação daqui a 4 anos. A Espanha é a atual campeã europeia sub-21 e a França, a atual campeã mundial sub-20. E o Brasil? Papo para outro post!
Os Deuses do Futebol puniram a soberba, a desorganização, o desleixo, o desmando, a corrupção, a autossuficiência. Usaram de extremo rigor com o ultrapassado futebol jogado pelo Brasil. E com inteira justiça.
O Maracanã já foi o maior estádio do mundo. Teve nos irmãos, o jornalista Mário Filho e o cronista Nélson Rodrigues, duas personagens de notável contribuição para a sua história, o primeiro, para a sua própria construção e o segundo, para a sua transformação artística em principal palco de apresentações do futebol que seria cinco vezes campeão do mundo
Nele, uma das grandes seleções que formamos não ganhou uma Copa por inúmeros problemas de todos os níveis mas a imprensa esportiva da época conseguiu atravessar gerações, durante 64 anos, colocando na cabeça de todo o mundo que a culpa daquela derrota foi a tal falha do goleiro Barbosa. Hipócritas. Relembre aqui o início da série "Pena! Não Ganharam!": BRASIL 1950: O MARACANAZO
Foi preciso a Copa voltar para cá para que o excelente Barbosa finalmente tivesse paz de espírito. Infelizmente, da pior maneira possível. Todavia, se ainda estivesse entre nós, poderia soltar aquele suspiro de alívio. Embora a maioria de nossa imprensa esportiva oportunista tenha elegido algumas cabeças para a vergonha brasileira de 2014, Barbosa foi redimido, involuntariamente, por toda a CBF.
E será no Maracanã, diferente, novo, moderno mas sobretudo, bem menor e superfaturado em sua reforma, que Alemanha e Argentina decidirão a vigésima Copa do Mundo da história.
Merecidos? Não há como dizer que não. A Alemanha fez melhor campanha, invicta, tem um time repleto de excelentes e bem formados jogadores, deu lições de futebol também fora do campo (e continua dando, ao doar verba para reforma de escolas e à reserva dos índios pataxós onde estiveram na Bahia), usa o marketing como acessório, não como objetivo principal e aplicou a maior goleada da Copa e uma das maiores na história das Copas sobre o outrora melhor futebol do mundo. A Argentina também está invicta mas com campanha contra adversários mais fracos, que lhe proporcionaram extrema dificuldade em superar, ajudados pela sorte e pelo gênio de um jogador fora de série que aparece pouco mas na hora e no lugar certos.
Nossa rivalidade com os argentinos faz com que os jogadores de sua seleção dêem aulas de presunção e falta de respeito ao responderem com ironia e deboche às perguntas de entrevistas coletivas e celebrarem vitória em vestiário, cantando músicas, como se fossem torcedores, ofensivas ao Brasil. Lamentável.
Será o sétimo confronto na História das Copas e o terceiro em finais. A vantagem é da Alemanha. Em 1958, na fase de grupos, vitória alemã por 3x1. Em 1966, também na fase de grupos, empate em 0x0. Na final de 1986, Maradona comandou a final, vencida pela Argentina por 3x2. Em 1990, o troco alemão: 1x0 na Final. Em 2006, nas quartas, o empate de 1x1 levou a disputa para os pênalties, quando os alemães, em casa, venceram. E em 2010, novamente nas quartas, show e goleada da Alemanha: 4x0.
Que o Maracanã nos ofereça um grande espetáculo logo mais (Deuscthland!!! Deuschtland!!!).
Lá de cima, os irmãos Mário Filho e Nelson Rodrigues aplaudirão! Assim como Barbosa!
Van Gaal surpreendeu e colocou o time titular, embora tenha perdido Sneijder no aquecimento. Surreal.
Felipão tirou Fred, Hulk e Marcelo para as entradas de Jô, Willian e Maxwell.
Com 2 minutos, a Holanda já estava na frente no superestádio superfaturado de Brasília, em pênalti marcado por Van Persie, cuja falta de Thiago Silva em Robben aconteceu fora da área. Quinze minutos depois, De Guzman - substituto de Sneijder - recebeu pela direita, com um pé em impedimento, e fez um cruzamento para a área onde havia 6 brasileiros, mais Julio César e somente 2 holandeses. David Luiz fez um corte bisonho de cabeça para o meio da área para Blind ampliar, sem ser molestado
Afinal, quem é o técnico?
Aos 17 minutos, já estava 2x0, com os buracos da Avenida Maxwell, não aquela de Vila Isabel, bairro de Noel Rosa, no Rio mas uma tenebrosa via de acesso ao gol de Julio César. Os erros de arbitragem do péssimo argelino Hamouidi não servem de desculpa. O goleiro Cillessen só fez uma defesa (fácil) em chute de Oscar durante 90 minutos. A todo instante, via-se Hulk, Marcelo, Neymar e Fred, no banco de reservas, cobrindo a boca para não serem pegos no exame labial da TV nos comentários que faziam entre si. O que teriam dito? Em determinado instante, Fred chegou a dar instruções a Felipão após este fazer substituições estapafúrdias e impertinentes durante o jogo. Ficou claro que a Holanda, a exemplo da Alemanha, também tirou o pé no segundo tempo, tamanha a facilidade com que controlou o jogo até o terceiro gol de Wijnaldum, já nos acréscimos, novamente pela Avenida Maxwell, em manjada jogada de overlaping.
Um festival de incompetência, desleixo, desmando e desrespeito à torcida brasileira que ama futebol e aos 68 mil espectadores que lá estavam, testemunhando a pior seleção brasileira em uma Copa, desde 1934, superando até a de 1990, que jogou apenas 4 vezes e venceu 3. Foram 10 gols tomados em 2 jogos finais contra adversários tradicionais que nos respeitaram pela nossa história de glórias mas, principalmente, porque jogamos em casa. De tudo o que se comentou, que se comenta e que se comentará sobre esta campanha, apenas digo que o Chile e a Colômbia poderiam (ou deveriam) ter acabado antes com a maior vergonha que pude presenciar vendo o Brasil em uma Copa! Estou muito envergonhado! Não sei o que acontecerá com o futebol brasileiro a longo prazo mas a curto prazo, o horizonte é sinistro. Não há perspectiva de melhora. A CBF não receberá os tais 48 milhões de reais, mas serão 42 ou 44. E aí? Qual o plano para salvar nosso futebol do naufrágio?
Campanha Patética!
A Holanda sai da Copa invicta, com 5 vitórias e 2 empates. Se tivesse sido mais ousada contra a Argentina, passaria à final com total merecimento.
Wijnaldum fecha o caixão brasileiro!
Argentino, aliás, é o que não falta aqui em Copacabana. Depois da prisão do chefão cambista da Match, o Ray Whelan, seus "vendedores" saíram da frente do Copacabana Palace e estão em todas as esquinas do bairro, atendendo de "barra bravas" à famílias inteiras de argentinos, que dormem ao relento e na areia da praia, estacionam seus carros e vans em qualquer lugar, depois de haverem tomado o Terreirão do Samba, na Praça Onze, e o sambódromo. Na estreia da Argentina contra a Bósnia no Maracanã, vários invadiram o estádio, aproveitando-se de um portão aberto. Já há boatos de que os marginais de torcidas organizadas do Rio se mobilizam para fazer frente a eles. A batalha se anuncia. A Força Nacional e o PelChoque da PM estão por toda a parte. O clima não é bom. Argentinos que acompanham sua seleção em Copas não são os expectadores brasileiros que nos acostumamos a ver. Não são em sua maioria, necessariamente, "barra bravas", mas são torcedores na essência, muitos exagerando na bebida e nas drogas. E seja qual for o resultado amanhã, a confusão é iminente!
No sambódromo, imitando macaco para fotógrafo brasileiro negro!
Torçamos para que a tal "Copa das Copas" só nos envergonhe pelo que o time do Marin, Del Nero, Felipão e Parreira fez (ou não fez) dentro do campo!
E por falar em dentro de campo... Ich Liebe Dich, Deustchland!!!
Logo após a derrota nos pênalties para a Argentina, o técnico holandês Louis Van Gaal reclamou, dizendo que o jogo do terceiro lugar é um absurdo, preferindo pegar logo o voo para Amsterdam. Entretanto, ontem ao treinar no Pacaembu, na escala para Brasília, reclamou de novo, mas agora contra a FIFA e o calendário da Copa, afirmando que o Brasil teria mais um dia para se preparar. Ô meu caro Van Gaal, chega aqui gente boa... Decide aí, pô! Você vai jogar ou vai tomar um W.O.????
O fato é que este jogo é mesmo um absurdo. O pretexto que a FIFA se utiliza para sua realização é atualizar seu ranking maluco, diferenciar premiações, usar algum estádio mais uma vez e permitir que semifinalistas façam uma partida a mais como prêmio de consolação, mas na verdade, serve apenas para seus interesses comerciais e de seus patrocinadores.
Dentro do campo, Brasil e Holanda entrarão com objetivos totalmente distintos. A "Laranja" pode oficialmente iniciar seu natural processo de renovação, colocando em campo alguns jovens reservas que tiveram poucas possibilidades mas deixaram boa impressão, como Depay (que marcou 2 gols), Fer (1 gol), Clasie e Lens. Os brasileiros buscam uma recuperação moral, se é que isso ainda seja possível nesta Copa. Às voltas com um incrível suposto convite da CBF para continuar como técnico, Felipão deve mudar o time, sem nenhuma preocupação com renovação mas em ganhar o jogo. Vai querer continuar batendo na mesma tecla da "pane dos 6 minutos" para justificar o injustificável. Por enquanto, o futuro do futebol do Brasil é tenebroso!
Será o 5o. e o mais melancólico jogo entre as duas seleções em Copas do Mundo. E olha que é difícil escolher qual foi o mais emocionante entre os 4 anteriores. Só jogaço!
- Ganhamos em 94 na campanha do tetra por 3x2, nas quartas, com o desempate no golaço de falta do Branco e o Romário tirando o bumbum da trajetória da bola. Épico!
- Em 98, nas semifinais, o empate de 1x1 levou o jogo para a prorrogação, na época em "morte súbita", que a FIFA "carinhosamente" chamava de golden goal. Que jogo sofrido! Nos pênalties, Taffarel pegou 2, de Cocu e Ronald de Boer, e classificou o Brasil para a Final.
- Já a Holanda de Cruyff e Neeskens venceu em 74 por 2x0, na última rodada da fase semifinal, indo para a Final - o Brasil foi disputar o 3o. lugar e perdeu para a Polônia de Lato (1x0).
- E venceu em 2010 por 2x1, nas quartas, de virada, com gols do "gigante" Sneijder (de 1,70), de cabeça e o outro, vamos dizer assim, gol contra duplo de Julio Cesar e Felipe Melo.
Então, com bola rolando, a Holanda leva pequena vantagem com 2 vitórias, 1 empate e 1 derrota. Bem que o Brasil podia empatar o confronto em jogo menos melancólico...
Cruyff detona em 1974!
Branco e sua falta mágica em 94!
Taffarel leva o Brasil á Final em 98!
Os "Trapalhões" em 2010! Julio Cesar se redimiu em 2014. Já o outro...
O terceiro colocado da Copa do Mundo receberá da FIFA um prêmio de cerca de 48 milhões de reais.
Estou convicto que a Alemanha, que receberá bem mais se for campeã, usaria este prêmio para continuar sua política para o esporte, aplicando-o nos vários centros de treinamento(*) e de formação de jogadores de futebol espalhados pelo país, construídos por sua Federação, em grande maioria, após a derrota na Final da Copa de 2002 para o Brasil, quando jogou com um time "velho", com poucos talentos, confiando muito no seu até então tradicional futebol-força, no goleiro Oliver Khan, no meia Michael Ballack e no oportunismo do hoje recordista Miroslav Klose.
(*) Dos 23 convocados de Joachim Löw, nada menos que 22 passaram por estes CTs. Klose, com 36 anos, é a única exceção.
Centros de Treinamento na Alemanha! Uma Revolução!
Além disso, os alemães usariam parte desse dinheiro para incentivar os times da Bundesliga em continuar fazendo o mesmo trabalho de desenvolvimento de jogadores, uma vez que todos continuassem cumprindo o compromisso legal de saúde financeira e transparência de gestão. Incrementariam os investimentos em pesquisas universitárias para o futebol, no campo da Tecnologia de Informação e nas Ciências Biológicas, Exatas e Humanas e em infra-estrutura de campos de jogo, aparelhos de musculação e de fisioterapia, alojamentos, rouparia, alimentação, além de, obviamente, remuneração adequada aos profissionais envolvidos.
Usariam-no, ainda, para promover debates, workshops, intercâmbios com técnicos, preparadores físicos, médicos, fisiologistas, ex-jogadores, jornalistas e profissionais do mundo corporativo para disseminar conhecimento e atualização de táticas de jogo, aprendizado de fundamentos básicos para jovens, gestão administrativo-financeira, gestão em inovação e marketing, novas técnicas de reabilitação física, noções e jurisprudência em direito esportivo e para, sobretudo, pasmem, exercer a humildade de aprender ainda mais. Elevar as pessoas que conduzem o seu futebol a um nível de excelência tal que os colocassem no alto do pódio, sem nunca verificarem o quão alto estivessem, sem olharem para baixo, não para menosprezar quem quer que fosse mas para não sentirem qualquer temor capaz de demovê-los de continuar olhando para cima.
Esse é o espirito! Essa é a cultura de um povo que reergueu um país destruído moral e civicamente, ao longo dos últimos 70 anos. Sim, o amigo leitor poderá afirmar que a culpa disso tudo foi deles mas o reconhecimento do erro, a luta incensante pela recuperação e a busca da excelência são virtudes que naturalmente foram aplicadas também ao esporte que mais apaixona o mundo inteiro. É trabalhar com alegria. É criar um ciclo vicioso de paixão. A Alemanha é mais que um simples exemplo. É uma meta. É visualizar a barra lá em cima!
Nunca é demais lembrar que a Federação Alemã construiu seu próprio Centro de Treinamento, exclusivo para esta Copa, em comunidade pobre no paradisíaco Sul da Bahia, onde o Brasil foi "descoberto" por Portugal. Construiu, ainda, a estrada que lhe dá acesso. A partir da semana que vem, todo o complexo será doado à prefeitura como local de cultura e lazer. Você está surpreso, estupefato, de boca aberta? Eu fiquei. Não sou alemão! Como é mesmo aquela história? "Sou brasileiro, não desisto nunca!" É piegas, mas precisamos acreditar nisso.
Assista ao clipe da Alemanha em Santo André, Cabrália, Sul da Bahia:
Então, se o Brasil vencer a Holanda, a Confederação Brasileira de Futebol receberá 48 milhões de reais.
Ainda falta muito para o povo brasileiro entender o real significado dos 7x1. Um jogo trágico que, de fato, mancha a centenária história da nossa seleção, mas somente sob o ponto-de-vista minimalista e de curto prazo. Há somente um personagem que realmente se incomoda com isso: o torcedor brasileiro, usado pelos que se servem do futebol - e que não se incomodam com isso - como fonte de enriquecimento (lícito ou ilícito).
É para ele, o torcedor, que os que se servem do futebol encobrem os verdadeiros motivos da derrota.
Mas então... quais foram os motivos da derrota?
Releia o texto.
Quantas vezes achar que seja necessário!
- "NU ALS SLECHTS"
- "PERO NO ME PONGA LA BESTIA DE LA FORTALEZA"
- "Oke. VOLGENS"
Imagino que este possa ter sido o diálogo entre os técnicos de Argentina e Holanda ao se cumprimentarem, quando se encontraram antes do jogo no PTzão, ou Lulão, ou Impressorão, em São Paulo. Não entendeu? Traduzindo...
- "Oi, Laranja! Vamos logo aos pênalties?" - "Só se for agora!"
- "Mas não coloque a Besta da Fortaleza!" - "Tudo bem. De acordo!"
Um diálogo como esse poderia perfeitamente justificar o péssimo jogo que argentinos e holandeses nos proporcionaram em 120 minutos. Como bem afirmou meu amigo tricolor Ênio Lopes, parecia que os times não queriam passar pela vergonha brasileira de ontem. Parece que Alejandro Sabella é quem mais temia por isso. Sem Di Maria, optou por Perez, que já o havia substituído contra a Bélgica, bom jogador mas sem nenhum poder de conclusão como o titular, e recuou ainda mais o Mascherano para jogar entre os seus sofríveis zagueiros. Mascherano salvou seu time da derrota no último minuto ao travar chute de Robben na pequena área. Mascherano foi o melhor jogador em campo, corrigindo, com disposição e senso de cobertura incomuns, todas as gritantes deficiências técnicas dos fracos Demichelis e Garay. Os laterais Zabaleta e Rojo não passaram da linha que divide os campos. A Holanda ficou mais com a bola mas o bloqueio argentino, comandado por Mascherano, me lembrou os ônibus que o José Mourinho costuma estacionar na frente do seu gol.
Messi e Sneijder se reencontram 8 anos depois. O resultado foi o mesmo. O futebol ruim, também.
Messi bateu uma falta com perigo, bem defendida por Cilessen, e fez uma boa jogada pela direita, já na prorrogação, que Maxi Rodriguez desperdiçou. Só. A marcação sobre "La Pulga" (leal, típica europeia) de Vlaar e De Vrij foi exemplar. Higuain teve uma boa chance. Só. Sneijder, Kuyt, Wijnaldum viravam o jogo de um lado pro outro. Só. Van Persie, nulo. Robben, apenas um chute e o lance com o Mascherano. Só. Um jogo muito pobre que marcou a primeira semifinal de Copa terminada em 0x0.
Robben se desespera no último minuto. Mascherano, perfeito.
Louis Van Gaal, que vai assumir o Manchester United ainda neste mês, não quis repetir a dose com o goleiro Krul, a Besta da Fortaleza Laranja. Poderia ser mais do mesmo, pode ter pensado. Pelo jeito, não é técnico que se utiliza do velho clichê do mundo corporativo em que o "sucesso do passado não garante o futuro". Dessa vez, era necessário prestigiar o titular, o bom e tranquilo Cilessen. Embora não demonstrasse em entrevista coletiva após a vitória nos pênalties contra a Costa Rica, era evidente que o titular não ficou satisfeito em ser preterido. Os goleiros, e não os batedores, são sempre os protagonistas em uma disputa de pênalties. Ao se considerar que 10 cobranças podem ser efetuadas, eles aparecerão 5 vezes cada, na tela da TV. Exceto pela trave ou a linha de fundo, eles é que determinarão quem vencerá.
Romero pega o segundo pênalti do "carrasco brasileiro" Sneijder.
Meu caro Van Gaal, cá entre nós, sem que ninguém nos ouça! Falarei baixinho! A Besta pegaria aquele último, tá?
