segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O PROFETA TRICOLOR







"Estava escrito há dois mil anos que o Fluminense seria campeão!"





Hoje em sua edição no caderno de esportes, O Globo destaca o 3o. campeonato brasileiro do Fluminense, publicando no alto das páginas da cobertura do jogo de ontem, frases célebres do grande cronista esportivo, dramaturgo e escritor, Nelson Rodrigues, o maior torcedor tricolor no território de São Pedro: o Céu!
"Os vivos saíram de suas casas, os mortos de suas tumbas e, juntos, comemoraram mais um título do Fluminense!"

Era 1999. Mais de 50 mil pessoas estavam numa manhã abafada e ensolarada de domingo no Maracanã. Não era a chegada de Papai Noel. Nem missa do papa João Paulo II. Tão pouco um show do Roberto Carlos (o cantor) ou do Frank Sinatra. Era simplesmente a torcida do Fluminense iniciando a tormenta da série C do campeonato brasileiro. E não há outro motivo pelo qual o clube, após irresponsáveis e desprezíveis administrações, não acabou literalmente: A Torcida Tricolor!

"Pode-se identificar um tricolor entre milhares, entre milhões! Distinguem-se dos demais por uma irradiação específica!"

As demonstrações de amor e paixão de seus torcedores mantiveram o Fluminense vivo ao longo de mais de uma década de alguns títulos (cariocas em 2002 e 2005 e a Copa do Brasil em 2007) e boas campanhas nos Brasileiros de 2001, 2002, 2005 e 2007. Todavia, foi a partir da Libertadores de 2008 que a torcida tricolor mostrou ao mundo do que era capaz em termos de inovação, união, organização, inteligência, iniciativa, criatividade, beleza e muito, muito amor por um clube de futebol.

"Se quereis saber o futuro do Fluminense, olhai para seu passado. A História Tricolor traduz a predestinação para a glória!"


"Uma torcida, porém, não vale a pena pela sua simples expressão numérica... E a torcida tricolor leva um imperecível estandarte da paixão!"


Do inferno do "quase rebaixamento" em 2009 à conquista do título em 2010! Um ano de apoteótica evolução jamais vista e encerramento inesquecível de mais uma década no futebol brasileiro.

"Ser tricolor não é uma questão de gosto ou opção mas um acontecimento metafísico, um arranjo cósmico ao qual não se pode - e nem se deseja - fugir!"

O 1o. clube de futebol no Rio de Janeiro. O 1o. campeão carioca. O 1o. estádio do Brasil. O 1o. gol do Brasil em Copas do Mundo (Preguinho). O 1o. campeão do Maracanã. O 1o. carioca campeão brasileiro. O 1o. campeão do Engenhão.

"O Fluminense tem a vocação para a eternidade. Tudo pode passar, só o Tricolor não passará, jamais!"

Mais, muito mais que os acertos do comando explícito de Muricy de fora do campo e o implícito de Conca de dentro dele, o Fluminense deve seu terceiro título do campeonato brasileiro a 9 milhões de pessoas: sua eterna e apaixonada torcida!


Ave Nelson Rodrigues!

"Eu vos digo que o melhor time é Fluminense! E podem me dizer que os fatos provam o contrário que eu vos respondo: pior para os fatos!"

P.S.1: Perdoem-me os não-tricolores! Este blogueiro não tem sangue de barata!
P.S.2: Agradecimentos especiais:
a) Fred Giannini, presidente da Souza Flu, Barueri que o diga!
b) Claudio Maes, da Flusócio: por sua causa, eu levantei o mosaico verde ontem no Engenhão!
c) Meu Pai: mais um título juntos! Não tem preço!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Outubro Glorioso de Dios!













Quiseram os Deuses do Futebol que as maiores manifestações de sua arte nascessem em outubro. Depois do Rei (23), dois gênios: Garrincha (28) e Maradona (30).

Embora fora de campo, os gênios possuam grandes semelhanças de ascensão e queda, nosso "mané" tinha algo que "el pibe" nunca teve: inocência e humildade. Como este é um blog de futebol, é de futebol, ou seja, de dentro do campo, que vamos falar!

Meu pai me diz que quando Garrincha pegava na bola pela meia ou ponta-direita e partia pra cima do 1o. de muitos marcadores que seriam enfileirados, a probabilidade de sair um gol do Botafogo ou do Brasil era muito grande. Quando ele próprio não entrava com bola e tudo, Quarentinha ou Amarildo agradeciam. Ou Vavá, ou Pelé na seleção. Na final do Campeonato Carioca de 1957, meu pai estava no Maracanã e, mesmo tricolor, teve que aplaudir o Botafogo golear o Fluminense por 6 x 2. O Grande Castilho, Altair, Jair e Pinheiro não foram capazes de parar Garrincha. Eram mortais, de grande estirpe, mas inoperantes diante do Gênio. E assim sofreram (e bateram, como bateram) todos os laterais e zagueiros pela esquerda do Brasil. No mundo, eram todos "joões". Nilton Santos foi esperto, muito esperto em 1955, quando exigiu que Carlito Rocha contratasse logo aquele trombadinha de pernas tortas que lhe enfiou uma bola por entre as pernas no primeiro treino em General Severiano. A "Enciclopédia" não tinha este apelido à toa! Se estivesse vivo, Manoel Francisco dos Santos completaria 77 anos em 2010 e, sem dúvida, daria mais alegria, inocência e colorido ao mundo do futebol! Paz, Mané!

Nos meus 43 anos de vida, dos quais uns 36 como testemunha ocular da história do futebol, Diego Armando Maradona foi insuperável! Ainda ontem, assisti no Sportv, nas comemorações dos 50 anos de Diego, o filme "La Mano de Dios". Feito em 2007, o longa mostra sua vida desde sua infância, na favela Villa Fiorito, nos arredores de Buenos Aires, até sua internação em manicômio. Como já disse, é um blog de futebol e o filme, mesmo de produção argentina, é surpreendentemente imparcial no enfoque de sua vida. Os atores selecionados eram de impressionante similaridade quando menino, adolescente e adulto. Claro que, além das desgraças das drogas, tem muito, muito futebol. Futebol de Maradona: Argentinos Jrs, Boca Juniors, Barcelona, Napoli e a Seleção Argentina! Assim como Garrincha em 1962, ganhou sozinho a Copa de 1986! A parte do jogo contra a Inglaterra é a melhor delas. É o seu ápice como futebolista!

É uma pena para os argentinos que Maradona não tenha se aproveitado da televisão, da internet, de redes sociais, da mídia como um todo, para se transformar numa espécie de embaixador do futebol, criar ongs com o seu o nome para tirar crianças e jovens do mundo das drogas que quase o mataram, viajar o mundo divulgando sua imagem de jogador e de homem recuperado de um drama pessoal infelizmente tão comum no mundo globalizado. Pena mesmo! Ao invés de se preocupar com isso, continua manchando sua reputação desfilando bravatas, palavrões, caras e bocas, como técnico (?) e ex-jogador. Quando você vai amadurecer, Diego? Que Dios continue te protegendo. E como Ele faz isso.

Por tudo isso, faço um apelo para que o amante do futebol, como eu, tenha guardado em sua memória, os lances e os gols que estes dois gênios nos proporcionaram dentro de um estádio de futebol.

E saibam que, se quiserem ter filhos nascidos em outubro, precisam consumar seu ato sexual com sua parceira, esposa em janeiro, valeu? Quem sabe alguém não esteja quebrando a casca do ovo?

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O que é PELÉ, 70 anos depois?

Resposta: o próprio futebol !
Sim, Pelé, o jogador do Santos e do Brasil. Exemplo de atleta profissional por 21 anos, inclusive o tempo de New York Cosmos.

Todo mundo está cansado de ver vídeos, filmes, fotos e depoimentos sobre o Rei. E aqui vai mais um: https://www.youtube.com/watch?v=B1-v5n8-hxw. Imperdível também é o filme/DVD "Pelé Eterno". Sensacional.

Enquanto empresários, clubes de aluguel e dirigentes inescrupulosos (de)formam jogadores nas divisões de base nos dias de hoje, o jogador Pelé desfilou (e ensinou) ao longo de toda a sua carreira os fundamentos do esporte: passes precisos, lançamentos primorosos, dribles desconcertantes, fugas de marcação, piques espetaculares, matadas no peito, na coxa, no ombro, na cabeça. Jogos em estádios (e campos) de todo o mundo, com o campo seco, "careca", molhado, úmido, encharcado; de manhã, de tarde, de noite, de madrugada; com sol, com chuva, com lua cheia, quarto minguante, quarto crescente, lua nova; na altitude, ao nível do mar; com bola branca, laranja, preta e branca, colorida. Somente 2 camisas (3 com o Cosmos), parou guerras, competiu com os Beatles em idolatria (e os venceu).

Gols. Milhares. Literalmente. 1281 em 1371 (0,93 por jogo) jogos oficiais e não-oficiais. Muitos gols de pé direito, de pé esquerdo, de cabeça, de peito, de coxa, de joelho, de bicicleta, de voleio, de puxeta, de bate-pronto, de pênalti, de falta, dentro da pequena área, da grande área, de fora da área, da intermediária e, quase, da linha do meio-campo. Pô Pelé, você não fez gol olímpico? E nem de tiro de meta? Que falhas...

O soco no ar imortalizado ao celebrar o gol representava a gana e a vontade de vencer todos os jogos que disputava. Conquistou o título "Rei" em uma época em que não havia os "cabeças-de-bagre" que hoje mancham Copas do Mundo e o futebol mundial com sua mediocridade. Só para não alongar, de 1958 a 1970, A Alemanha teve Sepp Mayer, Beckenbauer, Uwe Seller, Overath, Gerd Muller. A Inglaterra teve Gordon Banks, Bobby Moore, Bobby Charlton, Matthews, Lee, Hunt, Geoff Hurst. A Itália teve Albertosi, Mazzolla, Gigi Riva, Rivera, Fachetti. A Espanha teve Di Stefano, Gento, Suarez, Kubala, Del Bosque. Portugal teve Eusébio, Simões e Coluna. Argentina teve Rattin, Veron, Ramos Delgado, Perfumo, Brindisi, Labruna. Uruguai teve Mazurkiewcz e Pedro Rocha. A França teve Fontaine, Kopa e Laurent. Até o hoje combalido Peru teve Cubillas e Chumpitaz. Isto tudo sem falar da URSS de Lev Yashin, o Aranha Negra!

É justo também destacar que Pelé não foi Pelé sozinho. Teve Garrincha (os 2 juntos na seleção jamais perderam em mais de 60 jogos), Gilmar, Didi, Nilton Santos, Zito, Djalma Santos, Vavá, Coutinho, Pepe, Dorval, Mengálvio, Pagão, Joel, Lima, Gerson, Jairzinho, Tostão, Rivelino, Carlos Alberto Torres, Clodoaldo, Piazza, Edu, Toninho Guerreiro e tantos outros.

Ainda bem que na sua época, não havia transmissões ao vivo, via satélite, muito menos a cores. Nem tão pouco internet e redes sociais. O que era raro continuará raro. E em preto e branco. Que a imaginação de cada apaixonado por futebol trate de colorir cada lance, cada gol, como se cada um estivesse, não na frente de uma televisão, mas em todos, absolutamente todos os estádios que foram visitados por Ele.

Parabéns ao jogador Pelé! 70 anos do maior de todos!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Reconhecimentos: Bangu - Campeão Torneio de Nova York 1960

Téc: TIM
Em Pé: Joel Martins, Ubirajara Mota, Faria, Ananias, Zózimo e Nilton Santos. Agachados: Correia, Zé Maria, Luis Carlos, Ademir da Guia e Beto.









Chegou a vez do Bangu. Lembrando que foi um texto do jornalista rubro-negro Roberto Assaf que me motivou a escrever esta série Reconhecimentos. Lembrando ainda que o que me motivou mesmo foi seu erro histórico em afirmar que o Bangu foi o primeiro campeão mundial da história do futebol. Como já vimos, esse mérito foi do Palmeiras em 1951 e, depois, o Fluminense em 1952, ambos com a Copa Rio.

Contudo, o Bangu não tem nada a ver com os erros do Assaf e conquistou de maneira brilhante este Mundial Interclubes em 1960. Um milionário norte-americano chamado William Cox havia recém fundado a International Soccer League e como forma de promovê-la, criou o Torneio que deveria ser disputado até 1965.

Era uma grande incógnita, dado o desprezo que os norte-americanos sempre deram ao "soccer"! Mas o torneio teve boa média de público e contou com a participação de 12 equipes. Da América do Sul, o único que seria convidado era do Brasil, campeão mundial em 1958. E o convidado foi o Fluminense, campeão do Rio-São Paulo de 1959, que recusou o convite. Não havia cachê e os jogos seriam coincidentes com o do Rio-São Paulo do mesmo ano. O Palmeiras, campeão paulista de 1959, foi então convidado e recusou exatamente pelos mesmos motivos. Como o Fluminense também era o atual campeão carioca, o Bangu, como vice, acabou aceitando o convite e foi atrás de fama e prestígio, mesmo pagando a viagem, hospedagem e alimentação de toda a delegação.

O Bangu tinha um grande time. Ubirajara Mota no gol. Joel Martins na lateral direita, depois contratado ao Botafogo, fez parte do grande time de 67/68, bicampeão carioca com Jairzinho, Gerson e cia, depois foi técnico das divisões de base e do time principal do alvinegro. Zózimo, campeão mundial em 62, Mário Tito, grande zagueiro, depois contratado ao Corinthians. Ananias, na lateral esquerda, Décio Esteves, centroavante, e depois técnico do próprio Bangu durante muito tempo e um jovem craque de 18 anos chamado Ademir da Guia que dispensa comentários sobre o que fez adiante na carreira. O técnico, o lendário Elba de Pádua Lima, o Tim, El Peon, craque do Fluminense e da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1938.

De 30/06 a 06/08, as equipes ficaram divididas em 2 grupos, com jogos em Nova York e Nova Jersey. No A, Bangu (BRASIL), Sampdoria (ITÁLIA), Rapid Viena (ÁUSTRIA), Sporting (PORTUGAL), Norrkoping (SUÉCIA) e Estrela Vermelha (IUGOSLÁVIA). No B, Bayern Munique (ALEMANHA), Burnley (INGLATERRA), Kilmarnock (ESCÓCIA), Glenavon (IRLANDA), Nice (FRANÇA) e New York Americans (EUA).

Jogando dentro de cada grupo, o Bangu foi o vencedor do A e, surpreendendo o grande Bayern, o Kilmarnock, venceu o B. Na final, Ubirajara Mota defendeu pênalti e os "mulatinhos rosados" venceram por 2x0, gols de Valter, que substituiu Ademir nesta final, um em cada tempo, diante de mais de 25.000 pessoas, no Polo Grounds Stadium em Nova York.
A Campanha do Bangu:
4 x 0 Sampdoria
3 x 2 Rapid Viena
5 x 1 Sporting
0 x 0 Norrkoping
2 x 0 Estrela Vermelha
2 x 0 Kilmarnock

Foram 6 jogos com 5 vitórias, 1 empate, nenhuma derrota. 16 gols marcados e 3 sofridos.
Reconheça-se: o Bangu foi campeão mundial interclubes de 1960! Será que quem mora ou torce atualmente pelo Bangu sabe disso?

Pesquisa: www.bangu.net e Diário Lance de 13/08/10

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A Rainha das Piscinas

















Primeiro, leiam a entrevista de Zico, ontem à tarde, em sua casa, ao repórter Eric Faria, da Globo.
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2010/10/nao-abandonei-o-barco-eu-fui-chutado-do-barco-afirma-zico.html

Agora, finja que você é a "Mulher Sorridente" aí de cima e responda as perguntas abaixo:
Você sabe quantos títulos o Zico conquistou com a camisa do Flamengo?
Você sabe quantos gols o Zico fez com a camisa do Flamengo?
Você sabe dizer quantos anos o Zico passou jogando somente no Flamengo, no Brasil, em toda a sua carreira?
Você sabe quantas pessoas pagaram para estar no Maracanã para ver a despedida do Zico no Flamengo, em fevereiro de 1990? A propósito, quantas pessoas pagaram para ver sua despedida das piscinas? Foi quando mesmo?

Todos sabem que não sou torcedor do Flamengo mas minha paixão pelo futebol me faz refém dos craques dentro e fora dos campos. Mesmo que o Zico não tenha sido um grande técnico em carreira exclusivamente internacional (Sel. Japão, Bunyodkor, Fenerbahce, CSKA e Olimpyakos), chega-se ao cúmulo da Presidente do clube de maior torcida do país "passar por cima", desrespeitando o maior ídolo de sua instituição, profissional exemplar como jogador, cidadão íntegro, em benefício de seu status quo e do "Capitão" Leo, agitador, chefe de torcida, antecedentes policiais, feito por este mesmo clube, desta mesma torcida, deste mesmo ídolo, Presidente do Conselho Fiscal.
Aos poucos, O Flamengo vai enterrando seus ídolos vivos, em especial, com os campeões intercontinentais de 1981. Júnior foi demitido pelo Marcio Braga no fracassado projeto Fla-Futebol, Adílio, demitido das categorias de base, Andrade, sem comentários e agora, inacreditavelmente, o Zico.

Em tempo, Luiz Augusto Veloso está de volta e o Flamengo vai disputar um campeonato paralelo com os times que estão nas últimas posições neste final de Brasileirão. Depois do Atlético-GO, em Volta Redonda, serão Avaí, Ceará, Atlético-MG e Santos, todos fora de casa, além do clássico com o Vasco. E ainda pega o Corinthians, Inter e Cruzeiro em casa. Vida dura!
Patricia, escala o Capitão Leo. E lhe dê a braçadeira pois ele é Capitão!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Eu Avisei em Julho!

Lá se foi umas das esperanças de renovação na cultura e no trato do futebol brasileiro fora das quatro linhas: Zico, que desceu do Olimpo da Gávea por amor ao clube, deixou hoje a diretoria de futebol do Flamengo. Em seguida, o vice-presidente de futebol, Vinicius França, também entregou o cargo.
O que é o Flamengo em 2010?

Uma presidente eleita pela oposição que nada entende de futebol. Foi uma nadadora muito boa em âmbito nacional e sul-americano. Manteve os mesmos nomes responsáveis pelo futebol da administração anterior, contrária a sua eleição: Hélio Ferraz (O Super-Helinho: lembram do jingle: 222, duzentos e vinte e dois, Super-Helinho, pra Senador), Cabo Anselmo e Capitão Leo. É quartel? Este último, estava preso há pouco dias por desacato e provocação de tumulto e briga após o último Fla-Flu. Era chefe de torcida e virou Presidente do Conselho Fiscal ou Deliberativo. Meu Deus!
Patricia Amorim demorou muito a se manifestar sobre seus 3 tenores que enfeitaram as páginas policiais. Demitiu bem o Marcos Braz mas errou com o Andrade, grande ídolo e funcionário do clube mas que não pode ser técnico do time principal.
Anunciou a demissão do goleiro "mata-mata" por justa-causa, sem que sua sentença já houvesse transitado em julgado. Teve que voltar atrás e expôs o nome da instituição Flamengo por erro jurídico básico.
Tentou a tacada certa e decisiva quando Zico aceitou seu convite, com toda imprensa, torcida e opinião pública a favor mas não lhe deu apoio financeiro e mercadológico para fazer boas contratações, demitiu o Rogério por pressão da torcida (cúmulo do amadorismo) e se esqueceu de blindá-lo contra os corneteiros de plantão e um boato terrível de favorecimento ao CFZ. Lamentável papel! Mas contratou o Cesar Cielo e o Nicholas Santos na Natação! Afinal, é o seu esporte!
Soube da demissão do Zico por SMS (torpedo)!
Agora o Flamengo tem a torcida fazendo protesto na Gávea, o futebol não tem comando nem fora nem dentro do campo (Silas, o que não faz gol contra, estará fora já já!) e amanhã, clássico contra o Botafogo. A posição é 15º na tabela. Em 26 partidas, o Flamengo ganhou 6. Na 17º, tem rebaixamento.
Zico preferiu os netos. Estará errado?

Uma Coisa Só!


Uma pequena e triste pausa nos Reconhecimentos.

Leiam este texto com olhar crítico. Não clubístico. Será que conseguem? A verdade sobre Corinthians e CBF. Erros de arbitragem acontecem a todos os times. Enquanto a arbitragem não for profissional, será assim. Clique aqui: http://www.verdazzo.com.br/dossiegamba2010/

O atual time do Corinthians é muito bom mas, pode parecer clichê (e é), não precisa disso para ser campeão. Mas todos esses árbitros e assistentes estão sempre escalados na Libertadores, Sul-Americana, Mundiais sub-20, sub-17 e novos aspirantes à FIFA. Você sabe o nome do Presidente do Conselhos de Árbitros da CBF? Não é interessante divulgar.
Alguém sabe por que o pilantra do Sanchez (e ele faz questão de mostrar a todos que é pilantra), presidente do Corinthians, foi o chefe da delegação brasileira na África do Sul?
Alguém sabe por que o Sanchez disse, ainda no ano passado, que o Morumbi não seria sede em 2014 e que um novo estádio seria construído, sem citar que seria o seu próprio? Volte aqui na postagem sobre os "Elefantes Brancos". Este blog já os avisava sobre isso.
Algúem sabe por que o Sanchez cedeu o Mano Menezes, de graça, à CBF, após um teatro com o Muricy, que todos sabiam que o Fluminense não o cederia?
Alguém sabe por que Sanchez foi o principal cabo eleitoral do "ilibado" Kleber Leite, candidato oficial da CBF derrotado à presidência do Clube dos Treze?
Alguém sabe por que Sanchez continua fazendo negócios com o Kia Chaboori não-sei-o-quê para erguer seu estádio, lavando dinheiro com a verba oficial da Copa, lembrando que os negócios do Kia com Dualibi, levaram o time à Segundona e ao impeachment do próprio Dualibi?
Alguém sabe por que o jogo Vasco x Corinthians foi adiado? Sim, sabemos. Era o Centenário do Corinthians e houve comemorações. Belo motivo, não?
Mídia em geral quer mais é que o Corinthians e o Flamengo sejam sempre campeões. Vende. A CBF gosta. A Globo, então...
Nós gostamos demais de futebol para abandoná-lo de vez. Pena. É como o voto nulo. Se houvesse 50% mais um de votos nulos, as eleições seriam canceladas e novos candidatos teriam que surgir. E o STF não aprova o Ficha Limpa e ainda diz que não precisa mais dos 2 documentos pra votar a 4 dias das Eleições, beneficiando o PT, assustado com pequena queda nas pesquisas. Gilmar Mendes e Guilherme Toffoli foram indicados pelo Lulla (com 2 "eles", como o Collor!). Não há voto direto para o STF.
Você vai torcer para o Brasil vencer a Copa de 2014? Não se preocupe. Já ganhamos. A CBF não é muito diferente da FIFA!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Reconhecimentos: Fluminense - Campeão II Copa Rio 1952


Em Pé: Píndaro, Edson, Bigode, Jair, Castilho e Pinheiro. Agachados: Telê Santana, Orlando "Pingo de Ouro", Marinho, Didi e Quincas.


A Copa Rio de 1952 foi antecipada em 1 ano por solicitação do próprio Fluminense pois como campeão carioca de 1951 (o primeiro do Maracanã), teria o direito de disputá-la no ano de seu cinquentenário. A CBD e a FIFA acataram o pedido.

O Fluminense vivia a época do "timinho". O lendário técnico Zezé Moreira não gostava de estrelas e pregava o futebol solidário com jogadores que priorizavam o coletivo sobre o individual. Foi assim que o tricolor impediu um tricampeonato carioca inédito e iminente para o Vasco, "Expresso da Vitória", em 1951. Contudo, não dá para afirmar que um time que tinha Castilho, Didi, Orlando Pingo de Ouro, Telê, Píndaro e Pinheiro não fosse um time de craques. Para muitos historiadores do futebol brasileiro, Castilho foi o maior goleiro brasileiro de todos os tempos. Jogou somente pelo Fluminense de 1949 a 1964. Titular em 54, reserva em 50, 58 e 62. Chegou a decepar o dedo mindinho esquerdo para não desfalcar o time. Ídolo de toda uma geração. Didi, revelado pelo Madureira em 1949, chegou ao Flu com 19 anos no ano seguinte. Bi Mundial em 58 e 62 (já jogando pelo Botafogo), recebeu o apelido de "Príncipe Etíope" do célebre Nelson Rodrigues. Elegância, chute com efeito, lançamentos precisos. Telê, o "Fio da Esperança", se tornaria uma das maiores personalidades do futebol brasileiro, jogando no Flu de 1950 a 1960, e como técnico da seleção em 82 e 86 e bicampeão intercontinental com o São Paulo em 92 e 93. Em 1961, quando encerraria a carreira no Madureira, seu time perdia por 5x0 exatamente para o Flu. No fim do jogo, Telê fez o gol de honra do "madura" e a torcida tricolor no Maracanã comemorou como se fosse o sexto. Pinheiro, reserva em 50 e titular em 54, foi por muito tempo técnico das categorias de base do Fluminense.

De 13/07 a 02/08, a competição foi disputada nos mesmos moldes de 51. No Grupo A, jogado no Maracanã, Fluminense (campeão carioca de 1951), Sporting (campeão português), Peñarol (campeão uruguaio) e Grasshoppers (campeão suíço). No Grupo B, jogado no Pacaembu, Corinthians (campeão paulista de 1951), Austria Viena (campeão austríaco), Saarbrucken (campeão alemão) e Libertad (campeão paraguaio). Nas semifinais, o Fluminense, 1o. de A, eliminou o Austria Viena, 2o. de B e o Corinthians, 1o. de B, eliminou o Peñarol, 2o. de A.
Final brasileira no Maracanã. O Corinthians tinha Gilmar no gol, e um histórico ataque com Luisinho e Baltazar "cabecinha de ouro". Em duas partidas, o Flu venceu a primeira por 2x0 e com o empate na segunda em 2x2, garantiu o título.
A Campanha do Fluminense:
0 x 0 Sporting
1 x 0 Grasshoppers
3 x 0 Peñarol
1 x 0 Austria Viena
5 x 2 Austria Viena
2 x 0 Corinthians
2 x 2 Corinthians

Em 7 jogos, foram 5 vitórias, 2 empates e nenhuma derrota. 14 gols marcados e 4 sofridos. Marinho e Orlando Pingo de Ouro foram os artilheiros com 5 gols cada.
Reconheça-se: o Fluminense foi o 2o. Campeão Mundial Interclubes, no ano de seu cinquentenário - II Copa Rio 1952 !

A Copa Rio deveria continuar a cada 2 anos mas a desorganização do futebol brasileiro tratou de destruí-la. Vendo o sucesso e prestígio da competição, os clubes do Rio e São Paulo quiseram "inchá-la", colocando 2 representantes de cada estado. Os clubes estrangeiros não concordaram em alongar o torneio em virtude de estarem em início de temporada e não disporem de datas para irem ao Rio. Durante 8 anos, até 1960, nenhum torneio mundial interclubes foi disputado. Depois, a polêmica começou...

fotos e tabelas: www.campeoesdofutebol.com.br e www.flumania.com.br

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Reconhecimentos: Palmeiras - Campeão I Copa Rio 1951
















Em pé: Dema, Salvador, Túlio, Luis Villa, Fabio Crippa e Juvenal. Agachados: Lima, Ponce de Leon, Liminha, Jair da Rosa Pinto e Rodrigues.

Deste time, Jair era o grande craque, Titular em 50, grande artilheiro e capitão. Juvenal, também de 50, contratado ao Vasco. Rodrigues, revelado pelo Fluminense em 46, também contratado ao Vasco, foi reserva em 50 e titular absoluto em 54. Uma bomba na perna esquerda!

No site da FIFA, em "release" do dia 15 de dezembro de 2007, está muito claro que a entidade máxima do futebol não reconhece as Copas Rio de 1951 e 1952 como Mundiais Interclubes. Também não reconhece as Copas Intercontinentais (Copa Toyota) entre os vencedores da Taça Libertadores da América e da Liga dos Campeões da Europa, disputadas de 1960 a 2004, em dois jogos e, a partir de 1979, em somente um jogo, no Japão. Contudo, não "retira" o caráter "oficial" das entidades que organizaram tais competições, até mesmo porque, cedeu árbitros e delegados de partida, além de terem sempre sido assistidas por autoridades continentais do futebol, ligadas à FIFA. Desta maneira, a importância de tais competições está (e sempre estará) comprovada de fato e de direito.
Em 1951, na onda da Copa do Mundo no ano anterior, a então CBD decidiu criar a "Copa do Mundo de Clubes", de 30/06 a 22/07, convidando campeões nacionais de alguns países para virem jogar no Maracanã e no Pacaembu, em São Paulo. O nome Copa Rio justificava o fato da grande final ser jogada no estádio carioca, mesmo que houvesse um finalista paulista ou nenhum brasileiro. (E foi exatamente o que aconteceu em sua 1a. edição.) Como não havia um campeonato nacional (apenas o recém-criado Torneio Rio-SP), os campeões estaduais do Rio e São Paulo foram convidados a representar o futebol brasileiro.
No grupo A, jogado no Maracanã: Vasco (campeão carioca de 1950), Sporting (campeão português), Nacional (campeão uruguaio) e Áustria Viena (campeão austríaco).
No grupo B, jogado no Pacaembu: Palmeiras (campeão paulista de 1950), Juventus (campeão italiano), Nice (campeão francês) e Estrela Vermelha (campeão iugoslavo).
Para as semifinais, o Palmeiras, 2o. de B, venceu o Vasco, 1o. de A, em 2 jogos. O primeiro, vitória paulista por 2x1. O segundo, empate em 0x0. Ambos no Maracanã.
No Pacaembu, a Juventus, 1o. de B, bateu o Áustria Viena, 2o. de A, com uma vitória de 3x1 e um empate em 3x3.
Para os 2 jogos finais marcados no Maracanã, a diretoria do Palmeiras tentou de tudo para levá-las ao Pacaembu. Não conseguiram mas obtiveram o compromisso de que a torcida do Vasco compareceria ao Maracanã para apoiar os paulistas, com ingressos mais baratos. Começava aí uma grande amizade entre as duas torcidas que perdura até hoje: 100.093 torcedores estiveram no Maracanã para assistir e torcer pela conquista do Verdão, dos quais, calcula-se, 90% de vascaínos, tamanho número de bandeiras com a cruz de malta presentes na arquibancada!
A Campanha do Palmeiras:
3x0 NICE
2x1 ESTRELA VERMELHA
0x4 JUVENTUS
2x1 VASCO
0x0 VASCO
1x0 JUVENTUS
2x2 JUVENTUS

7 jogos, 4 vitórias, 2 empates e 1 derrota. 10 gols marcados e 7 sofridos. Reconheça-se: Palmeiras, 1o. Campeão Mundial Interclubes, I Copa Rio 1951.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Reconhecimentos: Vasco - Campeão Sul-Americano de 1948





Em pé, da esquerda para a direita: Augusto, Barbosa, Rafanelli, Danilo, Jorge e Eli.
Agachados: Djalma, Friaça, Ademir, Lelé e Chico.


Dois anos depois desta conquista, o Vasco seria a base da seleção brasileira da Copa de 1950. Perdemos, como todos sabem, mas foi a única vez na história das copas que um time teve os 11 titulares convocados para uma seleção brasileira e 6 titulares. Da equipe aí de cima: Barbosa, um goleiro espetacular que levou para o túmulo a falha no gol de Gigghia, Augusto, Danilo (O Príncipe), Eli, Friaça (que fez o gol brasileiro na final de 50 mas já havia sido contratado pelo São Paulo) e Chico. Ademir Menezes não jogou a final em 48, contundido, mas o "Queixada" era o grande artilheiro da equipe, além de ter sido o artilheiro da Copa de 50 com 8 gols.

Por iniciativa do Colo-Colo, time mais popular do Chile, pela 1a. vez na História, um torneio com os principais campeões dos países da América do Sul foi realizado. A Confederação Sul-Americana (a Conmebol atual) deu seu aval e sete equipes disputaram o Sul-Americano em turno único, todos contra todos, no Estádio Monumental de Santiago do Chile, do Colo-Colo. Como não havia um campeonato brasileiro ou qualquer outra competição a nível nacional nesta época, o Vasco, campeão carioca de 1947, acabou convidado a representar o Brasil. Até mesmo porque já era a base da seleção brasileira na época.

De 11/02 a 17/03, o "Expresso da Vitória" foi campeão invicto com a seguinte campanha:

2 x 1 LITORAL (Bolívia)
1 x 0 EMELEC (Equador)
4 x 0 MUNICIPAL (Peru)
4 x 1 NACIONAL (Uruguai)
1 x 1 COLO-COLO (Chile)
0 x 0 RIVER PLATE (Argentina)

Em 6 jogos, foram 4 vitórias, 2 empates e nenhuma derrota. 12 gols marcados e 3 sofridos.

Reconheça-se: Vasco foi o 1o. primeiro campeão sul-americano de clubes, em 1948! Detentor, portanto, de 2 títulos continentais, o segundo, 50 anos depois, a Taça Libertadores da América em 1998!


domingo, 5 de setembro de 2010

Reconhecimentos - Uma Nova Série

Em sua coluna no jornal Lance! do último dia 12 de agosto, "O Baú do Assaf" , o jornalista Roberto Assaf, flamenguista roxo, faz uma homenagem, muito justa, ao aniversário de 50 anos da conquista do Torneio de Nova York pelo... BANGU. Isso mesmo! Em 1960, o time de Moça Bonita conquistou uma espécie de Mundial Interclubes. Todos os detalhes desta conquista estão no recém-lançado livro "Eternamente Bangu", de José Rezende, a quem Assaf recebeu na redação do jornal.
Assaf apenas comete um pequeno grande erro ao afirmar que o Bangu pode ser considerado o primeiro campeão mundial interclubes. Ledo engano. Esta honra coube ao Palmeiras, em 1951.
Então, agradeço ao Assaf por dar o pontapé inicial nesta nova série que o Futblog dos Amigos começa a partir da próxima postagem: RECONHECIMENTOS!
E vamos começar antes de 1951. Em 1948, conforme prometido na postagem do aniversário do Vasco, o time da colina foi o 1o. campeão (invicto) sul-americano de clubes, em competição realizada no Chile, e oficializada pela Conmebol como legítima, a ponto do Vasco ter disputado a antiga Copa dos Campeões da Libertadores, antes de vencê-la em 1998.
Trataremos de conquistas internacionais brasileiras legítimas que a imprensa (pasmem: a brasileira), insiste em desdenhar, minimizar e esconder fatos históricos de quem gosta e acompanha futebol. Este será o nosso objetivo aqui. Valorizar o que a mídia não mostra porque não vende.
Assim, especificamente falando aos torcedores do Vasco, Palmeiras, Fluminense, Bangu e Corinthians e, claro, a todos que querem conhecer a real História do futebol brasileiro.

domingo, 29 de agosto de 2010

Prefixos e Títulos


A língua portuguesa, como todas as latinas, permite variações, conjugações e designações que outras não contemplam, como a inglesa, por exemplo.
Prefixos e sufixos gregos e latinos são amplamente utilizados em nossa língua. Nenhuma novidade. O problema é quando passam a fazer parte do vocabulário esportivo, sobretudo o do futebol.
Estou falando especificamente do BI, TRI, TETRA, PENTA e daí por diante. Qualquer aluno de curso fundamental sabe que estes prefixos significam respectivamente 2, 3 ,4 e 5. E o futebol tratou de atrapalhar tudo, com a cumplicidade da imprensa (que deveria ajudar por se tratar de comunicação) que sabe que é muito melhor vender jornal com "Bi ou Tricampeão", mesmo que na realidade não seja bem assim.
Considerando que tais prefixos significam somente números e não uma sequência, é absolutamente correto afirmar que um Tricampeão é campeão 3 vezes. Consecutivas? E agora?
Gustavo Kuerten venceu o quase secular Torneio de Tênis de Roland Garros por 3 vezes, em 1997, 2000 e 2001. Nelson Piquet foi campeão de Fórmula 1 em 1981, 1983 e 1987, competição disputada desde 1950 até os dias de hoje. Pode-se dizer que são tricampeões pois sua presença nestas 2 competições é limitada ou seja, não puderam e nem poderiam participar de todas as edições.
O Internacional de Porto Alegre venceu a Taça Libertadores em 2006 e 2010. É Bicampeão? Podemos dizer que sim pois o Inter não participou de todas as edições deste torneio. É preciso se classificar para tal. Sua presença não é certa em todos os anos. O mesmo raciocínio vale (ou pode valer) para a Copa do Brasil. O Flamengo a venceu em 1990 e 2006. Podemos considerá-lo bicampeão pois pode não disputá-la todos anos. Como qualquer outro time brasileiro, pode se classificar para a Libertadores, jogada sempre na mesma época.
Da mesma forma, a Copa do Mundo de Futebol não é jogada todos os anos e os participantes da fase final também não são sempre os mesmos. Embora o tempo não pare, ainda é correto afirmar que o Brasil é Pentacampeão.
Situações diferentes ocorrem nos campeonatos estaduais do Brasil e o Campenato Brasileiro. A competição nacional iniciou-se em 1967 e desde então, vem sempre sendo disputada pelos mesmos times, (ou seja, instituições e não pessoas) descontando-se o descenso e acesso entre as séries. O campeonato estadual do Rio é disputado desde 1906, sempre com os 4 grandes da cidade, que dividem aproximadamente 90% dos títulos das edições. Além deles, América, Bangu, São Cristóvão e Paissandu (aquele na Lagoa, ao lado da AABB) também foram campeões.
Assim, por CONVENÇÃO e BOM SENSO, o São Paulo é legitimamente TRICAMPEÃO BRASILEIRO em 2006/07/08 e seis vezes campeão brasileiro, acrescentando-se as conquistas de 1977, 1986 e 1991.
Criando essa "regrinha" criteriosa, também pode-se dizer que o Flamengo é TRICAMPEÃO carioca de 2007/08/09 e 31 vezes campeão da mesma competição. Ou alguém aí sabe como se diz 31 vezes campeão com o prefixo?

sábado, 21 de agosto de 2010

21 de Agosto de 1898


"Vamos todos cantar de coração, a Cruz de Malta é o meu pendão; Tens o nome do heróico Português, Vasco da Gama tua fama assim se fez..."
Foi para celebrar os 400 anos de descobrimento do caminho marítimo para as chamadas "Índias" que Henrique Ferreira Monteiro, Luis Antonio Rodrigues, José Alexandre Avelar e Manuel Teixeira de Souza Junior, jovens mas cansados de sair de Niterói todos os dias para remar, decidiram fundar um clube para Remo do outro lado da baía de Guanabara, na Rua Teófilo Otoni, 90, perto da esquina com Rua da Candelária. O descobridor, então, serviu para nomear o clube.

Se o Flamengo ficou popular por treinar em campos sem divisão para a torcida, o Vasco foi o clube que realmente democratizou o futebol no Rio de Janeiro, nos anos 10 do século passado. Mesmo antes de entrar no futebol, em 1904, elegeu o primeiro presidente mulato de uma agremiação social: Cândido José de Araújo. Usava cravo na lapela e ternos de impecável corte. Após adotar o futebol, enfrentou ferrenha oposição de Fluminense, Flamengo, Botafogo e América na Liga Metropolitana do Rio por aceitar negros, operários, mestiços e assalariados dos negócios dos portugueses para jogar. Também foi o primeiro a pagar salários ao elenco, iniciando a profissionalização no esporte. Por conta do preconceito, teve que jogar, e vencer seguidamente, uma 3a. divisão em 1921, a 2a. divisão em 1922 (então criadas no campeonato somente para dificultar sua vida) para disputar a 1a. e ser campeão, logo em seguida ao seu acesso, em 1923. A briga com os co-irmãos somente terminou em 1933, no famoso jogo com o América, denominado então, o Clássico da Paz. O profissionalismo no futebol estava definitivamente instalado.
Por que a torcida do Vasco canta na arquibancada que é o "time da virada"? Nos anos 20, também foi o primeiro a possuir preparadores físicos na equipe. Mesmo que saísse perdendo, seus jogadores demonstravam grande fôlego e entusiasmo. Viravam o jogo no segundo tempo.
Construiu o estádio de São Januário, em 1926, sem ajuda oficial. Os portugueses fizeram uma grande "vaquinha" e compraram o terreno da Rua General Almério de Moura, em São Cristóvão. Somente em 1950, com a construção do Maracanã, perdeu a condição de maior estádio da cidade. Durante a Era Vargas, era o palco preferido para desfiles de 1o. de maio e 7 de setembro, além dos célebres discursos de Getúlio: "Trabalhadores do Brasil..."
Foi o 1o. campeão sul-americano de clubes, em 1948, no Chile. Também será tema da série de artigos que darão sequência aos que foram aqui postados referentes aos campeões brasileiros de 1967 a 70. A Conmebol já oficializou esta conquista, obtida 12 antes da 1a. edição da Taça Libertadores da América, também conquistada em 1998. Não perca, vascaíno, tudo sobre este título de 48, em breve.
O restante de sua história; todos conhecem. Vivas a Ademir Menezes, Barbosa, Danilo (O Príncipe), Maneca, Friaça, Chico, Juvenal, Belini, Vavá, Rodrigues, Brito, Andrada, Zanata, Roberto Dinamite, Romário, Giovane, Edmundo e Juninho.
Duro, mas duro mesmo, deve ter sido assistir o show do Roberto Leal hoje na festa em São Januário. Ai Jesus! Com todo o respeito (obrigado Ancelmo!).
Parabéns Vasco, traço de união Brasil-Portugal!
Pesquisa contributiva: www.campeoesdofutebol.com.br

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Fluminense: Campeão Brasileiro de 1970


Em Pé: Oliveira, Félix, Denilson, Galhardo, Assis e Marco Antonio. Agachados: Cafuringa, Didi, Mickey, Samarone e Lula.

Na janela: Flavio "Minuano", contratado ao Corinthians em 69, artilheiro gaúcho revelado no Inter. Estava em campo na quebra do tabu: Corinthians 2xo Santos, 10 anos sem vencer. Não fez gol, foram de Paulo Borges revelado pelo Bangu, mas escreveu seu nome na História. Grande artilheiro, um dos maiores do Flu em 3 anos de clube (69 a 71), não jogou o quadrangular final, contundido. Mickey, centroavante moleirão e pouco técnico contratado ao Joinville, o substituiu e resolveu. Fez 1 gol de cabeça em cada uma das 3 partidas finais. Virou herói.
Félix, contratado à Portuguesa, titular na Copa de 70. Criticado na seleção, ídolo incontestável no Flu. Marco Antonio, reserva de Everaldo na mesma Copa. Coisas de Zagallo. Oliveira, Galhardo e Assis jogaram juntos durante 3 anos consecutivos, sem se contudir. Entrosamento total. Denilson, o Rei Zulu. Esteve na Copa de 66. Não foi em 70. Revelado na base, só jogou pelo Flu de 63 a 74. Cafuringa, folclórico driblador, esteve na Máquina Tricolor de 75 e depois jogou na seleção brasileira master do Luciano do Valle. Depois encerrou a carreira no Atlético-MG. Lula, pernambucano, chegou no Flu ainda juvenil, ponta esquerda driblador e chute potente. Fez o gol da polêmica na decisão do carioca de 71 contra o Botafogo. Em 75, foi para o Inter e acabou como algoz do Flu, marcando um dos gols colorados (2x0) na semifinal do brasileiro deste ano no Maracanã lotado. Samarone foi destaque na Portuguesa Santista de 65 a 68. Todos os grandes times de São Paulo queriam contratá-lo. Os dirigentes do Flu trouxeram-no de madrugada, de carro, de Santos ao Rio para assinar o contrato para jogar de 69 a 71. Habilidoso, artilheiro e raçudo. Depois foi para o Flamengo e Corinthians. Não jogou a última partida contra o Galo por contusão, substituído por Cláudio Garcia, que depois virou técnico do Flu em 83.

Com início em 20/09, novamente com 17 participantes, e após 16 partidas, no Grupo A, calssificaram-se pela ordem final da tabela, o Palmeiras de Ademir da Guia, Dudu e César e o Atlético-MG de Dario, Vaguinho, Lola e Vantuir, à frente de Botafogo, Grêmio, Santos, Bahia, São Paulo e América-RJ. No B, classificaram-se, o Cruzeiro de Tostão, Piazza e Dirceu Lopes e o Fluminense aí de cima, à frente de Internacional, Flamengo, Corinthians, Santa Cruz, Atletico-PR, Ponte Preta e Vasco.
No quadrangular final:
Cruzeiro 1x1 Atletico-MG
Fluminense 1x0 Palmeiras
Palmeiras 3x0 Atletico-MG
Cruzeiro 0x1 Fluminense
Palmeiras 4x2 Cruzeiro
Fluminense 1x1 Atletico-MG

Este último jogo (1x1) foi o recorde de público registrado nos 4 anos de camp. brasileiro até então: 115.000 pessoas no Maracanã, no dia 20/12. Após 19 partidas, o Fluminense acumulou 10 vitórias, 5 empates e 4 derrotas, marcando 29 (o melhor ataque) e sofrendo 16 gols. O artilheiro da competição foi Tostão, do Cruzeiro, com 12 gols marcados.
Sim. O Fluminense foi o 1º carioca campeão brasileiro!
Dados numéricos: www.bolanaarea.com

Palmeiras: Campeão Brasileiro de 1969



Na foto, em pé: Eurico, Leão, Nélson, Baldocchi, Dudu e Zeca. Agachados: Cabralzinho, Cardoso, César "Maluco", Ademir da Guia e Serginho.


O Palmeiras tinha um novo lateral direito: Eurico, sucessor de Djalma Santos, não tinha o mesmo brilho mas era voluntarioso e excelente cruzador. Émerson Leão, com 18 anos, assumia o gol e por lá permaneceria até 1978, quando seria contratado pelo Vasco, no ano seguinte. Foi o 3o. goleiro na Copa de 70, titular absoluto em 74 e 78 e novamente o 3o. em 86. E hoje, bem, hoje o técnico da polêmica, arrogância, etc, mas lançou Robinho e Diego no Santos, no título brasileiro de 2002. Sob o comando lendário de Ademir da Guia e Dudu, a Academia ainda tinha Baldocchi firme na zaga e agora Zeca na lateral esquerda, que ocuparia até 1974. César continuava maluco e artilheiro. Cabralzinho também jogou no Santos e se notabilizou também como técnico do alvinegro praiano, sobretudo nas divisões de base. Era o técnico do time principal do Santos no vice-campeonato brasileiro de 1995. Cardoso seria contratado pela Portuguesa e, junto com Enéas e Dicá, formou um grande meio-campo da Lusa, campeão paulista em 73 (dividido com o Santos naquela confusão dos pênalties de Armando Marques). Nos anos 60, o Palmeiras foi o único time paulista capaz de enfrentar o Santos de igual para igual. No Brasil, Botafogo e Cruzeiro o encaravam.

Iniciado em 06/09, novamente 17 equipes estavam divididas em 2 grupos e o regulamento foi mantido. Após 16 partidas, pela ordem de classificação na tabela, no grupo A, classificaram-se o Corinthians de Rivelino e Ado e o Cruzeiro de Tostão, Piazza e Dirceu Lopes, à frente de Internacional, América-RJ, Santos, Santa Cruz, Portuguesa e Flamengo. No B, classificaram-se o Palmeiras aí de cima e o Botafogo de Gérson e Jairzinho, à frente de Atlético-MG, Fluminense, Grêmio, Bahia, Coritiba, São Paulo e Vasco. NOTA: O América foi a grande surpresa carioca com Edu, irmão de Zico, artilheiro da competição com 14 gols marcados. Flamengo e Vasco, os últimos e o Fluminense, meio barro, meio tijolo.
Resultados do Quadrangular Final, em turno único:

Palmeiras 0x0 Corinthians
Botafogo 2x2 Cruzeiro
Corinthians 1x0 Botafogo
Cruzeiro 1x1 Palmeiras
Cruzeiro 2x1 Corinthians
Palmeiras 3x1 Botafogo

No dia 07/12, o Palmeiras foi o campeão, após 19 partidas, com 10 vitórias, 3 empates e 6 derrotas, marcando 28 e sofrendo 21 gols. Edu do América-RJ, como já mencionado, o artilheiro com 14 gols marcados.
Era o segundo título brasileiro do Verdão. Nada de bicampeão. Não foi consecutivo. Falaremos sobre isso mais tarde.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Santos: Campeão Brasileiro de 1968

Um dos time-base no Brasileiro de 68: Em pé - Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado, Marçal, Cláudio, Clodoaldo e Rildo. Agachados - Douglas, Negreiros, Toninho Guerreiro, Pelé e Abel.

Outra formação: Em pé - Lima, Ramos Delgado, Joel, Cláudio, Clodoaldo e Rildo. Agachados - Edu, Negreiros, Douglas, Pelé e Abel.


Putz Grila! Pelé, Lima (titular em 66 e reserva de Piazza em 70) e Ramos Delgado, zagueiro da seleção argentina, comandando os garotos. E que garotos! Carlos Alberto Torres, revelado pelo Fluminense, com 23 anos, Clodoaldo com 18, Rildo, revelado no Botafogo, que já havia jogado a Copa de 66, com 26, Edu, que na época não jogava na ponta-esquerda mas na direita ou de controavante, com 17 anos e reserva de Rivelino em 70. Douglas que, na década de 70 seria ídolo do Bahia, jogava na ponta-direita ou centroavante. E o grande artilheiro Toninho Guerreiro que, junto com Gérson, seria contratado pelo São Paulo em 1970, para tirar o jejum de 12 anos do tricolor paulista sem títulos estaduais, no bi de 70-71. Depois de Zito-Dorval-Mengálvio-Coutinho-Pepe, Pelé tinha novos e cracaços companheiros de bola na Vila Belmiro.

Iniciado em 24/08, os 17 participantes (2 a mais que em 67) continuaram divididos em 2 grupos e jogos de todos contra todos em turno único. Após 16 partidas, no grupo A, pela ordem da tabela final, o Palmeiras de Ademir da Guia e Dudu e o Internacional de Bráulio se classificaram para o quadrangular final à frente de Corinthians, Cruzeiro, Atlético-PR, Bangu, Botafogo, Flamengo e Náutico. No B, o Santos aí de cima e o Vasco de Brito, Buglê e Fontana, se classificaram à frente de Grêmio, Atlético-MG, São Paulo, Fluminense, Portuguesa e Bahia.
O quadrangular, em turno único, e mando invertido dos jogos de classificação:

Palmeiras 3x0 Vasco
Inter 1x2 Santos
Vasco 3x2 Inter
Santos 3x0 Palmeiras
Inter 3x0 Palmeiras
Vasco 1x2 Santos

Em 10/12, o Santos acumulou, em 19 partidas, 12 vitórias, 4 empates e 3 derrotas, marcando impressionantes 44 gols e sofrendo 20. Aplicou sonoros 9x2 no Bahia e ainda teve em Toninho Guerreiro, o artilheiro da competição com 18 gols marcados.
Ah! Então quer dizer que o Pelé não foi campeão brasileiro? Façam-me o favor...
Dados numéricos: www.bolanaarea.com

Palmeiras: Campeão Brasileiro de 1967

Em pé: Djalma Santos, Valdir de Moraes, Minuca, Baldocchi, Dudu e Ferrari. Agachados: Dario, Servílio, César "Maluco", Jair Bala e Rinaldo. Ademir da Guia não jogou a final e Jair Bala atuou.

Este foi o time do Palmeiras no útimo jogo do quadrangular final quando venceu o Grêmio por 2x1 no Pacaembu.
O inigualável Djalma Santos, bicampeão mundial em 58 e 62 fazia sua despedida dos gramados em grande estilo. Assim como o lendário Valdir de Moraes, que seria treinador de goleiros do próprio Palmeiras e da seleção brasileira até bem pouco tempo. Baldocchi foi zagueiro reserva de Brito na Copa de 70. Dudu e Ademir da Guia comandaram a Academia do Palmeiras até 1975. César, irmão de Luisinho Lemos, do América-RJ e do Flamengo, e de Caio Cambalhota, também do Fla, foi muito cotado para as Copas de 70 e 74 mas Zagallo não gostava de seu codinome. Grande jogador mas maluco. Ainda é. Servílio era um craque e foi convocado várias vezes à Seleção. Jair Bala era habilidoso e fez mais fama como técnico, sobretudo em sua terra natal, Minas Gerais. Treinou, por várias vezes, Cruzeiro, Atlético e América. Rinaldo é pai do Rinaldo, ponta-esquerda revelado pelo Santa Cruz, contratado pelo Fluminense em 1989 e convocado por Falcão para a seleção brasileira em 1990, no jogo dos 50 anos de Pelé, em Milão, em que o Brasil perdeu de 2x1 para o Milan. No lance mais polêmico deste jogo, ele pegou a bola na entrada da área adversária, tinha Pelé livre a seu lado, de frente pro gol, mas preferiu soltar a "bomba". A bola quase saiu do estádio. Pelé ficou pu... da vida!
Com início em 05/03 e 15 participantes, as equipes foram divididas em 2 grupos e todos contra todos (dentro e fora do grupo), em turno único. Após disputarem 14 partidas, no A, Corinthians de Rivelino e Internacional de Bráulio chegaram à frente de, pela classificação final na tabela, Cruzeiro, Bangu, São Paulo, Fluminense e Botafogo. No B, Palmeiras e Grêmio de Everaldo (tri em 70) chegaram à frente de Portuguesa, Santos, Atlético-MG, Flamengo, Vasco e Ferroviário-PR, que na década de 70 se tornaria Colorado e que, em 1980, ao se fundir com o Pinheiros, fundariam o atual Paraná Clube.
Como havia datas suficientes, o quadrangular final foi disputado em turno e returno. A classificação final foi: (a vitória valia 2 pontos)
Campeão: Palmeiras - 9 pg
Vice: Internacional - 7 pg
3º: Corinthians - 5 pg
4º: Grêmio - 3 pg

Ao final da competição, em 08/06, após 20 jogos, o Palmeiras acumulou 10 vitórias, 8 empates e 2 derrotas, marcando 39 gols e sofrendo 26. Dois foram os artilheiros: César Maluco e Ademar "Pantera" do Flamengo, ambos com 15 gols marcados.

Se isto não é ser campeão brasileiro...

Dados numéricos: www.bolanaarea.com


segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O Que é Ser Campeão Brasileiro?



No ano passado, Santos, Palmeiras, Fluminense, Botafogo, Cruzeiro e Bahia criaram uma espécie de lobby organizado conjunto (se é que isso existe) para reinvindicar oficialmente à CBF, títulos brasileiros referentes à Taça Brasil, Torneio Roberto Gomes Pedrosa e Taça de Prata, disputados entre 1959 e 1970. O raciocínio é simples. Eram competições de nível nacional que indicavam o(s) representante(s) brasileiros na Taça Libertadores da América, jogada pela primeira vez em 1960. Como é sabido, a CBF apenas reconhece os títulos a partir de 1971.
Na verdade, o G6 (vamos chamá-los assim) tem razão, e muita, mas em parte. E desta forma, deixam de ser 6 para somente 3.
Vamos entender. A Taça Brasil foi disputada nos moldes da Copa do Brasil atual. Mata-Mata (não é contigo não, Bruno!) somente com os principais campeões estaduais. Cariocas e Paulistas somente entravam na semi-final, ou seja, podiam ser "campeões brasileiros" jogando apenas 4 partidas. E foi assim que ocorreu em 8 de suas 10 edições. Os Campeões:

1959 - Bahia
1960 - Palmeiras
1961 - Santos
1962 - Santos
1963 - Santos
1964 - Santos
1965 - Santos
1966 - Cruzeiro
1967 - Palmeiras
1968 - Botafogo

Ora, evidentemente que não dá para aceitar estas conquistas como campeonatos brasileiros conquistados, mesmo que fosse a única competição em âmbito nacional neste período. Pode-se considerar, sim, como campeões da Galeria da Copa do Brasil. E mais: em 67 e 68, anos em que o Robertão foi disputado, quem seria o campeão brasileiro?
Em se tratando do "Robertão" (1967 a 1969) e Taça de Prata (1970), a coisa muda de figura. Durante estes 4 anos, os 13 clubes fundadores do Clube dos 13 em 1987, já tinham esse "algo" em comum. Conforme o ano e interesse político, a então CBD (D de desportos. A troca pelo F de Futebol ocorreu somente em 1979) oficializou a competição com 15 a 17 participantes. A forma de disputa foi a mesma e o campeão e o vice eram os representantes brasileiros na Libertadores. As equipes se dividiam em 2 grupos (de 8, 9 e/ou 7) e jogavam em turno único, todos contra todos. Os 2 primeiros de cada chave se classificavam para um quadrangular final, também jogado em turno único com inversão de mando de campo em relação aos jogos entre os quatro na fase de classificação. Assim, o campeão era conhecido após, em média, jogarem 18/19 partidas, durante 4 ou 5 meses. Os Campeões:
1967 - Palmeiras
1968 - Santos
1969 - Palmeiras
1970 - Fluminense

Por isso, O G6 virou G3. Estes três são, com certeza, campeões brasileiros. Então, por que a CBF não os considera desta forma? A resposta é ... não sei (obrigado Ancelmo!). E mais: De 1971 a 1973, a forma de disputa do "agora" campeonato brasileiro foi absolutamente a mesma de 67 a 70 (somente em 71, houve triangular e não quadrangular.).
Não pode ser por conta dos nomes oficiais da competição pois a CBF é especialista em trocar nomes, taças, formas de disputa e quantidade de participantes de seus campeonatos de 1971 até hoje. Vejamos:
1971 a 1979 - Campeonato Brasileiro
1980 a 1985 - Taça de Ouro
1986 - Camp. Brasileiro
1987 e 1988 - Copa União
1989 a 1999 - Camp. Brasileiro
2000 - Taça João Havelange
2001 a 2010 - Camp. Brasileiro

As 4 próximas postagens contarão um pouco da história dos 4 títulos brasileiros de 1967 a 1970. Depois falaremos de expressões como BI, TRI, TETRA, PENTA, HEXA, etc. Será uma cartilha do tipo "quando usar"! Inté!