Era o Pré-Olímpico da Argentina, em janeiro de 1996. Arílson estava convocado por Zagallo para a seleção brasileira olímpica que buscaria uma vaga para Atlanta, neste mesmo ano. Já havia atuado pela seleção na Copa Ouro da Concacaf, sem ser titular. Era um time que tinha Sávio, Roberto Carlos, Caio, Amaral (o coveiro do olho torto), Juninho Paulista e o goleiro Dida. Arílson já jogava no Kaiserslautern, da Alemanha, que o contratou logo depois que o Grêmio conquistou sua segunda Libertadores, no ano anterior. O time alemão ficou com o desfalque para as semifinais da Copa da Alemanha daquele ano. O ex-gremista era habilidoso, protegia muito bem a bola, excelente visão de jogo e potente chute de canhota. Mas Zagallo não o escalava. O técnico e o supervisor Américo Faria foram procurados por ele "para pedir explicações sobre sua não escalação". Nem no banco ficava. E nas suas tradicionais esquisitices, Zagallo preferia Sávio, o bom moço, embora ambos pudessem jogar juntos pois tinham características distintas. Em um dia de folga, saiu de táxi por Buenos Aires com Sávio e Amaral. Aproveitou que os dirigentes alemães estavam ali para pressionar a CBF por sua volta e rumou com eles para o aeroporto. Abandonou a seleção. Nunca mais voltou. Hoje está arrependido e seu grande desejo era pedir desculpas ao velho treinador. Jamais tal encontro foi marcado
Pela Seleção, na Copa Ouro 1995.
Só tinha 22 anos quando o episódio do Pré-Olímpico ocorreu. O gaúcho de Bento Gonçalves plantou a semente dos desacertos que marcaram sua carreira. Parece ter (mal) aproveitado o herói que dá nome a sua cidade e deu início a uma vida de farrapo!
Revelado pelo pequeno Aimoré. Em 1993, aos 20, foi contratado pelo Grêmio e já no ano seguinte, foi campeão da Copa do Brasil. E em 1995, o auge com a conquista da Libertadores. Daí, rapidamente para a Alemanha, onde conquistou a Copa local mas só atuou em 10 partidas. Brigou com o capitão do time, o lateral esquerdo da seleção alemã Andreas Brehme. O talento dentro de campo foi substituído pela instabilidade emocional. Voltou um ano depois, justamente para o grande rival Internacional. Ficou por 2 anos com algum brilho mas sem destaque e depois passou mais 2 no Palmeiras, onde pareceu recuperar bom futebol ganhando a Copa do Brasil e a Copa Mercosul em 98. E parou por aí.
Indisciplinas e faltas nos treinos, expulsões contínuas, muitas lesões e problemas extra-campo onde chegou a ter prisão decretada por falta de pagamento de pensão alimentícia ao filho, além do alcoolismo que gerou alguns sérios acidentes de trânsito, acabaram transformando-o em um dos grandes ciganos do futebol. Foram 25 transferências, entre times medianos e pequenos no Brasil, Valladolid da Espanha, Universidad de Chile, Santa Fé da Colômbia e Oriente Médio. E em 2004, chegou ao fundo do poço quando, novamente no Grêmio, caiu para a série B do Brasileiro. Encerrou a carreira em 2011, pelo pequeno Imbituba de Santa Catarina, no ostracismo. Perdeu todo o dinheiro ganhou. Bem, não era uma previsão difícil de fazer.
A volta na carreira de Arílson parou exatamente onde começou. É técnico justamente do Aimoré e sonha treinar o Grêmio. É mais um que está no showbol, defendendo seus trocados pelo tricolor gaúcho.
E tudo começou com a maldita fuga portenha... Praga de argentino!
Olha o Arílson aí!
Grêmio - Campeão Taça Libertadores 1995: Arce, Darnlei, Adilson Batista, Dinho, Rivarola e Roger. Jardel, Luis Carlos Goiano, Paulo Nunes, Arilson e Carlos Miguel.
Palmeiras - Campeão Copa do Brasil 1998: Veloso, Agnaldo, Neném, Rogério, Roque Jr, Júnior, Cléber e Marcos. Almir, Pedrinho, Darci, Ozéas, Galeano, Paulo Nunes, Alex, Zinho e Arilson.
Bem, agora já deu para entender a foto, bem como o título do post. Ainda não? Vou ajudar!
É a maneira pela qual o povo anfitrião da Copa do Mundo de 2014 deve se comportar durante o evento, ao invés de proteger sua cidadania, segundo dois patrocinadores oficiais, que ainda querem que o Poder Executivo da República Federativa do Brasil lhes dê tal garantia.
Ao que me consta, a Copa do Mundo de 2014 está marcada para o Brasil há 6 anos!
Um dos que não tem medo de falar.
Em 2007, o calendário do futebol brasileiro já era uma palhaçada. A CBF não está nem aí se o campeonato brasileiro seria "esmagado" pela Copa das Confederações em 2013 e "trucidado" no ano seguinte. Seu presidente é eleito, em maioria dos votos, pelas federações estaduais e são estas que mandam. A Rede Globo é "parceira" tanto da primeira como destas. Paga e preenche sua grade de programação da maneira que lhe é mais conveniente. Como disse o Alex, do Coritiba, aqui registrado em "Pergunta de Um , Resposta com o Outro", a CBF está preocupada apenas com a seleção brasileira mas cede uma sala de reunião para que a "Vênus Platinada" delibere tudo sobre o Brasileirão!
Já postei aqui na série em 3 partes, "Por que tê-los? Por que não tê-los", minha opinião e sugestões sobre os monstrengos campeonatos estaduais que, em 2003, quando os campeonatos regionais acabaram e o brasileiro iniciou sua fase de pontos corridos, ocupavam apenas 11 datas. As benesses eleitoreiras foram aumentando e em 2013 já são 23. Alguém ainda tem dúvida do motivo pelo qual 75 jogadores assinaram manifesto contra a CBF, contra a exaustão e o absurdo calendário divulgado para o ano que vem, comprometendo férias dos jogadores e pré-temporada? Assistam ao Rafael Sobis, do Fluminense: http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2013/09/pato-elias-fabio-75-atletas-pedem-reuniao-com-cbf-sobre-calendario.html
Gostaria de ver os grandes clubes brasileiros desafiando suas podres federações como fez o Atlético-PR, no início deste ano, aqui já registrado em "A Coragem do Furacão"!
Paulinho está arrebentando! Há muito tempo! E pelo jeito, não vai parar tão cedo! Que beleza, hein, Felipão!
Volante moderno, bom toque de bola, passagem rápida da defesa ao ataque, combativo sem ser violento, excelente preparo físico, bom chute e excelente cabeceador. Faz tudo isso com a característica mais básica que deve existir no futebol: a simplicidade! Titular absoluto da seleção brasileira, foi o grande responsável pelos títulos do Corinthians em 2011/12. Difícil saber se poderá conduzir o Tottenham no mesmo caminho na Premier League, o campeonato mais disputado da Europa, contra os "bichos-papões" de Manchester, Arsenal, Chelsea e Liverpool ou ainda na Champions League, mas os súditos de Kate...ops...da Rainha também já começam a reverenciá-lo. Paulinho é o volante sem medo! Olha aí o gol da vitória dos Spurs, contra o Cardiff City, ontem, no País de Gales, aos 47 do segundo tempo:
Entretanto, o fim de semana de futebol pela Europa nos reservou algo muito ruim de outro volante brasileiro. Aliás, mais do mesmo.
Uma pequena introdução. O futebol na Turquia, sobretudo em Istambul, é algo irracionalmente inexplicável. A rivalidade entre Galatasaray, Fenerbahce e Besiktas é mortal! Mortal! As partidas entre os três não recebem torcida visitante e, pasmem, nem é muito comum torcedores de times diferentes se relacionarem em simples amizade. Em outras palavras, cada jogo é uma guerra! Uma espécie de treinamento de batalha do Império Otomano! Na mesma Constantinopla, só que sem romanos para expulsar!
E o "bravo" Felipe Melo, mesmo depois dos 30, continua a enriquecer seu "Curriculum Vitae" com toda a espécie de violência, destempero, xingamentos, atitudes covardes e outras absolutamente infantis. O pior de tudo é que, tecnicamente, trata-se de muito bom jogador. Dunga confiou neste cara em 2010 e, bem...você sabe. Taí a foto para lembrar!
E no vídeo abaixo, a última. Depois de entrada criminosa em Ramon (aquele mesmo, ex-Inter, Vasco, Corinthians, Flamengo...Ufa!), do Besiktas, foi expulso, foi tirar satisfação contra o time todo e na saída, mostrou a camisa do Galatasaray para provocar uma torcida que perdia (e perdeu) o jogo. Enfurecidos, os torcedores alvi-negros invadiram o campo para buscá-lo no vestiário! Várias prisões, vandalismos, destruição!
Até quando, Felipe Melo???? Imagino se você fosse romano!
Marinho é um renegado pelas tragédias da vida e, claro, do próprio futebol!
Em 1988, já no Botafogo, com 31 anos, dava uma entrevista à televisão, na beira da piscina de sua casa quando seu filho Marlon, de apenas 1 ano e 7 meses, se afogou nela. Uma tragédia que fez com que o excepcional ponta-direita entrasse no mundo das drogas e das bebidas. Ele se culpa disso até hoje. Sua carreira, então entrava em declínio.
Já havia sofrido grande decepção quando, às vésperas da Copa do México, em 1986, Telê Santana preferiu não levá-lo, mesmo o tendo convocado várias vezes, preterido pelos veteranos de 82, além de Casagrande, Edivaldo e Müller. Marinho dizia que sofreu preconceito por jogar no Bangu. Ducha fria de tristeza. Logo Telê, que o revelou no Atlético Mineiro em 1975.
Nascido em Belo Horizonte, de origem muito pobre, catava lixo quando criança para ajudar pai e mãe que moravam em um cômodo pequeno com nada menos que 18 pessoas, entre irmãos, primos e crianças abandonadas que seus pais recolheram das ruas. E as tragédias começaram quando treinava nas categorias de base do Galo. Uma de suas irmãs mais velhas, que o levava para um treino, foi atropelada ao atravessar a rua. Morte instantânea. Marinho só aprendeu a ler e escrever aos 22 anos, ensinado por outra irmã. Uma realidade muito dura.
Dentro de campo, um grande jogador. Rápido, habilidoso, driblador, excelente cruzador e definidor, muito bom no cabeceio. Um atacante completo. Destacando-se no Atlético, foi convocado para as Olímpíadas de 1976, em Montreal, Canadá. O Brasil fez campanha regular mas revelou, além de Marinho, Carlos (Ponte Preta) no gol, Edinho e Erivelto (Fluminense), Júnior e Julio Cesar "Uri Geller" (Flamengo), Cláudio Adão (Santos), Batista e Mauro Pastor (Internacional).
Em 1979, foi para o América de São José do Rio Preto-SP, quando se destacou em todos os Paulistões até 1983, quando Castor de Andrade, bicheiro da zona oeste carioca, resolveu bancar de novo o mesmo Bangu, como já havia feito nos anos 60. Além de Marinho, trouxe Cláudio Adão, Perivaldo, o goleiro Gilmar, Paulinho Criciúma, Fernando Macaé, Arturzinho, Mário, o zagueiro Polozzi e, mais tarde, Mauro Galvão. Foi vice 3 vezes: no Carioca em 83 e 85 e no Brasileiro de 85, quando Marinho ganhou a Bola de Ouro da Revista Placar, como melhor jogador do campeonato. Jogou demais. Era o xodó do Castor, artilheiro e capitão do time. Ganhava dinheiro do bicheiro só por fazer gols de pênalti, apostado contra o próprio, nos treinos. Era viciado em carros. Chegou a ter 8 na garagem, inclusive uma Mercedez zero. Comprava perfumes e presentes para todos os funcionários do clube.
Quando Castor reduziu a grana, foi negociado com o Botafogo, junto com Paulinho Criciúma e Mauro Galvão, quando o Glorioso passou a ser bancado por outro bicheiro: Emil Pinheiro. Foi bicampeão em 89/90, acabando com o jejum de 20 anos mas sem o mesmo brilho de Moça Bonita. Nem titular era. Já sentia os efeitos das tragédias. Perdeu tudo. Casou várias vezes, filhos às pencas, pensões, prostitutas, álcool, drogas, empréstimos a falsos amigos. Perambulou por times pequenos, tentou voltar ao próprio Bangu. Encerrou a carreira aos 39 anos.
Hoje é técnico do pequeno Juventus, no bairro de Realengo, no Rio. Vive de favor. Várias pessoas o ajudam.
Pensei em colocar uma foto ou um video atual como faço com os outros jogadores na série "Os Renegados"! Não valia a pena. Como admirador de futebol, o Marinho que aterrorizava os Grandes do Rio na década de 80 é o que vai ficar na minha memória! Vejam aí!
Fotos de times com o Marinho!
Atlético-MG 1978: João Leite, Cerezzo, Vantuir, (?), Heleno e Cláudio Mineiro. Marinho, Ângelo, Reinaldo, Paulo Isidoro e Ziza.
Brasil 3 x 0 Finlândia - 1986 - Um gol de Marinho: Leandro, Elzo, Oscar, Mozer, Carlos e Branco. Marinho, Sócrates, Careca, Muller e Edivaldo.
Opa! Peraí!
"Não consegui passar para esse grupo aquilo que penso sobre futebol!"
Mano Menezes tenta jogar a culpa em cima de si mas é sabido que a joga para seus, agora, ex-comandados.
Mesmo que muitos jogadores, sobretudo os mais humildes, costumem chamar técnicos de futebol de "professores", definitivamente, esta não é uma característica adequada a tal categoria de profissional. Ninguém ensina ninguém a jogar futebol. O dom precisa ser aperfeiçoado desde cedo, com dicas de domínio de bola, visão de jogo e muito, muito, muito fundamento: passe, chute, cabeceio. Sem falar em bom preparo físico, que parece ser a única característica da maioria dos jogadores do atual time do Flamengo. Há muito que as categorias de base de boa parte dos clubes brasileiros passam longe destes aspectos, sendo dominadas por lobistas e empresários, autorizados legalmente a ganharem dinheiro desde a Lei Pelé. Mas isso é outro papo.
Interpreto tal frase como aquele gerente de empresa que pede demissão porque pediu para seu superior (um diretor, por exemplo) contratar outros colaboradores que fossem mais produtivos e comprometidos com metas do que os atuais, já conhecidos por ele. No momento de sua chegada, recebera a promessa de que isto aconteceria a médio prazo e concordara com o desafio mas os resultados foram ruins no curto prazo e não quis manchar sua reputação vencedora. Aí, entro na cabeça do diretor e penso que o tal gerente havia sido contratado, a peso de ouro, exatamente para fazer os tais colaboradores melhorarem, sendo bem simplista, e a tal renovação viria com o tempo, mantendo os que conseguissem se desenvolver e dispensando os outros.
Se no mundo corporativo, isso já é complexo, imaginemos em um time de futebol profissional, onde não há médio e longo prazos para clubes de grande torcida. Em outras palavras, não existe racionalidade para o torcedor que paga ingresso e pay-per-view. Ele quer que seu time ganhe sempre!
Este post não é para comentar o jogo que precipitou a saída de Mano Menezes, muito menos para criticar diretoria mas para deixar claro que, com tal atitude, o técnico mancha sua carreira, ao contrário do poderia pensar. Mesmo que já tenha acertado com outro clube, como se especula com o Corinthians, sai do Flamengo pela porta dos fundos, aquela fedorenta onde fica a lata de lixo. Ofende jogadores que, por mais deficiências que tenham, são profissionais, por isso merecem respeito e não ficar com o sentimento de que seu técnico é quem sabia muito de futebol, ao contrário deles.
O diretor contratando o gerente
O "professor" abandona a sala de aula. Eram "alunos" relapsos!
Sei que outros técnicos brasileiros fizeram diversas propagandas através de nossos tempos modernos. A mais marcante de que me recordo foi essa aí de cima do homem que inventou o "lazaronês". Um idioma estranho, esnobe, inútil e que tinha como principal objetivo rebuscar ou dificultar algo que por si só já era simples. Três exemplos:
Jogador que tinha bom preparo físico, em lazaronês, tinha lastro físico.
Time que está fazendo boa campanha, em lazaronês, estava galgando parâmetros.
Preleção na concentração, em lazaronês, era pijama training.
Esse pulha foi técnico da seleção brasileira na Copa de 90, colocado lá pelo então diretor de seleções da CBF, Jorge Salgado, pau-mandado do ainda não deputado Tô Rico Miranda. Tudo porque ganhou dois estaduais com o Vasco em 1987/88, além de ter vencido o de 86 com o Flamengo. Após vencer a Copa América de 89, chegou na Itália cheio de moral. Maradona, com uma perna só, e (Co)Caniggia acabaram com o Brasil. Lazaroni ainda conseguiu emprego na Fiorentina, logo depois. Só o aguentaram por um ano (imaginem lazaronês, versão italiana). Vagou por alguns times brasileiros, depois, mundo árabe e... sumiu. Já foi tarde.
Na Mocidade Independente, em 2008.
E o amigo leitor sabe que se titulo estadual fosse currículo para ser técnico da seleção brasileira, um nome chega rapidamente a nossa cabeça: Joel Santana! O Natalino! O Papai Joel! Foram mais de 10 em todos os grandes do Rio e na dupla Ba-Vi, na Bahia. Foi um botinudo zagueiro medíocre do Olaria e do Vasco. Nunca foi titular absoluto, tão pouco marcou gol na carreira e virou técnico nos Emirados Árabes, trabalhando com Parreira. Era responsável pelas seleções de base. E, bem, sua história como técnico, todos conhecem!
E Joel foi o convidado do programa "Bola da Vez" da ESPN de hoje à noite. Mesmo desempregado há alguns meses - desde que perdeu de 7x3, com o Bahia, para o rival Vitória, na final do Baiano deste ano -, conseguiu ficar na mídia graças a uma das mais hilárias propagandas de TV dos últimos tempos do shampoo anti-caspa Head&Shoulders, fazendo menção à lendária entrevista em inglês, quando foi técnico da seleção da África do Sul, na Copa das Confederações em 2009, após o término de uma partida. Relembre aqui:
Hahahaha...Ops! Desculpem! Voltando...
Aos 64 anos, mesmo afirmando que ainda tem "gordura pra queimar", Joel sabe que a probabilidade de ser contratado por time de ponta no Brasil (muito menos no exterior) é pequena. Então, no "Bola da Vez", ele deu detalhes de como foi a gravação do comercial. Já havia feito um da Pepsi em 2011. Ficou nervoso, trocava o texto, gaguejava e o diretor teve muuuuuuita paciência. Não revelou quanto ganhou e não liga se é motivo de gozação. Ainda contou um episódio ocorrido no mês passado. Estava em um restaurante e um menino de 8 anos o reconheceu! A mãe o levou até ele e educamente perguntou se poderia tirar uma foto com o filho! Joel consentiu e ao final da foto, o menino disparou: "Iú tá de brinqueichon uiti me, cara?" Os entrevistadores do programa não seguraram altas risadas!
José de Assis Aragão era um bom árbitro. Cometia erros como qualquer outro e nunca se ouviu falar que fosse de esquema ou que atuasse conforme interesses de A ou B. Era da Federação Paulista e da FIFA! Quis o destino que "marcasse" esse gol incrível a favor do Palmeiras, contra o Santos, em jogo do Paulistão, em 1983, no Morumbi. Não teve intenção mas, claro, estava muito mal posicionado para um lance de escanteio. Nos acréscimos, o Santos vencia por 2x1 e Aragão empatou o jogo, após o chute do Jorginho, aí ao lado "cumprimentando-o" pela atuação! A bola ía pra fora! As entrevistas com Paulo Isidoro, Serginho Chulapa, Pita e Vágner, além do próprio Aragão, hoje soam engraçadas. O que aconteceu com o Aragão? Nada! Ficou na "geladeira" durante um tempo e depois voltou. Só que sua carreira jamais foi a mesma. O estigma do "juiz-artilheiro" ficou para sempre e não tardou a se aposentar.
As excentricidades no futebol estão espalhadas mundo afora. Creio que o amigo leitor já deva ter recebido por email ou mesmo visto pelo YouTube uma infinidade de videos de gols perdidos, golaços, gols de mão, brigas de torcidas, enfim, de tudo! E, com certeza (sobretudo para os quarentões), também viu, no antigo "Gols da Rodada" do Fantástico e nos Globos Esportes da vida, lances em que "agentes externos" entram no campo de jogo para dele participar, seja fazendo ou impedindo gols!
Fazia tempo que não éramos brindados com lances deste tipo. Pudera pois estamos no 3o. ano da 2a. década do século XXI e o controle sobre quem pode ficar no campo de jogo atualmente é muito maior. A televisão tem prioridade de posicionamento, os repórteres de campo precisam estar devidamente identificados, há a figura do 4a. árbitro. Tudo é, ou devia ser, muito bem controlado.
Então, a maior cidade mineira do estado do Rio acabou sendo palco da mais nova lambança do futebol brasileiro. O Tupi de Juiz de Fora, disputava uma vaga para a fase seguinte da Série D do Brasileirão contra o Aparecidense, de Goiás, que disputava a competição pela primeira vez. Os mineiros fluminenses precisavam vencer. A bola ia entrando mas...surge o Esquerdinha que, heroicamente, salva o gol em cima da linha, por 2 vezes. Não, ele não é zagueiro! É o massagista dos goianos! Repare no video, que já ganhou o mundo, o espetacular pique que deu até o vestiário, escapando de surra histórica!
Apesar do Ivan Moré, da Globo, inadvertidamente, ter dito que o Aparecidense se classificou, o STJD julgou o caso, ocorrido no último dia 8, somente hoje e, felizmente, eliminou o time goiano, classificando o Tupi, além de aplicar multa ridícula de 500 reais ao clube e 100 reais ao "valoroso" massagista!
Conclusão rápida com perguntinha: dá pra imaginar justiça sendo feita com rapidez, se este jogo reunisse times de uma série de outra letra? Qual letra?!
Taí um renegado clássico! E craque que confirma o velho provérbio popular, "filho de peixe, peixinho é!"
Seu pai, Djalma Dias, foi um dos grandes zagueiros do futebol brasileiro. Revelado pelo América carioca (sim, o América revelava grandes jogadores) e contratado pelo Palmeiras nos anos 60, era um zagueiro clássico e muito técnico. Dons que passaram ao seu filho, nascido em dezembro de 1970.
O Craque do Showbol
Djalminha começou jogando futebol de salão (já falei que detesto futsal), no São Cristóvão e no Grajaú Country Club, com 9, 10 anos. Foi contemporâneo do meu irmão que jogava no Flamengo, de Franklin no Fluminense, de Luiz Antonio e Bismarck no Vasco. Eram todos pequenos craques. Meu irmão? Ainda desfila categoria nos veteranos do Rio Cricket, em Niterói, mas preferiu estudar!!! Eh!Eh!
Passou para o campo, convidado pelo Flamengo e, nas categorias de base, surgiu como grande promessa. Ao contrário do pai, era atacante, meia esquerda, uma canhota hábil, drible fácil, lançamentos precisos e artilheiro. Conquistou a Taça São Paulo de Juniores em 1990 e 2 títulos importantes já na equipe principal: a Copa do Brasil em 1990 e o Brasileiro de 1992, sem nunca ter sido titular absoluto. E ainda tinha temperamento difícil. Sua má fama começou em 1993, um Fla-Flu no estádio Caio Martins. O Flamengo ganhava por 2x0 mas após o Fluminense virar para 3x2, iniciou uma briga, com empurrões e socos a esmo contra seu próprio companheiro de time, Renato Gaúcho. Logo quem!! Clima ruim, negociado com o Guarani. Era nome certo para a Copa América neste ano, no Equador. Parreira desistiu de convocá-lo. Fez duas boas temporadas em Campinas e foi para o Japão. Não se adaptou e voltou rápido para o Bugre e fez ainda mais sucesso com um trio arrasador formado com Luizão e Amoroso. Foi no Brinco de Ouro que ressuscitou a, hoje, famosa "cavadinha", em pênalti cobrado contra o Internacional, que tinha o argentino Goycoechea no gol. (Em tempo: O tcheco Panemka a inventou na final da Euro 76 contra a Alemanha!) O Palmeiras, na época da Parmalat, não deixou por menos. O mesmo Palmeiras que consagrou seu pai! Com Djalminha, o próprio Luizão, Rivaldo, Cafu, Müller, Junior, Flavio Conceição, o Verdão foi campeão paulista em 1996, com o famoso ataque dos 102 gols, com direito a um 6x0 no Santos, em plena Vila Belmiro!
Assista entrevista ao Kajuru, com imagens da briga com Renato Gaúcho!
Em 1997, negociado ao Deportivo La Coruña, da Espanha, após boa participação na Copa América, neste ano, na Bolivia. Zagallo o convocou sob pressão da imprensa paulista pois não gostava de sua fama de encrenqueiro. Fez um gol na semifinal contra o Peru (7x0). O Velho Lobo acabou não o levando para a Copa de 98, na França. Preferiu Giovane, ex-Santos, que era reserva do Barcelona. Era mais comportado mas foi um fiasco.
E foi na Espanha que Djalminha teve seus grandes dias de glória. Foi fundamental para o único título nacional que o clube possui. Na temporada 1999/2000, fez de tudo. Em 2002, campeão da Copa do Rey. E aí, novamente a "cabecinha" agiu contra si. Em 2002, durante um treino, foi reclamar com o técnico Javier Irureta, que marcara um pênalti contra o seu time na recreação! Deu-lhe uma inexplicável cabeçada na frente de todos! Lamentável. Era nome certo para a Copa deste ano e Felipão não arriscou. Não quis dor de cabeça. Literalmente.
Assista a lamentável cabeçada em Irureta!
Em 2003, deixou a Espanha e se aventurou por Áustria e México, onde encerrou a carreira aos 34 anos. Hoje, bate ponto em todos os torneios de showbol, promovidos pelo SPORTV. Bem mais calmo, continua desfilando sua categoria e quem o vê na quadra não deixa de se perguntar porque tanto talento jamais foi bem aproveitado na seleção brasileira.
Times com Djalminha!
Flamengo 90: André Cruz, Zé Carlos Paulista, Fernando, Vitor Hugo, Zanata e Ailton. Gaúcho, Alcindo, Fabinho, Djalminha e Zinho.
Guarani 94: Narciso, Marcinho, Guilherme, Fernando, Ronaldo e Cláudio. Fábio Augusto, Julio Cesar Imperador, Clóvis, Djalminha e Edu Lima.
Palmeiras 96: Júnior, Cafu, Sandro, Cléber, Galeano e Veloso. Flávio Conceição, Rivaldo, Luisão, Djalminha e Müller.
Na Copa América 97, com Dunga, Leonardo, Ronaldo, Paulo Nunes, Gonçalves e Mauro Silva.
Comemorando o Espanhol 2000, com Mauro Silva e Donato.
Túlio foi um dos grandes artilheiros do futebol brasileiro!
E não há dúvida que sua melhor fase foi vestindo a camisa do Botafogo, nos anos 90, chegando ao ápice na conquista do campeonato brasileiro de 1995, onde foi o artilheiro da competição, fazendo gols de todos os tipos! Neste mesmo ano, disputou a Copa América, no Uruguai, pela seleção brasileira, convocado por Zagallo, onde, de quebra, ainda fez um gol em que ajeitou a bola com o braço, contra a Argentina, nas quartas de final, quando eliminamos os hermanos nos pênalties, após o empate de 2x2 no tempo regulamentar. Ironia do destino, Túlio acabou de "herói-malandro" a vilão, quando, na final contra os donos da casa, fez o gol brasileiro no empate de 1x1 mas na disputa de pênalties, seu erro custou a taça para o Brasil. Foi um revés que em nada macula seu passado de artilheiro e de jogador irreverente, bem humorado, carismático e que sabia, como poucos, promover um jogo, sem menosprezar o adversário. Com toda a razão, a torcida do Botafogo o guarda como um dos seus grandes ídolos.
Veja o gol contra a Argentina, comentado pelo próprio Túlio. Figuraça:
Se o amigo leitor prestou atenção, sobretudo na primeira fase deste post, percebeu que Túlio é História. Passado do futebol que deve ficar registrado como tantos outros grandes jogadores artilheiros do nosso futebol. E muitos bem melhores que ele.
Só que Túlio ainda não percebeu isso! Sua fanfarronice com essa coisa do milésimo gol extrapola os limites do ridículo. Aos 43 anos, inventou um "projeto" que o faz jogar em qualquer clube, em qualquer campo (não precisa ser um estádio), sob qualquer condição a troco de absolutamente nada. Ou de uma contagem absurda de atuais 999 gols, sem nenhuma comprovação razoável, ironizada pelo próprio, onde quer que esteja, falando desse assunto. Nem o Botafogo, que chegou a acreditar nele, em dado momento, como instrumento de promoção, o quer mais.
O País de Gales é o "patinho feio" do Reino Unido em quase tudo. Com uma população de 3 milhões de habitantes (menor que a do Uruguai), o número de praticantes de rúgbi é maior que o de futebol. O rúgbi tem uma liga forte e uma seleção nacional que sempre briga por boas posições em torneios internacionais e leva grande público ao Millenium Stadium, para 90 mil pessoas, em Cardiff, a capital. Em compensação, o futebol não consegue ter uma liga independente da Inglaterra. Seus times jogam na 2a., 3a., 4a., 5a., divisões inglesas mas, para esta temporada, haverá um fenômeno raro na Premier League: 2 clubes galeses estão na briga, o Swansea (desde o ano passado) e o Cardiff City, recém promovido. Assim, os jogadores galeses mais famosos construíram sua trajetória de sucesso sempre atuando em clubes ingleses, como Ian Rush no Liverpool e a dupla Mark Hughes / Ryan Giggs no Manchester United. E, claro, sua condição de heróis solitários nunca foi suficiente para que a seleção galesa conseguisse sequer chegar às finais da Eurocopa e só disputasse uma única Copa do Mundo, em 1958. E não fez feio. Após 3 empates contra Hungria, Suécia e México, foi para um jogo-desempate contra os húngaros, derrotados por 2x1. Passaram para as quartas-de-final, entrando para a História, não somente por esta façanha mas porque tomaram o primeiro gol que Pelé fez em Copas do Mundo. O gol da vitória por 1x0 que levou o Brasil à semifinal contra a França.
E os galeses voltam à moda com Gareth Bale! Excepcional jogador! Este vídeo com 10 de seus, até aqui, 75 gols na carreira é um aperitivo e tanto. É veloz, habilidoso e no futebol atual, somente Cristiano Ronaldo faz tantos gols de fora de área, com um detalhe: o luso faz de bola parada! O galês desfere chutes desconcertantes e precisos que saem de sua canhota, com a bola em movimento! Ao sair de Cardiff, onde nasceu há 24 anos, foi logo titular do inglês Southampton, aos 16 anos, onde foi revelado. O Tottenham não titubeou e logo o contratou, aos 17, em 2006, onde ficou até a semana passada, como um dos maiores jogadores que já atuaram no centenário estádio de White Hart Lane, norte de Londres.
Ai está a foto de sua chegada ao Real Madrid, na maior transação da história do futebol: mais de 100 milhões de euros, ou mais de 300 milhões de reais!!!! Guardadas as devidas proporções e ao câmbio atual, Zico foi vendido à Udinese, há exatos 30 anos, pela bagatela de 4 milhões de reais!! E, Zinedine Zidane, atual auxiliar do técnico merengue Carlo Ancelotti e um dos grandes craques que vi jogar, afirmou que, quando foi vendido pela Juventus ao próprio Real, há 12 anos, por 230 milhões de reais, já considerava um valor absurdo. Modéstia à parte, o francês sabe (eu também sei) que jogava mais que Bale e declarou sem medo: "Nenhum jogador vale isso." Je suis d´accord!
O problema é que o Real Madrid obteve tal investimento de um banco espanhol, o Bankia, que foi nacionalizado pelo estatal Caja Madrid (a Caixa Econômica de lá) com recursos da comunidade europeia, no meio da crise que vem deixando a Espanha com 25% de taxa de desemprego nos últimos 4 anos. E a polêmica já começou. Um deputado belga, Jan Eppink, do parlamento europeu, quer investigar a transação uma vez que o Real tem uma dívida com o Bankia de 600 milhões de euros, contraída antes da estatização. Clica aqui para entender melhor: http://br.esporteinterativo.yahoo.com/noticias/eurodeputado-quer-transfer%C3%AAncia-bale-real-madrid-investigada-184313579--spt.html
Fico pensando nos patrocínios da nossa Caixa, a brasileira, a vários times da primeira divisão do futebol... Vou doar uma milhas pra esse deputado belga criar uma confusão por aqui...
E o Bale? Não tem nada a ver com isso, dificilmente jogará uma Copa do Mundo na sua carreira mas tá valendo mais que o bebê da Kate...
Não! O Centenário a que o título se refere é o de Leônidas da Silva! Divina inspiração para que a Lacta criasse o famoso chocolate que até hoje é sucesso de público. É a segunda marca mais vendida no país. Em 1938, após a Copa do Mundo, na França neste ano, a empresa decidiu homenagear aquele que foi um dos primeiros grandes craques do futebol brasileiro que recebeu 2 contos de réis para ceder seu nome ao produto. E nunca mais pediu mais nada. Aaah! Tá bom! São 112 mil reais! Que pechincha hein, Lacta!
Leônidas recebeu o apelido durante a Copa, do jornalista francês Raymond Thourmagen, da revista Paris Match, que se impressionou com a "destreza lapidada" com que o negro craque brasileiro jogava. Rápido, habilidoso, oportunista. Foi o artilheiro da Copa com 8 gols e caso não tivesse se machucado para a semifinal contra a Itália, talvez a história fosse outra. Os próprios italianos reconheceram. Se assustaram quando, nas oitavas de final, viram Leônidas fazer 3 dos 6 gols brasileiros, um deles sem chuteira, na espetacular vitória contra a Polônia por 6x5, em Estrasburgo. Foi a primeira grande participação do Brasil em Copas com o 3o. lugar. Além desta, somente mais duas partidas tiveram tantos gols na história das Copas: Hungria 8x3 Alemanha Oc, em 1954 e Hungria 10x1 El Salvador, em 1982. Assista abaixo um depoimento histórico do "Diamante Negro" sobre o jogo contra a Polônia e seu gol sem chuteira!
Jogo Histórico contra a Polônia, em Estrasburgo, Copa de 1938: Batatais, Domingos da Guia e Machado; Zezé Procópio, Martim Silveira e Afonsinho; Lopes, Romeu, Leônidas da Silva, Perácio e Hércules.
Carioca, nascido no dia 6 de setembro de 1913, no bairro imperial de São Cristóvão, nome do mesmo clube onde começou a jogar. Hoje, quando passo pelo velho e abandonado campo da Rua Figueira de Melo e vejo aquela frase "Aqui nasceu o Fenômeno", fico pensando qual frase seria adequada ao "Diamante"!
Começou a fazer sucesso no Bonsucesso (perdão do trocadilho) em 1931-32, quando fez 55 gols em 51 jogos. E foi contratado pelo Peñarol, do Uruguai, país então campeão do mundo em 1930. Fez mais sucesso: 28 gols em 25 jogos! Aí, o Vasco o repatriou e novamente artilheiro com 27 gols em 29 jogos. Passou pelo Botafogo com muitas contusões e voltou a explodir no Flamengo em 1936, onde ficou até 1941, na melhor fase de sua carreira, com 153 gols em 149 jogos. E aí surgiu o gol de "bicicleta". Em 1939, contra o Independiente, da Argentina. Todos acham que o lance foi "inventado" na foto abaixo quando, já no São Paulo, repetiu o gol na vitória de 2x1 sobre o Palmeiras, então Palestra Itália, no Pacaembu, em 1942. É uma das mais espetaculares fotos registradas na história do futebol brasileiro.
Chegou no São Paulo em 1942, onde ficou até 1950, quando encerrou a carreira aos 37 anos, com 141 gols em 212 jogos. Pela seleção brasileira, entre 1934 e 46, fez 37 gols em exatos 37 jogos! Foi técnico do São Paulo nos anos 50 e depois radialista e comentarista em São Paulo até os anos 70. Sua vida já está eternizada desde 2004 quando nos deixou para reforçar aquele timaço de São Pedro mas ficará documentada em filme sobre sua vida no ano que vem!
Com a sinceridade que marca hoje sua carreira como comentarista da TV Bandeirantes, Neto definiu bem seus tempos de jogador. E tomara que o Walter, do Goiás, leia este post! Eh!Eh!
Eu vi Rivelino, Nelinho, Zico, Roberto Dinamite, Ailton Lira, Dicá, Éder, Edinho, Marcelinho Carioca, Roberto Carlos e Ronaldinho Gaúcho baterem faltas. Todos gênios de arte na bola parada! Entretanto, também vi Neto que protagonizou o mais impressionante gol de falta de que me recordo: contra o Flamengo, pelo Brasileiro de 1991, no Ex-Maracanã! Veja aí:
Também fez dois gols espetaculares de "bicicleta"! O mais curioso é que um deles foi pelo Guarani, na final do Paulistão de 88, contra o Corinthians. E o outro, desta vez pelo Corinthians, contra o mesmo Guarani, em 92. Incrível! Estava quite com a Fiel! E ainda foi expulso porque tirou a camisa...
Só clicar e ver os gols:
Foi o grande responsável pelo primeiro título brasileiro do Corinthians em 1990. Com um time sofrível, Neto o conduziu praticamente sozinho, coadjuvado por um iluminado goleiro, Ronaldo, um meio campista polivalente, Wilson Mano, um atacante rápido e habilidoso, Fabinho, e o talismã Tupãzinho, autor do gol do título na final contra o São Paulo. Os demais eram apenas esforçados e fracos tecnicamente. E pensar que o Paulo Sérgio foi campeão do mundo em 94... O fato é que nesta campanha, Neto fez gol em quase todos os jogos, inclusive de cabeça (na semifinal contra o Atlético-MG) e de perna direita que só lhe servia para completar o passo.
Mas por que Neto é um renegado? Talvez porque tenha iniciado sua carreira como profissional em 1984, com 18 anos no Guarani e depois tenha passado por nada mais, nada menos que 15 clubes, sem se firmar em nenhum deles, exceto no Corinthians, onde jogou de 1989 a 93 e depois em 96 e 97, já fora de ritmo. Talvez tenha sido por conta de suas eternas brigas com a balança que originaram contusões sérias nos joelhos e nas panturrilhas que lhe impuseram uma aposentadoria precoce, aos 33 anos. Pode ser devido à injustificável cusparada que proferiu no rosto do árbitro José Aparecido de Oliveira , em jogo contra o Palmeiras em 1991, que lhe valeu suspensão de 4 meses. Ou ainda, por ter reclamado, a quem quisesse ouvir, de toda a sua revolta por não ter sido convocado por Lazaroni para a Copa América em 89 e para a Copa de 90, no auge de sua forma. Ou tudo isso junto.
E sua história na seleção brasileira não foi vitoriosa. Surgiu no torneio de futebol dos Jogos Pan-Americanos de 1983, em Caracas, Venezuela. Fez dois gols sensacionais de falta, mas o Brasil ficou com a medalha de prata. Disputou as Olimpíadas de Seul, Coreia do Sul, em 1988, voltando novamente com outra prata. Não era titular. Além disso, esse time revelou Romário e Taffarel! Voltaria à seleção, agora com status de capitão e de estrela maior, com Falcão, em 1991, para a Copa América, no Chile. Naufragaram juntos. Falcão foi demitido e Neto nunca mais seria convocado mas ainda deu tempo de fazer gol de falta no jogo de comemoração dos 50 anos de Pelé, em 1990, contra uma seleção do mundo, em Milão, Itália. Nem assim deu sorte. O Brasil perdeu por 2x1.
Depois de duas cirurgias de redução de estômago, Neto bate ponto no programa diário (seg a sex) "Os Donos da Bola" pela Band São Paulo, na hora do almoço, e o "Baita Amigos" (paródia do Galvão), na Band News, nas noites de segunda, mesmo dia e horário do "Bem Amigos", além de ter um blog no site de esportes da UOL.
Fico torcendo pro Walter emagrecer...
Fotos do Neto!
Guarani 85: Waldir Peres, Nei, Wilson Gotardo, (?), Giba e Julio César. Neto, Barbieri, Edmar, Evair e Gerson Sodré.
Palmeiras 89: Dario Pereyra, Toninho, Dorival Júnior, Edson, Veloso e Abelardo. Mauricinho, Gerson Caçapa, Gaúcho, Edu e Neto.
Corinthians 90: Giba, Jacenir, Marcelo Dijan, Guinei, Marcio e Ronaldo. Fabinho, Wilson Mano, Tupãzinho, Neto e Mauro (P.Sérgio não jogou a final).
Brasil na Copa América 1991: Mazinho, Marcio, Wilson Gotardo, Ricardo Rocha, Branco e Taffarel. Mauro Silva, Renato, Raí, Neto e João Paulo.
No momento em que um partida de vôlei termina (ou um set), imediatamente a televisão coloca no vídeo quantos pontos de saque cada equipe fez, de bloqueio, de ataque, quantas defesas, quantos contra-ataques e quantos erros de ataques se converteram em pontos para o adversário.
No basquete, o telespectador fica sabendo quantas bolas de 3 pontos cada equipe fez, de 2 pontos, o percentual de aproveitamento de lances livres, quantidade de assistências, de "tocos", de rebotes ofensivos e defensivos, de contra-ataques, número de faltas coletivas...
Nestes esportes, são informações que efetivamente explicam como foi o jogo, ou seja, são números que demonstram os motivos pelos quais um time derrotou o outro, com mais ou menos facilidade. Falamos de uma quantidade menor de jogadores em uma quadra (muito menor que em um campo) e com os pontos acontecendo a todo instante. A probabilidade de "zebra" aqui é muito pequena pois as virtudes e fragilidades de cada jogador ficam bem mais evidentes, uma vez que cada um participa ativamente do jogo. E outro detalhe: não pode haver empate.
Não faço a mínima ideia de quem iniciou a prática do scout ou dos "números do espetáculo" no futebol. Com certeza, foi alguém de alguma emissora de televisão, "enchendo linguiça" para cobrir um pouco mais dos 15 minutos de intervalo do primeiro para o segundo tempo.
Hoje, lendo o caderno de esportes de O Globo, tive a sensação de haver assistido à partidas completamente diferentes na tarde de ontem. Contra o São Paulo, o Botafogo teve 58% de posse de bola, acertou 392 passes contra 258 dos paulistas, chutou 11 vezes ao gol contra 9 e 5 escanteios a favor e 2 contra. Caramba! Que superioridade! Quem deixa pra ver o resultado no fim, fica pensando "Puxa, o Botafogo ganhou bem, então"! Não. 0x0. Contra o Corinthians, o Flamengo teve 51% de posse de bola, cada time chutou a gol exatamente 12 vezes, os cariocas tiveram 5 escanteios, os paulistas, 4. Aaah, os dribles: Corinthians, 19 e 14 do Flamengo que, em compensação, fez 29 cruzamentos contra só 13 dos paulistas. Lá vai o desavisado: "Puxa, jogo equilibrado, deve ter sido empate"! Não. 4x0 para o Corinthians.
Em resumo, estes "números" no futebol servem somente para 2 coisas:
1 - Dar emprego para algum maluco ficar anotando estas baboseiras;
2 - Chegar à conclusão de que a única estatística que representa com veracidade o que aconteceu em uma partida de futebol é quantos gols cada time marcou.
Amigos, se o time A fez mais gols que o time B...podem acreditar...o time A venceu!
Eu garanto!
Bola na Rede! A Estatística que Funciona no Futebol!
Indisciplinas e faltas nos treinos, expulsões contínuas, muitas lesões e problemas extra-campo onde chegou a ter prisão decretada por falta de pagamento de pensão alimentícia ao filho, além do alcoolismo que gerou alguns sérios acidentes de trânsito, acabaram transformando-o em um dos grandes ciganos do futebol. Foram 25 transferências, entre times medianos e pequenos no Brasil, Valladolid da Espanha, Universidad de Chile, Santa Fé da Colômbia e Oriente Médio. E em 2004, chegou ao fundo do poço quando, novamente no Grêmio, caiu para a série B do Brasileiro. Encerrou a carreira em 2011, pelo pequeno Imbituba de Santa Catarina, no ostracismo. Perdeu todo o dinheiro ganhou. Bem, não era uma previsão difícil de fazer.
