domingo, 29 de agosto de 2010

Prefixos e Títulos


A língua portuguesa, como todas as latinas, permite variações, conjugações e designações que outras não contemplam, como a inglesa, por exemplo.
Prefixos e sufixos gregos e latinos são amplamente utilizados em nossa língua. Nenhuma novidade. O problema é quando passam a fazer parte do vocabulário esportivo, sobretudo o do futebol.
Estou falando especificamente do BI, TRI, TETRA, PENTA e daí por diante. Qualquer aluno de curso fundamental sabe que estes prefixos significam respectivamente 2, 3 ,4 e 5. E o futebol tratou de atrapalhar tudo, com a cumplicidade da imprensa (que deveria ajudar por se tratar de comunicação) que sabe que é muito melhor vender jornal com "Bi ou Tricampeão", mesmo que na realidade não seja bem assim.
Considerando que tais prefixos significam somente números e não uma sequência, é absolutamente correto afirmar que um Tricampeão é campeão 3 vezes. Consecutivas? E agora?
Gustavo Kuerten venceu o quase secular Torneio de Tênis de Roland Garros por 3 vezes, em 1997, 2000 e 2001. Nelson Piquet foi campeão de Fórmula 1 em 1981, 1983 e 1987, competição disputada desde 1950 até os dias de hoje. Pode-se dizer que são tricampeões pois sua presença nestas 2 competições é limitada ou seja, não puderam e nem poderiam participar de todas as edições.
O Internacional de Porto Alegre venceu a Taça Libertadores em 2006 e 2010. É Bicampeão? Podemos dizer que sim pois o Inter não participou de todas as edições deste torneio. É preciso se classificar para tal. Sua presença não é certa em todos os anos. O mesmo raciocínio vale (ou pode valer) para a Copa do Brasil. O Flamengo a venceu em 1990 e 2006. Podemos considerá-lo bicampeão pois pode não disputá-la todos anos. Como qualquer outro time brasileiro, pode se classificar para a Libertadores, jogada sempre na mesma época.
Da mesma forma, a Copa do Mundo de Futebol não é jogada todos os anos e os participantes da fase final também não são sempre os mesmos. Embora o tempo não pare, ainda é correto afirmar que o Brasil é Pentacampeão.
Situações diferentes ocorrem nos campeonatos estaduais do Brasil e o Campenato Brasileiro. A competição nacional iniciou-se em 1967 e desde então, vem sempre sendo disputada pelos mesmos times, (ou seja, instituições e não pessoas) descontando-se o descenso e acesso entre as séries. O campeonato estadual do Rio é disputado desde 1906, sempre com os 4 grandes da cidade, que dividem aproximadamente 90% dos títulos das edições. Além deles, América, Bangu, São Cristóvão e Paissandu (aquele na Lagoa, ao lado da AABB) também foram campeões.
Assim, por CONVENÇÃO e BOM SENSO, o São Paulo é legitimamente TRICAMPEÃO BRASILEIRO em 2006/07/08 e seis vezes campeão brasileiro, acrescentando-se as conquistas de 1977, 1986 e 1991.
Criando essa "regrinha" criteriosa, também pode-se dizer que o Flamengo é TRICAMPEÃO carioca de 2007/08/09 e 31 vezes campeão da mesma competição. Ou alguém aí sabe como se diz 31 vezes campeão com o prefixo?

sábado, 21 de agosto de 2010

21 de Agosto de 1898


"Vamos todos cantar de coração, a Cruz de Malta é o meu pendão; Tens o nome do heróico Português, Vasco da Gama tua fama assim se fez..."
Foi para celebrar os 400 anos de descobrimento do caminho marítimo para as chamadas "Índias" que Henrique Ferreira Monteiro, Luis Antonio Rodrigues, José Alexandre Avelar e Manuel Teixeira de Souza Junior, jovens mas cansados de sair de Niterói todos os dias para remar, decidiram fundar um clube para Remo do outro lado da baía de Guanabara, na Rua Teófilo Otoni, 90, perto da esquina com Rua da Candelária. O descobridor, então, serviu para nomear o clube.

Se o Flamengo ficou popular por treinar em campos sem divisão para a torcida, o Vasco foi o clube que realmente democratizou o futebol no Rio de Janeiro, nos anos 10 do século passado. Mesmo antes de entrar no futebol, em 1904, elegeu o primeiro presidente mulato de uma agremiação social: Cândido José de Araújo. Usava cravo na lapela e ternos de impecável corte. Após adotar o futebol, enfrentou ferrenha oposição de Fluminense, Flamengo, Botafogo e América na Liga Metropolitana do Rio por aceitar negros, operários, mestiços e assalariados dos negócios dos portugueses para jogar. Também foi o primeiro a pagar salários ao elenco, iniciando a profissionalização no esporte. Por conta do preconceito, teve que jogar, e vencer seguidamente, uma 3a. divisão em 1921, a 2a. divisão em 1922 (então criadas no campeonato somente para dificultar sua vida) para disputar a 1a. e ser campeão, logo em seguida ao seu acesso, em 1923. A briga com os co-irmãos somente terminou em 1933, no famoso jogo com o América, denominado então, o Clássico da Paz. O profissionalismo no futebol estava definitivamente instalado.
Por que a torcida do Vasco canta na arquibancada que é o "time da virada"? Nos anos 20, também foi o primeiro a possuir preparadores físicos na equipe. Mesmo que saísse perdendo, seus jogadores demonstravam grande fôlego e entusiasmo. Viravam o jogo no segundo tempo.
Construiu o estádio de São Januário, em 1926, sem ajuda oficial. Os portugueses fizeram uma grande "vaquinha" e compraram o terreno da Rua General Almério de Moura, em São Cristóvão. Somente em 1950, com a construção do Maracanã, perdeu a condição de maior estádio da cidade. Durante a Era Vargas, era o palco preferido para desfiles de 1o. de maio e 7 de setembro, além dos célebres discursos de Getúlio: "Trabalhadores do Brasil..."
Foi o 1o. campeão sul-americano de clubes, em 1948, no Chile. Também será tema da série de artigos que darão sequência aos que foram aqui postados referentes aos campeões brasileiros de 1967 a 70. A Conmebol já oficializou esta conquista, obtida 12 antes da 1a. edição da Taça Libertadores da América, também conquistada em 1998. Não perca, vascaíno, tudo sobre este título de 48, em breve.
O restante de sua história; todos conhecem. Vivas a Ademir Menezes, Barbosa, Danilo (O Príncipe), Maneca, Friaça, Chico, Juvenal, Belini, Vavá, Rodrigues, Brito, Andrada, Zanata, Roberto Dinamite, Romário, Giovane, Edmundo e Juninho.
Duro, mas duro mesmo, deve ter sido assistir o show do Roberto Leal hoje na festa em São Januário. Ai Jesus! Com todo o respeito (obrigado Ancelmo!).
Parabéns Vasco, traço de união Brasil-Portugal!
Pesquisa contributiva: www.campeoesdofutebol.com.br

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Fluminense: Campeão Brasileiro de 1970


Em Pé: Oliveira, Félix, Denilson, Galhardo, Assis e Marco Antonio. Agachados: Cafuringa, Didi, Mickey, Samarone e Lula.

Na janela: Flavio "Minuano", contratado ao Corinthians em 69, artilheiro gaúcho revelado no Inter. Estava em campo na quebra do tabu: Corinthians 2xo Santos, 10 anos sem vencer. Não fez gol, foram de Paulo Borges revelado pelo Bangu, mas escreveu seu nome na História. Grande artilheiro, um dos maiores do Flu em 3 anos de clube (69 a 71), não jogou o quadrangular final, contundido. Mickey, centroavante moleirão e pouco técnico contratado ao Joinville, o substituiu e resolveu. Fez 1 gol de cabeça em cada uma das 3 partidas finais. Virou herói.
Félix, contratado à Portuguesa, titular na Copa de 70. Criticado na seleção, ídolo incontestável no Flu. Marco Antonio, reserva de Everaldo na mesma Copa. Coisas de Zagallo. Oliveira, Galhardo e Assis jogaram juntos durante 3 anos consecutivos, sem se contudir. Entrosamento total. Denilson, o Rei Zulu. Esteve na Copa de 66. Não foi em 70. Revelado na base, só jogou pelo Flu de 63 a 74. Cafuringa, folclórico driblador, esteve na Máquina Tricolor de 75 e depois jogou na seleção brasileira master do Luciano do Valle. Depois encerrou a carreira no Atlético-MG. Lula, pernambucano, chegou no Flu ainda juvenil, ponta esquerda driblador e chute potente. Fez o gol da polêmica na decisão do carioca de 71 contra o Botafogo. Em 75, foi para o Inter e acabou como algoz do Flu, marcando um dos gols colorados (2x0) na semifinal do brasileiro deste ano no Maracanã lotado. Samarone foi destaque na Portuguesa Santista de 65 a 68. Todos os grandes times de São Paulo queriam contratá-lo. Os dirigentes do Flu trouxeram-no de madrugada, de carro, de Santos ao Rio para assinar o contrato para jogar de 69 a 71. Habilidoso, artilheiro e raçudo. Depois foi para o Flamengo e Corinthians. Não jogou a última partida contra o Galo por contusão, substituído por Cláudio Garcia, que depois virou técnico do Flu em 83.

Com início em 20/09, novamente com 17 participantes, e após 16 partidas, no Grupo A, calssificaram-se pela ordem final da tabela, o Palmeiras de Ademir da Guia, Dudu e César e o Atlético-MG de Dario, Vaguinho, Lola e Vantuir, à frente de Botafogo, Grêmio, Santos, Bahia, São Paulo e América-RJ. No B, classificaram-se, o Cruzeiro de Tostão, Piazza e Dirceu Lopes e o Fluminense aí de cima, à frente de Internacional, Flamengo, Corinthians, Santa Cruz, Atletico-PR, Ponte Preta e Vasco.
No quadrangular final:
Cruzeiro 1x1 Atletico-MG
Fluminense 1x0 Palmeiras
Palmeiras 3x0 Atletico-MG
Cruzeiro 0x1 Fluminense
Palmeiras 4x2 Cruzeiro
Fluminense 1x1 Atletico-MG

Este último jogo (1x1) foi o recorde de público registrado nos 4 anos de camp. brasileiro até então: 115.000 pessoas no Maracanã, no dia 20/12. Após 19 partidas, o Fluminense acumulou 10 vitórias, 5 empates e 4 derrotas, marcando 29 (o melhor ataque) e sofrendo 16 gols. O artilheiro da competição foi Tostão, do Cruzeiro, com 12 gols marcados.
Sim. O Fluminense foi o 1º carioca campeão brasileiro!
Dados numéricos: www.bolanaarea.com

Palmeiras: Campeão Brasileiro de 1969



Na foto, em pé: Eurico, Leão, Nélson, Baldocchi, Dudu e Zeca. Agachados: Cabralzinho, Cardoso, César "Maluco", Ademir da Guia e Serginho.


O Palmeiras tinha um novo lateral direito: Eurico, sucessor de Djalma Santos, não tinha o mesmo brilho mas era voluntarioso e excelente cruzador. Émerson Leão, com 18 anos, assumia o gol e por lá permaneceria até 1978, quando seria contratado pelo Vasco, no ano seguinte. Foi o 3o. goleiro na Copa de 70, titular absoluto em 74 e 78 e novamente o 3o. em 86. E hoje, bem, hoje o técnico da polêmica, arrogância, etc, mas lançou Robinho e Diego no Santos, no título brasileiro de 2002. Sob o comando lendário de Ademir da Guia e Dudu, a Academia ainda tinha Baldocchi firme na zaga e agora Zeca na lateral esquerda, que ocuparia até 1974. César continuava maluco e artilheiro. Cabralzinho também jogou no Santos e se notabilizou também como técnico do alvinegro praiano, sobretudo nas divisões de base. Era o técnico do time principal do Santos no vice-campeonato brasileiro de 1995. Cardoso seria contratado pela Portuguesa e, junto com Enéas e Dicá, formou um grande meio-campo da Lusa, campeão paulista em 73 (dividido com o Santos naquela confusão dos pênalties de Armando Marques). Nos anos 60, o Palmeiras foi o único time paulista capaz de enfrentar o Santos de igual para igual. No Brasil, Botafogo e Cruzeiro o encaravam.

Iniciado em 06/09, novamente 17 equipes estavam divididas em 2 grupos e o regulamento foi mantido. Após 16 partidas, pela ordem de classificação na tabela, no grupo A, classificaram-se o Corinthians de Rivelino e Ado e o Cruzeiro de Tostão, Piazza e Dirceu Lopes, à frente de Internacional, América-RJ, Santos, Santa Cruz, Portuguesa e Flamengo. No B, classificaram-se o Palmeiras aí de cima e o Botafogo de Gérson e Jairzinho, à frente de Atlético-MG, Fluminense, Grêmio, Bahia, Coritiba, São Paulo e Vasco. NOTA: O América foi a grande surpresa carioca com Edu, irmão de Zico, artilheiro da competição com 14 gols marcados. Flamengo e Vasco, os últimos e o Fluminense, meio barro, meio tijolo.
Resultados do Quadrangular Final, em turno único:

Palmeiras 0x0 Corinthians
Botafogo 2x2 Cruzeiro
Corinthians 1x0 Botafogo
Cruzeiro 1x1 Palmeiras
Cruzeiro 2x1 Corinthians
Palmeiras 3x1 Botafogo

No dia 07/12, o Palmeiras foi o campeão, após 19 partidas, com 10 vitórias, 3 empates e 6 derrotas, marcando 28 e sofrendo 21 gols. Edu do América-RJ, como já mencionado, o artilheiro com 14 gols marcados.
Era o segundo título brasileiro do Verdão. Nada de bicampeão. Não foi consecutivo. Falaremos sobre isso mais tarde.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Santos: Campeão Brasileiro de 1968

Um dos time-base no Brasileiro de 68: Em pé - Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado, Marçal, Cláudio, Clodoaldo e Rildo. Agachados - Douglas, Negreiros, Toninho Guerreiro, Pelé e Abel.

Outra formação: Em pé - Lima, Ramos Delgado, Joel, Cláudio, Clodoaldo e Rildo. Agachados - Edu, Negreiros, Douglas, Pelé e Abel.


Putz Grila! Pelé, Lima (titular em 66 e reserva de Piazza em 70) e Ramos Delgado, zagueiro da seleção argentina, comandando os garotos. E que garotos! Carlos Alberto Torres, revelado pelo Fluminense, com 23 anos, Clodoaldo com 18, Rildo, revelado no Botafogo, que já havia jogado a Copa de 66, com 26, Edu, que na época não jogava na ponta-esquerda mas na direita ou de controavante, com 17 anos e reserva de Rivelino em 70. Douglas que, na década de 70 seria ídolo do Bahia, jogava na ponta-direita ou centroavante. E o grande artilheiro Toninho Guerreiro que, junto com Gérson, seria contratado pelo São Paulo em 1970, para tirar o jejum de 12 anos do tricolor paulista sem títulos estaduais, no bi de 70-71. Depois de Zito-Dorval-Mengálvio-Coutinho-Pepe, Pelé tinha novos e cracaços companheiros de bola na Vila Belmiro.

Iniciado em 24/08, os 17 participantes (2 a mais que em 67) continuaram divididos em 2 grupos e jogos de todos contra todos em turno único. Após 16 partidas, no grupo A, pela ordem da tabela final, o Palmeiras de Ademir da Guia e Dudu e o Internacional de Bráulio se classificaram para o quadrangular final à frente de Corinthians, Cruzeiro, Atlético-PR, Bangu, Botafogo, Flamengo e Náutico. No B, o Santos aí de cima e o Vasco de Brito, Buglê e Fontana, se classificaram à frente de Grêmio, Atlético-MG, São Paulo, Fluminense, Portuguesa e Bahia.
O quadrangular, em turno único, e mando invertido dos jogos de classificação:

Palmeiras 3x0 Vasco
Inter 1x2 Santos
Vasco 3x2 Inter
Santos 3x0 Palmeiras
Inter 3x0 Palmeiras
Vasco 1x2 Santos

Em 10/12, o Santos acumulou, em 19 partidas, 12 vitórias, 4 empates e 3 derrotas, marcando impressionantes 44 gols e sofrendo 20. Aplicou sonoros 9x2 no Bahia e ainda teve em Toninho Guerreiro, o artilheiro da competição com 18 gols marcados.
Ah! Então quer dizer que o Pelé não foi campeão brasileiro? Façam-me o favor...
Dados numéricos: www.bolanaarea.com

Palmeiras: Campeão Brasileiro de 1967

Em pé: Djalma Santos, Valdir de Moraes, Minuca, Baldocchi, Dudu e Ferrari. Agachados: Dario, Servílio, César "Maluco", Jair Bala e Rinaldo. Ademir da Guia não jogou a final e Jair Bala atuou.

Este foi o time do Palmeiras no útimo jogo do quadrangular final quando venceu o Grêmio por 2x1 no Pacaembu.
O inigualável Djalma Santos, bicampeão mundial em 58 e 62 fazia sua despedida dos gramados em grande estilo. Assim como o lendário Valdir de Moraes, que seria treinador de goleiros do próprio Palmeiras e da seleção brasileira até bem pouco tempo. Baldocchi foi zagueiro reserva de Brito na Copa de 70. Dudu e Ademir da Guia comandaram a Academia do Palmeiras até 1975. César, irmão de Luisinho Lemos, do América-RJ e do Flamengo, e de Caio Cambalhota, também do Fla, foi muito cotado para as Copas de 70 e 74 mas Zagallo não gostava de seu codinome. Grande jogador mas maluco. Ainda é. Servílio era um craque e foi convocado várias vezes à Seleção. Jair Bala era habilidoso e fez mais fama como técnico, sobretudo em sua terra natal, Minas Gerais. Treinou, por várias vezes, Cruzeiro, Atlético e América. Rinaldo é pai do Rinaldo, ponta-esquerda revelado pelo Santa Cruz, contratado pelo Fluminense em 1989 e convocado por Falcão para a seleção brasileira em 1990, no jogo dos 50 anos de Pelé, em Milão, em que o Brasil perdeu de 2x1 para o Milan. No lance mais polêmico deste jogo, ele pegou a bola na entrada da área adversária, tinha Pelé livre a seu lado, de frente pro gol, mas preferiu soltar a "bomba". A bola quase saiu do estádio. Pelé ficou pu... da vida!
Com início em 05/03 e 15 participantes, as equipes foram divididas em 2 grupos e todos contra todos (dentro e fora do grupo), em turno único. Após disputarem 14 partidas, no A, Corinthians de Rivelino e Internacional de Bráulio chegaram à frente de, pela classificação final na tabela, Cruzeiro, Bangu, São Paulo, Fluminense e Botafogo. No B, Palmeiras e Grêmio de Everaldo (tri em 70) chegaram à frente de Portuguesa, Santos, Atlético-MG, Flamengo, Vasco e Ferroviário-PR, que na década de 70 se tornaria Colorado e que, em 1980, ao se fundir com o Pinheiros, fundariam o atual Paraná Clube.
Como havia datas suficientes, o quadrangular final foi disputado em turno e returno. A classificação final foi: (a vitória valia 2 pontos)
Campeão: Palmeiras - 9 pg
Vice: Internacional - 7 pg
3º: Corinthians - 5 pg
4º: Grêmio - 3 pg

Ao final da competição, em 08/06, após 20 jogos, o Palmeiras acumulou 10 vitórias, 8 empates e 2 derrotas, marcando 39 gols e sofrendo 26. Dois foram os artilheiros: César Maluco e Ademar "Pantera" do Flamengo, ambos com 15 gols marcados.

Se isto não é ser campeão brasileiro...

Dados numéricos: www.bolanaarea.com


segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O Que é Ser Campeão Brasileiro?



No ano passado, Santos, Palmeiras, Fluminense, Botafogo, Cruzeiro e Bahia criaram uma espécie de lobby organizado conjunto (se é que isso existe) para reinvindicar oficialmente à CBF, títulos brasileiros referentes à Taça Brasil, Torneio Roberto Gomes Pedrosa e Taça de Prata, disputados entre 1959 e 1970. O raciocínio é simples. Eram competições de nível nacional que indicavam o(s) representante(s) brasileiros na Taça Libertadores da América, jogada pela primeira vez em 1960. Como é sabido, a CBF apenas reconhece os títulos a partir de 1971.
Na verdade, o G6 (vamos chamá-los assim) tem razão, e muita, mas em parte. E desta forma, deixam de ser 6 para somente 3.
Vamos entender. A Taça Brasil foi disputada nos moldes da Copa do Brasil atual. Mata-Mata (não é contigo não, Bruno!) somente com os principais campeões estaduais. Cariocas e Paulistas somente entravam na semi-final, ou seja, podiam ser "campeões brasileiros" jogando apenas 4 partidas. E foi assim que ocorreu em 8 de suas 10 edições. Os Campeões:

1959 - Bahia
1960 - Palmeiras
1961 - Santos
1962 - Santos
1963 - Santos
1964 - Santos
1965 - Santos
1966 - Cruzeiro
1967 - Palmeiras
1968 - Botafogo

Ora, evidentemente que não dá para aceitar estas conquistas como campeonatos brasileiros conquistados, mesmo que fosse a única competição em âmbito nacional neste período. Pode-se considerar, sim, como campeões da Galeria da Copa do Brasil. E mais: em 67 e 68, anos em que o Robertão foi disputado, quem seria o campeão brasileiro?
Em se tratando do "Robertão" (1967 a 1969) e Taça de Prata (1970), a coisa muda de figura. Durante estes 4 anos, os 13 clubes fundadores do Clube dos 13 em 1987, já tinham esse "algo" em comum. Conforme o ano e interesse político, a então CBD (D de desportos. A troca pelo F de Futebol ocorreu somente em 1979) oficializou a competição com 15 a 17 participantes. A forma de disputa foi a mesma e o campeão e o vice eram os representantes brasileiros na Libertadores. As equipes se dividiam em 2 grupos (de 8, 9 e/ou 7) e jogavam em turno único, todos contra todos. Os 2 primeiros de cada chave se classificavam para um quadrangular final, também jogado em turno único com inversão de mando de campo em relação aos jogos entre os quatro na fase de classificação. Assim, o campeão era conhecido após, em média, jogarem 18/19 partidas, durante 4 ou 5 meses. Os Campeões:
1967 - Palmeiras
1968 - Santos
1969 - Palmeiras
1970 - Fluminense

Por isso, O G6 virou G3. Estes três são, com certeza, campeões brasileiros. Então, por que a CBF não os considera desta forma? A resposta é ... não sei (obrigado Ancelmo!). E mais: De 1971 a 1973, a forma de disputa do "agora" campeonato brasileiro foi absolutamente a mesma de 67 a 70 (somente em 71, houve triangular e não quadrangular.).
Não pode ser por conta dos nomes oficiais da competição pois a CBF é especialista em trocar nomes, taças, formas de disputa e quantidade de participantes de seus campeonatos de 1971 até hoje. Vejamos:
1971 a 1979 - Campeonato Brasileiro
1980 a 1985 - Taça de Ouro
1986 - Camp. Brasileiro
1987 e 1988 - Copa União
1989 a 1999 - Camp. Brasileiro
2000 - Taça João Havelange
2001 a 2010 - Camp. Brasileiro

As 4 próximas postagens contarão um pouco da história dos 4 títulos brasileiros de 1967 a 1970. Depois falaremos de expressões como BI, TRI, TETRA, PENTA, HEXA, etc. Será uma cartilha do tipo "quando usar"! Inté!

sábado, 7 de agosto de 2010

Agora Quem Dá Bola é o Santos!




Em contraste com os incidentes ocorridos com a seleção brasileira na África do Sul, o futebol brasileiro tem do que se orgulhar em 2010. Ainda não em âmbito internacional mas é no doméstico que as coisas começam (ou deveriam começar) a acontecer.
A defesa é fraca mas, do meio-campo ao ataque, o time do Santos nos faz respirar ares de um futebol pentacampeão mesmo que ainda não reviva sua época de ouro dos anos 60. Melhor ainda ao próprio clube que, nestas 6 posições, apenas não revelou 1 em suas divisões de base (Arouca, pelo Fluminense). Wesley, Ganso, Robinho, André e Neymar, além do razoável goleiro Rafael começaram a correr atrás da bola na Vila Belmiro.
Jogaram um futebol de alta técnica, gols bonitos mas de comemorações duvidosas quanto a tripudiar dos adversários, sobretudo aqueles "sparrings" do início da Copa do Brasil e alguns do Paulistão. Culpe-se também a imprensa. Precisam vender novos produtos.
Mesmo com o desmanche previsto - e já real com a saída do André para a Ucrânia -, o Santos proporcionou grandes momentos de futebol brasileiro neste ano. Aquele bem jogado. Sem Felipe Mello, Michel Bastos...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O Pior é que a Lei Permite!











Alô torcida do Vasco! Parabéns!
Não, não, não!
Não houve nenhum jogador convocado da Colina pelo Mano Menezes! O time também não conquistou ainda nenhum título esse ano mas em 2010, São Januário se transformou em um autêntico celeiro de opções para que projetos sociais e esportivos inundem o Estado do Rio e, porque não dizer, todo o Brasil.
Seria uma "sementinha" plantada, lá atrás, pelo ex-deputado Tô Rico Miranda? Será que esse bravo cidadão defensor das causas sociais e artífice benfeitor dos "descamisados" moradores das comunidades carentes "treinou" esse povo todo durante todo esse tempo, sem que ninguém soubesse? Que bom será se a resposta for SIM! SIM! Mil vezes, SIM!
Quando a população dispõe de grandes brasileiros dispostos a entrar na vida pública visando o seu bem-estar é sinal que o exercício da cidadania em nossa sociedade está próximo de atingir o seu ápice. Orgulho-me de poder votar em brasileiros de tamanha estirpe!
É isso aí! Vamos renovar o Congresso Nacional e várias Assembléias Legislativas com sangue novo, ou melhor, com "çangui bão". Valeu, Peixe?

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O Rei aqui é Pelé na Terra do Futebol...


Não os vi jogando. Apenas alguns trechos de filmes. Meu pai viu. Ele estava no Maracanã quando Pelé fez o gol que originou a expressão "Gol de Placa". A linha do Santos contra o Fluminense naquela tarde de 5 de março de 1961 era exatamente essa aí da foto de cima: Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Com este ataque, mais Zito e Calvet no meio-campo, Gilmar no gol, Ramos Delgado, Mauro e Dalmo na zaga, o Santos conquistou o mundo. Não apenas o bicampeonato mundial, bi da Libertadores, Tetra Brasileiro, não sei quantos Paulistas mas ganhou o mundo mesmo, no melhor conceito que se possa conferir. O Santos rodava a Europa, pelo menos, 2 vezes ao ano na década de 60 e massacrava Benfica, Sporting, Porto, Real Madrid, Barcelona, Juventus, Milan, Fiorentina, Inter, Manchester, Liverpool, além de treinos por Suíça, Bélgica, Holanda, Áustria, Suécia, Alemanha. Parou guerras na África, adiava festas e campeonatos no México, na América Central. Estádios lotados. Futebol com alegria. Este time-base foi o mesmo durante 6 ou 7 anos consecutivos. Sem tripudiar ou desrespeitar adversários, atendendo a todos, sua própria torcida e a dos outros. O Santos era embaixador do futebol brasileiro. Não jogava grandes partidas e finais de campeonato na Vila Belmiro ou no Pacaembu. Somente o Maracanã era um palco digno de recebê-lo, seja pelo talento no gramado, seja pela oportunidade de haver mais pessoas a admirá-lo, sem TV ao vivo. E vibrar. Muito.
Aí, 40 e poucos anos mais tarde, aparecem Felipe (o goleiro da ração do cachorro), Madson, Zé Eduardo e Zezinho. (Voltem ao parágrafo anterior; leiam novamente os nomes lá citados e comparem.) Na internet com webcam, uma discussão tola, fútil e absurda com torcedores à meia-noite de um domingo e que alcança índices de audiência incompreensíveis na mídia.
É óbvio que os dirigentes dos "grandes" clubes brasileiros não educam suas divisões de base e nem lhes fornecem dados sobre sua história, suas conquistas, seus ídolos e, sobretudo, o que tudo isso representou na formação sócio-cultural do bairro, da cidade, do estado, em torno do futebol.
Pobres ricos jovens boleiros, hoje somente formados para ganhar dinheiro a si próprios e para empresários, dirigentes de clubes e imprensa. Tudo bem. Quando a carreira encerrar, se elegem deputados estaduais e federais e aí, bem vc sabe... Não é nada , não é nada... não é nada! (Obrigado Ancelmo!). Apenas continuam a ganhar bem...


segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A Copa e o Brasil: Os Elefantes Brancos!




Quando no século XVI os portugueses chegaram ao antigo Sião, hoje Tailândia, e depois deles os holandeses, ingleses e franceses, encontraram, na região, costumes e modos diferentes dos que prevaleciam na Europa. E levaram de volta consigo essas informações e as tornaram populares – como Marco Pólo (1254-1324) já o havia feito -, entre elas a de que por lá existiam elefantes brancos, mas em número tão reduzido que poucos podiam afirmar que já os haviam visto. Com respeito a esse fato eles acrescentavam uma revelação curiosa: a de que o rei local, quando insatisfeito com alguém da corte, presenteava-o com um desses animais considerados sagrados, passando a visitar o presenteado em horas incertas a fim de verificar pessoalmente se o bicho estava sendo tratado com a atenção necessária. O homenageado, coitado, que por razões óbvias se vira forçado a aceitar o presente do rei, dali em diante fazia das tripas coração para manter o animal sempre limpo e enfeitado, e o que é pior, procurando satisfazer seu apetite de tamanho e peso equivalentes às quase dez toneladas de carne e ossos que carregava. Em razão disso, a expressão “elefante branco” passou a simbolizar inicialmente o presente incômodo e indesejado que alguém recebe de algum engraçadinho e, mais tarde, as coisas enormes e incomuns que ninguém sabe para que servem, como uma obra pública inacabada, por exemplo, ou o viaduto que liga o nada a lugar nenhum.... http://recantodasletras.uol.com.br/redacoes/167167

Nove ou, no máximo, dez estádios são suficientes para se jogar um Copa do Mundo. Com 8, já dava. No Brasil, serão 12. Fruto da política do toma-lá-da-cá, existente aqui há 510 anos.
O Estádio Vivaldo Lima, em Manaus, havia sido reformado em 2004 para receber o jogo Brasil 1 x 0 Equador pelas eliminatórias de 2006. Novinho, já está no chão. Será a Arena da Floresta! Que nome ecologicamente correto! AH! Depois da Copa, serão clássicos do São Raimundo, Nacional e Fast Club.
Recife já tem três estádios. Arruda do Santa Cruz (65 mil lugares), Ilha do Retiro do Sport e Aflitos do Náutico. Vai ganhar o quarto. Alguém aí quer fundar um quarto time em Recife? (Até já existe, o Recife! Vc sabia?)
Natal já tem dois. Machadão (onde o América joga) e o Frasqueirão do ABC. Vão levantar o Estádio das Dunas. AH! O Alecrim não tem estádio. Tá resolvido, então!
A Fonte Nova, abandonada e execrada após aquela tragédia de alguns anos atrás, será reconstruída. Ótimo para resgatar a história do futebol baiano e grandes jogos realizados ali mas o Vitória manda seus jogos no Barradão e o Bahia gastou uma grana no Pituaçu e já avisou que não sai mais de lá, menor e mais lucrativo. Já sei, já sei, bota o Galícia pra jogar lá!
Cuiabá! Grande Cuiabá! Sim , terra do Mixto, Dom Bosco, vários Operários. Grandes clássicos prometem "casa cheia". Tudo bem, criam-se uns tuiuius, umas garças no gramado, faz-se um fosso de água doce para as piranhas (os peixes!!!) e pronto. Fauna do pantanal preservada!
Brasília! Hahahahahahaha! Já demoliram o Mané Garrincha. Vão levantar outro. Joaquim Roriz está na frente das pesquisas para o governo do DF! Brasília! Hahahahahahahaha!
São Paulo. Por que será que o Andrés Sanchez, presidente do Curingão, principal aliado político do Ricardo Teixeira, cedente do Mano Menezes de forma gratuita à CBF, afirma tão categoricamente que a abertura da Copa será no novo estádio do Itaquerão, região arenosa da periferia da capital paulista? Ôrra, meu!
A reforma do Maracanã vai custar 2 Engenhões. O Atlético-PR está de joelhos implorando à prefeitura de Curitiba, governo do estado e União para finalizar o estádio. Nada ainda.
Fortaleza acabou de reformar o Castelão há 2 anos. Vai começar tudo de novo.
Mineirão OK, Idem para o Beira-Rio, o único inteiramente privado.
O pilantra que vcs chamam de presidente já liberou o endividamento dos estados para "investimentos" na Copa!
Como já falei em postagens anteriores, vc aí, contribuinte, pague seu imposto de renda em dia.
Psiu, vc aí do Rio. Dois anos depois, tem a Olímpiada, valeu? É só pensar no "legado" do Pan...