segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A FLATULÊNCIA DO PROFESSOR


Impressionante a importância que os técnicos adquiriram nos últimos 30 anos no futebol mundial. Coincidência ou não, foi mais ou menos nesta época que perdemos a Copa de 1982 na Espanha. Não perca, em breve, uma postagem sobre esta seleção. A última a apresentar um futebol que enchesse os olhos.

A Itália ganhou. Uns se lembram de Paolo Rossi. Outros de Bruno Conti ou Dino Zoff mas todos se lembram de Enzo Bearzot. O técnico. Velhote ranzinza, antipático. Cachimbo insuportável no canto da boca. Na 1a. fase da Copa, não ganhou de ninguém. Empatou com Polônia, Peru e Camarões. Este último fez um gol legítimo que eliminaria os futuros campeões. Adequadamente "bem" anulado. Brigou com a imprensa, não dava entrevistas e depois venceu Argentina, Brasil, Polônia e Alemanha. Virou Deus. O estrategista, o sábio, o mago. Pobre Telê Santana. Um mero perdedor.

A partir daí, nenhuma seleção do mundo venceu uma Copa com brilhantismo. Com merecimento, sim. Com arte, nunca mais.

O Brasil seguiu as mesmas regras do endeusamento dos técnicos. Da época de Feola, que dormia nos treinos de 1958 (claro, aquele simpático gordinho bonachão ia dizer o que para Pelé, Garrincha, Didi, Zito e Nilton Santos?), passamos pela retranca e armadilha tática do Zagalo (só com um "l" pois não é italiano, é alagoano!), do overlaping polivalente de Coutinho, sempre galgando os parâmetros do Lazaroni.

Jornalistas e comentaristas precisam dos técnicos. E vice-versa. O papo é mais reto. O nível é (supostamente) mais elevado. São táticas, esquemas de jogo, 4-4-2, 3-5-2, 3-6-1, 4-6-0, 3-2-4-1, domínios territoriais, cobertura e falhas de posicionamento, aproveitamento dos espaços vazios, usar as laterais do campo, disciplina tática, marcação por zona, revezamento nas faltas. Os patrocinadores da mídia assim exigem. Nós pagamos TV a Cabo.

Aí chegamos no mestre dos mestres. O técnico do terno e das gravatas de seda. O homem do jabá. Da franquia. O cara que tem o sobrenome de uma monarquia ímpar na Europa.

Mas ele mudou. Tirou o terno. Botou a camisa do clube. Sempre sorridente (claro; está milionário). Contudo, não perdoa um simples punzinho. E o pior: vira notícia. Parece coisa encomendada. E o pior ainda: eu também acabei de escrever sobre isso.

Fico pensando se ele fosse o técnico do Bahia, que o derrotou categoricamente ontem. Imagine comemorar a vitória com vatapá, acarajé e azeite de dendê!

P.S.: Quase uma semana se passou! Ricardo Gomes melhorou! Vamos meu zagueiro!

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