sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Reconhecimentos: Fluminense - Campeão II Copa Rio 1952


Em Pé: Píndaro, Edson, Bigode, Jair, Castilho e Pinheiro. Agachados: Telê Santana, Orlando "Pingo de Ouro", Marinho, Didi e Quincas.


A Copa Rio de 1952 foi antecipada em 1 ano por solicitação do próprio Fluminense pois como campeão carioca de 1951 (o primeiro do Maracanã), teria o direito de disputá-la no ano de seu cinquentenário. A CBD e a FIFA acataram o pedido.

O Fluminense vivia a época do "timinho". O lendário técnico Zezé Moreira não gostava de estrelas e pregava o futebol solidário com jogadores que priorizavam o coletivo sobre o individual. Foi assim que o tricolor impediu um tricampeonato carioca inédito e iminente para o Vasco, "Expresso da Vitória", em 1951. Contudo, não dá para afirmar que um time que tinha Castilho, Didi, Orlando Pingo de Ouro, Telê, Píndaro e Pinheiro não fosse um time de craques. Para muitos historiadores do futebol brasileiro, Castilho foi o maior goleiro brasileiro de todos os tempos. Jogou somente pelo Fluminense de 1949 a 1964. Titular em 54, reserva em 50, 58 e 62. Chegou a decepar o dedo mindinho esquerdo para não desfalcar o time. Ídolo de toda uma geração. Didi, revelado pelo Madureira em 1949, chegou ao Flu com 19 anos no ano seguinte. Bi Mundial em 58 e 62 (já jogando pelo Botafogo), recebeu o apelido de "Príncipe Etíope" do célebre Nelson Rodrigues. Elegância, chute com efeito, lançamentos precisos. Telê, o "Fio da Esperança", se tornaria uma das maiores personalidades do futebol brasileiro, jogando no Flu de 1950 a 1960, e como técnico da seleção em 82 e 86 e bicampeão intercontinental com o São Paulo em 92 e 93. Em 1961, quando encerraria a carreira no Madureira, seu time perdia por 5x0 exatamente para o Flu. No fim do jogo, Telê fez o gol de honra do "madura" e a torcida tricolor no Maracanã comemorou como se fosse o sexto. Pinheiro, reserva em 50 e titular em 54, foi por muito tempo técnico das categorias de base do Fluminense.

De 13/07 a 02/08, a competição foi disputada nos mesmos moldes de 51. No Grupo A, jogado no Maracanã, Fluminense (campeão carioca de 1951), Sporting (campeão português), Peñarol (campeão uruguaio) e Grasshoppers (campeão suíço). No Grupo B, jogado no Pacaembu, Corinthians (campeão paulista de 1951), Austria Viena (campeão austríaco), Saarbrucken (campeão alemão) e Libertad (campeão paraguaio). Nas semifinais, o Fluminense, 1o. de A, eliminou o Austria Viena, 2o. de B e o Corinthians, 1o. de B, eliminou o Peñarol, 2o. de A.
Final brasileira no Maracanã. O Corinthians tinha Gilmar no gol, e um histórico ataque com Luisinho e Baltazar "cabecinha de ouro". Em duas partidas, o Flu venceu a primeira por 2x0 e com o empate na segunda em 2x2, garantiu o título.
A Campanha do Fluminense:
0 x 0 Sporting
1 x 0 Grasshoppers
3 x 0 Peñarol
1 x 0 Austria Viena
5 x 2 Austria Viena
2 x 0 Corinthians
2 x 2 Corinthians

Em 7 jogos, foram 5 vitórias, 2 empates e nenhuma derrota. 14 gols marcados e 4 sofridos. Marinho e Orlando Pingo de Ouro foram os artilheiros com 5 gols cada.
Reconheça-se: o Fluminense foi o 2o. Campeão Mundial Interclubes, no ano de seu cinquentenário - II Copa Rio 1952 !

A Copa Rio deveria continuar a cada 2 anos mas a desorganização do futebol brasileiro tratou de destruí-la. Vendo o sucesso e prestígio da competição, os clubes do Rio e São Paulo quiseram "inchá-la", colocando 2 representantes de cada estado. Os clubes estrangeiros não concordaram em alongar o torneio em virtude de estarem em início de temporada e não disporem de datas para irem ao Rio. Durante 8 anos, até 1960, nenhum torneio mundial interclubes foi disputado. Depois, a polêmica começou...

fotos e tabelas: www.campeoesdofutebol.com.br e www.flumania.com.br

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