A discussão do momento no futebol brasileiro é sobre os gramados dos estádios.
Natural? Sintético? Híbrido?
É compreensível que a maioria entenda bem o conceito por trás dos dois primeiros mas não pelo híbrido que, ao contrário do que possa parecer, não é uma simples mistura de natural com sintético.
Consiste numa espécie de preparação do terreno arenoso com fibras sintéticas para "amarrar" os fios naturais de grama que virão a seguir, garantindo nivelamento do solo e consequente boa irrigação. Sem entrar muitos nos detalhes técnicos de como isso é feito, o fato é que, uma vez pronto, a bola rola apenas sobre grama natural.
A polêmica reuniu declarações de jogadores já veteranos, ainda em atividade, com larga carreira pela Europa que voltaram ao Brasil como Neymar, Thiago Silva e Lucas Moura. Todos sabem que por aqui o Allianz Park, o Engenhão (desculpe, Nilton Santos), Arena da Baixada e agora a MRV Arena são estádios com 100% de grama sintética. Lógico que o jogo fica diferente mas, sinceramente, não creio que isso seja um fator preponderante para definir que o time que joga ali tenha mais chance de ser campeão pois estaria mais bem condicionado.
Outro argumento cita a possibilidade do maior risco de lesão a uma prática esportiva de alto impacto e de contato físico. Nem quero entrar nesse mérito, embora até concorde, mas para conquistar títulos, qualquer time precisa muito mais do que um "fator campo". Precisa de jogadores. Daqueles bons! Ou muito bons! Ou ótimos (cada vez mais raros)!
Os campeonatos de maior prestígio da Europa são extremamente restritivos aos gramados sintéticos. Nem é necessário ir muito longe. Aqui ao lado na Argentina, também. Há ligas como a neerlandesa (dos Países Baixos) por exemplo, que subsidiam a manutenção de gramados naturais, bem mais complexa em regiões de inverno rigoroso. É um investimento feito tanto pela EreDivisie (a Liga dos Países Baixos) como pelo poder público local.
Já se sabe há algum tempo que a FIFA não proíbe campos sintéticos mas tem rígidos critérios técnicos para sua aprovação. Jogos de Copa do Mundo, UEFA Champions e até de Copa América são predominantemente realizados em gramados naturais.
O técnico português Abel Ferreira, supercampeão no Palmeiras, onde está há inimagináveis 5 anos, deu uma declaração de defesa do sintético, atacando os inúmeros gramados naturais brasileiros, péssimos em sua concepção original e sem manutenção adequada que também prejudicam o espetáculo, deixando jogadores expostos às mesmas lesões. Certíssimo. E é assim há muito tempo.
O Maracanã iniciou o ano de 2025 com gramado híbrido. Estudos apontam que, com grama natural, qualquer campo suporta cerca de 55 jogos por ano, sem prejuízo de qualidade e manutenções regulares bem executadas. O estádio dividido pela dupla Fla-Flu recebe cerca de 70 a 75 jogos no mesmo período. Estádios com grama natural e mando de campo de um único clube, como Morumbi e Itaquera, recebem de 30 a 35 jogos. A diferença é grande.
De qualquer maneira, a discussão é válida. Entretanto, pergunto: É prioridade no futebol brasileiro?
Que tal se a maioria dos jogadores não se juntassem a Neymar, Thiago Silva e Lucas Moura em torno de outras questões como, por exemplo, o nosso calendário, inchado com os decrépitos campeonatos estaduais que fazem aumentar a quantidade de jogos em gramados naturais ou sintéticos. Ou ainda o sistema de eleição da presidência da CBF. Também poderiam discutir sobre a profissionalização da arbitragem, a transparência e melhores critérios de decisão das equipes do VAR.
Mas então, passo a defender os jogadores: será que eles podem fomentar essas questões?
OSMAR ACREDITO QUE O ASSUNTO EM QUESTÃO DEVERIA SIM TER UMA MAIOR ATENÇÃO DOS RESPONSÁVEIS AS OPINIÕES DOS JOGADORES E MÉDICOS DO ESPORTE - EU COMO HOJE EX JOGADOR POSSO AFIRMAR QUE O PISO SINTÉTICO SIM É UM POUCO MAIS DURO E O IMPACTO CONSTANTE NESSE PISO É SIM MAIS PREJUDICIAL DO QUE O GRAMADO NATURAL, UMA OUTRA QUESTÃO É EM RELAÇÃO A DINÂMICA DE JOGO QUE ACABA SIM SENDO MAIS RÁPIDO; MAS ISSO NAO GARANTE QUALIDADE ATENTAMOS QUE NA EUROPA JA SE FALA EM PROIBIÇÃO DO GRAMADO SINTÉTICO, AGORA QDO HA INTERRESSE FINANCEIRO AI AMIGO; JA NÃO EXISTE DISCUSSÃO SAUDÁVEL - FORTE ABRAÇO!
ResponderExcluirMeu caro Rafa. Prazer receber seu comentário. Sem dúvida, o natural é muito melhor e o ideal para se jogar futebol. Que o tema seja discutido com seriedade e sem demagogia. Esse é que é o problema...rsrsrs. Grande abraço!
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