NOME: JOSÉ JUNQUEIRA DE OLIVEIRA
Apelido ou mais conhecido como: JUNQUEIRA
Nascimento: 26/02/1910 - Vargem Grande do Sul SP
Falecimento: 25/02/1985 - São Paulo SP
Uma Só Camisa: PALMEIRAS (Palestra Itália) SP
Período: 1931 a 1945 - 14 anos
Posição: Zagueiro Central (destro)
337 jogos: 211 vitórias, 73 empates
Gols: 0
Seleção Brasileira: 1 jogo - 0V 1E 0D
"Sempre fui cobiçado por vários clubes paulistas, cariocas e até argentinos mas nunca deixei o meu Palmeiras pois me ufano em poder envergar sua gloriosa camiseta esmeraldina. Lá em casa, todos são alviverdes e, se um dia eu sair daqui, pobre de mim, dormiria ao relento. Aqui iniciei, aqui fiquei reconhecido e famoso, salvo a modéstia. Meu ideal de vida, desde 1931, foi lutar, defender o Palmeiras até minhas forças permitirem. E aqui encerrarei minha carreira que alguns, bondosamente, qualificam de gloriosa."
Depoimento de Junqueira, em 1943, à revista oficial do Verdão!
Os primeiros versos do hino da Sociedade Esportiva Palmeiras nos dizem que "Quando surge o alviverde imponente, no gramado que a luta o aguarda, sabe bem o que vem pela frente." E o refrão começa com "Defesa que ninguém passa."
Foi composto pelo maestro ítalo-brasileiro Antonio Sergi, o "Totó", muito popular no rádio, em 1949. Sem dúvida, deve ter se inspirado no seu zagueiro capitão do time, forte, alto, corajoso, técnico, recordista de títulos do campeonato paulista até hoje (7) e o primeiro a possuir busto no Parque Antártica, ainda como jogador, em 1943! Uma lenda eternamente viva!
Nascido na pequena Vargem Grande do Sul, quase na fronteira com a mineira Poços de Caldas, morava em Jacarezinho, Paraná, quando foi descoberto por Ernesto Giuliano, um dos fundadores do então Palestra Itália em 1914. Junqueira tinha 19 anos e começava aí sua história de pioneirismo no futebol paulista. Também teve convite do São Paulo mas permaneceu leal a quem chegou primeiro.
Conquistou o primeiro de seus títulos paulistas, ainda no Palestra Itália, em 1932, ano da Revolução Constitucionalista de São Paulo. O 9 de Julho é feriado estadual até hoje e não foi fácil para que as equipes paulistas mantivessem seus jogadores focados, somente treinando, enquanto um conflito armado acontecia. Muitos desistiram. Junqueira, mesmo com somente 22 anos, foi peça fundamental para que o Palestra não sofresse tanto com tais perdas, com o agravante de ser um período de transição do amadorismo para o profissionalismo, desejado pela maioria que, pela demora na definição, preferiu buscar outros mercados como Argentina, Uruguai e a própria Itália. Sua liderança e seriedade ecoou por todo o time. Influenciou a quase todos, clamando pelo amor ao clube e ajudando, assim, a reformular um elenco que venceria mais 4 Paulistas em 6 anos com grandes exibições e direito a uma histórica goleada de 8x0 sobre o arquirrival Corinthians! Era complicado passar por uma defesa comandada por ele e seu fiel colega de zaga, Carnera!
O ano de 1942 também é histórico para o clube. Em plena Segunda Guerra Mundial, não poderia mais haver o "Itália", país inimigo, em seu nome. A troca do nome para "Palmeiras" não foi suficiente para que provocações deixassem de ser frequentemente dirigidas não somente aos torcedores e jogadores alviverdes mas a toda a imensa colônia italiana em São Paulo. Tempos difíceis.
A decisão do campeonato deste ano foi contra o São Paulo, justamente o clube que os torcedores mais provocavam, por conta do agora extinto "Itália". "Não são brasileiros". "Inimigos da liberdade". "Vamos lhes dar uma lição". Os próprios dirigentes sampaulinos promoveram um foguetório inexplicável na concentração alviverde. O Capitão Junqueira e o goleiro Oberdan entraram no gramado no Pacaembu, liderando os jogadores do Palmeiras que carregavam uma enorme bandeira do Brasil! O Alviverde surgiu imponente. A luta o aguardava. Versos do hino em prática. Os comandados de Junqueira já venciam por 3x1, no fim do jogo, quando um pênalti a seu favor foi assinalado. Poderia ter sido um clássico resultado de 4x1 se o São Paulo não tivesse abandonado o campo em protesto contra a marcação! O Palmeiras se vingava e Junqueira levantava mais uma taça! Essa, por demais, histórica!
Foi convocado uma única vez para a Seleção Brasileira, em 1940. Foi para Copa Rocca, aquela jogada contra a Argentina. Os 2 jogos ocorreram no Parque Antártica. O primeiro terminou empatado em 2x2, com Junqueira titular. Para o segundo, o veterano técnico do Brasil, Silvio Lagreca, mesmo paulista, cedeu às pressões da imprensa carioca para escalar o vascaíno Florindo no lugar de Junqueira. Os argentinos "passearam": 3x0! Coincidência... rsrsrs!
Após sua última partida pelo Palmeiras, um 3x3 contra o Corinthians, em 1945, Junqueira aceitou ser auxiliar técnico do célebre Osvaldo Brandão e levantou o caneco do Torneio Início de São Paulo, de 1946.
Jamais deixou de frequentar o clube até seu falecimento, aos 75 anos!
Ainda parafraseando seu hino, Junqueira transformou sua lealdade em padrão!
Mostrou que, de fato, sempre foi campeão!
E jamais dormiu ao relento...
Gostando da série?
Continuando a viagem... Oh Minas Gerais! Quem te conhece não esquece jamais...
Grande Osmar, uma aula de história do futebol, sensacional - olha de tirar o chapéu!
ResponderExcluirValeu Rafa! A vez do seu Santos vai chegar... rsrsrs!
ResponderExcluirHahahaha
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