sábado, 30 de novembro de 2013

O CENTENÁRIO DO PRIMEIRO TRALALÁ



O Grande Lamartine Babo, o Lalá, compôs os hinos dos 4 clubes de maior torcida do Rio. Todos não-oficiais mas pela sua beleza e métricas perfeitas foram os que caíram no gosto dos torcedores e são adotados e cantados como oficiais.

Contudo, Lalá era americano e guardou para seu clube de coração o mais belo hino de todos. Creio que todo o Brasil. E aqui imortalizado na voz de um seus torcedores ilustres: Tim Maia! Foi um projeto que a Revista Placar lançou em 1995 para comemorar seus 25 anos. Grandes artistas gravaram os hinos de seus times. E lá estava Tim, imortalizando esta interpretação à altura da obra-prima de Lalá!


E por que estamos falando do América? Hoje faz 100 anos do primeiro título carioca conquistado pelo então time do Andaraí. E que Lamartine fez questão de colocar na letra do hino "Campeão de 13, 16 e 22, tralalá..." Taí o esquadrão rubro de 1913:
Foto: Divulgação
Luiz Mendonça, Marcos Carneiro de Mendonça e Belfort Duarte. Jonathas, Lincoln e Mendes. Witte, Juquinha Moreira, Ojeda, Gabriel e Osman.
O goal keeper Marcos Carneiro de Mendonça iria para o Fluminense no ano seguinte, onde faria história no tricampeonato tricolor de 17-18-19 e primeiro goleiro da seleção brasileira campeã do sul-americano de 1919, disputado no Estádio das Laranjeiras. O left half Belfort Duarte se notabilizou por marcar e desarmar atacantes sem fazer faltas. Durante décadas, o campeonato carioca premiava o jogador que passava toda a competição sem tomar advertências ou ser expulso pelos árbitros e, a partir de 1970, cartões amarelo e vermelho, com o Troféu Belfort Duarte. O goleiro Wendell do Botafogo e Fluminense ganhou vários. O prestígio de Belfort era tanto que virou nome de torcida organizada do América. O center half Lincoln era o capitão e líder do time. Não está no meio da foto à toa! O right forward Witte, driblador rápido e habilidoso e o goleador, o center forward Ojeda, vice-artilheiro do campeonato com 9 gols.

Foram 15 jogos, com 12 vitórias e 3 derrotas, em um campeonato que teve Fluminense, Botafogo, Flamengo, São Cristóvão, Bangu, Americano (de Vila Isabel), Mangueira, Rio Cricket (de Niterói), além do campeão de 1912, o Paysandu, aquele mesmo ali da Lagoa ao lado do Clube Monte Líbano e da AABB! Foram 40 gols marcados e somente 12 sofridos! A primeira glória!

Lembrança de uma época romântica que fez do América um clube de prestígio, formador de grandes jogadores, depois contratados por grandes times do Brasil. Nunca teve muitos torcedores mas que compareciam sempre um bom número no Maracanã, onde costumava jogar contra times pequenos. Até meados da década de 80, as partidas contra os grandes do Rio também eram denominadas de "clássicos", tamanho o equilíbrio. Todos os torcedores dos 4 grandes do Rio sempre tinham o América como o seu "segundo time".

Após 1913, o América conquistou mais 6 cariocas, uma Taça Guanabara em 1974 e a Taça dos Campeões em 1982, torneio que a CBF criou para que os clubes brasileiros não ficassem parados enquanto a seleção se preparava para a Copa do Mundo na Espanha.

Hoje, o time rubro agoniza na 2a. divisão carioca, após quase 30 anos de administrações irresponsáveis, com perda de patrimônio, brigas internas, rebeliões na federação, fim dos investimentos e de seu quadro de sócios. E não há muita perspectiva de melhora.

Tomara que os 3 grandes times rubros que escolhi abaixo para finalizar este post inspirem seus atuais dirigentes, seus poucos e ainda fiéis torcedores, para que não deixem morrer um clube que, efetivamente, ajudou a construir o futebol no Brasil!

Saaaangue...Saaaangue...Saaaangue...!

América campeão carioca de 1960
Campeão Carioca 1960 - América 2x1 Fluminense: Ari, Jorge, Djalma Dias, Amaro, Wilson Santos e Ivan. Calazans, Antoninho, João Carlos, Quarentinha e Nilo.
Campeão Taça GB 1974 - América 1 x 0 Fluminense: Orlando Lelé, Geraldo, Rogério, Alex, Ivo Wortmann e Álvaro. Flecha, Bráulio, Luisinho, Edu e Gilson Nunes.
Foto: Divulgação/ Ascom America
Campeão dos Campeões 1982 - América 2x1 Guarani: Gasperin, Duílio, Everaldo, Zé Dilson, Chiquinho e Pires. Serginho, Gilberto, Moreno, Elói e Gilson "Gênio".



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