terça-feira, 17 de dezembro de 2013

NADA A CELEBRAR

Em 1996, o Fluminense elegeu Gil Carneiro de Mendonça, seu presidente. A linhagem de seu sobrenome nas Laranjeiras merecia mais respeito pois, durante sua campanha e ao tomar posse, afirmou e reafirmou que o futebol não seria sua prioridade mas as atividades do quadro social. Cumpriu o prometido. Armou um time muito fraco, desmontando o elenco de 95, campeão estadual e semifinalista do Brasileiro deste mesmo ano. O lamentável episódio do jogo contra o Atlético-PR na confusão provocada por Ricardo Pinto, as desculpas que o próprio Gil foi entregar ao goleiro no leito no hospital e o rebaixamento à série B fizeram com que os Carneiro de Mendonça manchassem sua gloriosa história no clube: renunciou ao cargo dois anos antes de seu mandato terminar.

Em 1997, o Fluminense se preparava para a série B e antes do Brasileiro começar, estourou o escândalo "Ivens Mendes". Assista abaixo:
Reportagem da Globo sobre o escândalo Ivens Mendes

Outras matérias a respeito:
http://www.conjur.com.br/2005-out-09/ultimo_escandalo_apito_futebol_nao_deu_nada
http://www1.folha.uol.com.br/fol/retro97/retro97_esporte1.htm

Atlético-PR, Corinthians, CONAF... Presidentes banidos do futebol, suspensões...Nada foi cumprido. Petraglia é o atual presidente do Atlético, Dualibi ainda teve tempo de ser campeão brasileiro com o Corinthians em 2005, no campeonato do caso "Edilson Pereira de Carvalho" e o Ivens Mendes, que juntava dinheiro para sua campanha a deputado, já está a sete palmos abaixo da terra! Clubes decidiram não rebaixar ninguém, apoiados pelas federações, para abafar o caso. O que o Fluminense teve a ver com isso? Nada. Foi simplesmente beneficiado. Grotesco, patético e triste foi a cena do novo presidente do Fluminense, Álvaro Barcelos, estourando champanhe com ninguém menos que Eurico Miranda, principal mentor da "virada de mesa". O lobo dando de comer ao cordeirinho, com apoio do nefasto Caixa d´Água (que hoje faz companhia ao Mendes, abaixo da terra).

Barcelos achou, então, que o Fluminense era invulnerável. Armou um time ainda pior para 97 e 98. Foi parar na série C. Vergonha. Um triunvirato assumiu o clube em 99 (David Fischel, Francisco Horta e José de Souza) e o Fluminense venceu a série C no campo. O planejamento para a série B no ano 2000 se iniciava.

Entretanto, a série A tinha novo problema em 1999. O Botafogo foi impiedosamente goleado pelo São Paulo, por 6x1, ainda na terceira rodada mas sua campanha não decolou. Rebaixado à série B. Um dos gols do São Paulo foi marcado por Sandro Hiroshi. Os alvinegros, então, descobriram falha na transferência do jogador sampaulino, à epoca em que pertencia ao Tocantinópolis e foi negociado com o Rio Branco de Americana-SP, antes de chegar ao Morumbi. Botafogo e Internacional, que havia empatado com o São Paulo (com Sandro em campo), conseguiram reverter os pontos a seu favor na Justiça Desportiva. Os gaúchos ganharam mais um ponto e o Botafogo ganhou três. Resultado: o Gama de Brasília passou a ser o rebaixado. Os brasilienses foram à Justiça Desportiva. Perderam. Foram à Justiça Comum e ganharam uma liminar que garantia provisoriamente seu direito de disputar a série A em 2000. A liminar nunca foi julgada pois a FIFA não aceita que qualquer clube ou instituição recorra à Justiça Comum. Havia risco de suspensão do Brasil para a Copa 2002. CBF entrega o campeonato ao Clube dos 13. Surge a Copa João Havelange, o campeonato brasileiro de 2000, com as 3 séries de então, juntas. Trazem Fluminense, Bahia, América-MG e Juventude para jogar o módulo da série A. Quer entender como foi essa bagunça? Clique aqui: http://www.bolanaarea.com/brasileirao_2000.htm

O que o Fluminense teve a ver com toda essa confusão? Nada. Foi simplesmente beneficiado. A "virada de mesa" foi feita por Botafogo e Internacional. O Gama tratou de complicar. Clubes e federações apoiam.

Treze anos depois, Fluminense faz péssima campanha e acaba com o mesmo número de pontos que o Criciúma. No primeiro critério de desempate, previsto no regulamento, os catarinenses têm uma vitória a mais e rebaixam o time carioca à série B, após ganhar 2 dos últimos 3 Brasileiros. Se o regulamento previsse, por exemplo, confronto direto ou saldo de gols, o contrário teria acontecido.

No mesmo campeonato, merecidamente, dentro de campo, Portuguesa e Flamengo se mantêm na série A mas a incompetência de seus dirigentes faz com que escalem jogadores suspensos na última rodada que vale os mesmos três pontos da primeira, da décima ou da vigésima. Flamengo x Cruzeiro era um jogo festivo, entrega de faixas aos campeões da Copa do Brasil e Brasileiro, respectivamente, mas valia 3 pontos e quando a tabela foi feita, o amigo leitor precisa concordar comigo que isso não foi previsto. Portuguesa x Grêmio valia muita coisa. A Lusa precisava pelo menos empatar para se livrar da pequena chance que ainda havia de ser rebaixada. O mesmo resultado servia aos gaúchos para garantir a Libertadores, sem fase inicial, e Bahia, São Paulo, Coritiba e Internacional dependiam de derrota da Lusa na luta pela zona de classificação para a Copa Sulamericana. Houve dolo de paulistas e cariocas? Creio que não mas houve culpa em descumprir o regulamento que é mal feito, sobretudo no caso do Flamengo, cuja suspensão ocorreu na Copa do Brasil e não no Brasileiro. A questão é que o regulamento é assim há vários anos. Que seja cumprido.

O que o Fluminense teve a ver com isso? Nada. Foi simplesmente beneficiado. Imagine agora, se o critério de desempate do regulamento fosse confronto direto. O início deste parágrafo seria "O que o Criciúma teve a ver com isso? Nada. Foi simplesmente beneficiado."

Todos sabem que sou torcedor do Fluminense. Reprovarei todos os meus colegas de arquibancada que estiverem celebrando este momento, como o imbecil Barcelos em 97. Mesmo sabendo que será improvável que o Tribunal Pleno revogue a decisão, a situação do Fluminense será muito complicada para o ano que vem. A pressão da mídia será muito grande. Todos estarão contra, injustamente, mas estarão. Grande risco de arbitragens tendenciosas. Se você assistiu ao link lá de cima, viu que o Fluminense foi prejudicado ao ter um gol legítimo, bisonhamente anulado contra o União São João, em Araras, que o salvaria do rebaixamento em 97! Jogadores e comissão técnica, por melhores que sejam, terão de demonstrar serenidade, seriedade, maturidade e muita "cabeça fria" para suportar tudo isso. E claro, bom futebol. Pelo menos, o advogado do clube, Mario Bittencourt, com brilhante atuação no julgamento, está com a cabeça no lugar: "Não vemos como uma vitória". Faço coro!

O resto é "teoria de conspiração" ou "chororô" de quem coloca sua paixão clubística acima dos fatos e, sobretudo, da lei! Mas o direito de argumentar é sagrado!

Agora, cá entre nós! Imaginem se o Vasco tivesse decidido não continuar o jogo e ganhasse os pontos da Batalha de Joinville contra o Atlético-PR!

Que confusão, hein?

4 comentários:

  1. Isso era o que Portuguesa e Flamengo queriam fazer!!!!!!

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  2. E o que dizer do Dória do Botafogo que foi escalado irregularmente contra o Atlético-MG após a expulsão contra o Flamengo nos 4 a 0 pela Copa da Brasil e nem denunciado pelo STJD??? E o que dizer do Cruzeiro que também escalou jogador irregular e recebeu uma multa de 10 mil???
    Mais uma virada de mesa clássica!!!! Bjs do seu irmão!!!

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  3. Fábio, se informe corretamente nas devidas fontes de mídia, artigos e matérias a respeito, depoimentos de advogados de foro desportivo. E leia novamente o antepenúltimo parágrafo deste post. E lembrando, a verdade pode aparecer a qualquer momento! Beijo

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