quinta-feira, 11 de junho de 2015

A VOVÓ DAS COPAS

A mais antiga competição continental entre seleções de futebol não é a da Europa, a Eurocopa, onde se admite que o futebol foi criado na Inglaterra. Tal competição se iniciou em 1960.

A Copa América
A mais antiga é bem mais velha. Sua primeira edição foi em 1916, ou seja, há 99 anos! Foi aqui mesmo: o campeonato sul-americano de seleções. A ideia surgiu na Argentina que criou a competição para celebrar seu centenário de independência. Além de sediar e vencer a 1a. edição, também fundou a CONMEBOL neste mesmo ano, sob o mesmo motivo. Quanto narcisismo, né não??? Que surpresa! Hehehe!

Em consonância com a tumultuada história política e econômica do continente, a competição já teve vários formatos, diferentes quantidades de participantes, frequências irregulares, desistências, recusas, duas edições em um mesmo ano (1959) e dois nomes de batismo. Assim, por exemplo, das 43 edições realizadas, o Uruguai é o recordista em participações: 41. Argentina vem em seguida com 39, Chile com 36 e só então aparece o Brasil com 33, empatado com o Paraguai. Como nunca houve Eliminatórias prévias, é difícil entender! Foram vários motivos: problemas políticos de convocação de jogadores, outros econômicos de não ter como custear a viagem, calendário não compatível com competições regionais e outros por priorizar excursões à Europa, bem mais rentáveis. E o Brasil ainda possui dois casos esdrúxulos: em uma das edições de 1959, no Equador, fomos representados por uma seleção pernambucana e em 1975, por uma mineira. Ambas terminaram em terceiro lugar.

Brasil Campeão 1919, Estádio das Laranjeiras, Rio de Janeiro.
Píndaro (Flamengo), Heitor (Pal.Itália), Marcos de Mendonça (Fluminense), Fortes (Fluminense), Bianco (Pal.Itália) e Amílcar (Corinthians). Millon (Santos), Neco (Corinthians), Friedenreich (Paissandu-SP), Sérgio (Paulistano) e Arnaldo (Santos)
O Uruguai é o maior vencedor com 15 títulos. A Argentina tem um a menos. O Brasil tem 8 e venceu 4 das últimas 6 edições. Paraguai e Peru, 2. Colômbia e Bolívia, 1.

2007 Venezuela - Brasil Campeão: 3x0 Argentina.
Alex, Julio Baptista,Juan, Maicon, Doni e Gilberto.
Elano, Robinho,Vagner Love, Josué e Mineiro.
O campeonato sul-americano passou a se chamar Copa América em 1975, após 8 anos sem disputa, e com uma novidade que somente durou por 3 edições: sem sede fixa e vários meses de jogos de ida e volta. Ao menos o intervalo de 4 anos foi respeitado mas ao se decidir pela volta da sede fixa em 1987, na Argentina, a frequência caiu para 2 anos e já com a certeza de que os 10 países sempre participariam. Até então, era comum o último campeão entrar na competição somente nas semifinais, o que se encerraria a partir de 1989, no Brasil, com 2 grupos de 5, classificando os 2 primeiros para um quadrangular final decidir o campeão. Nova mudança ocorreu em 1993, no Equador, quando a CONMEBOL decidiu convidar 2 seleções de outro continente, perfazendo o total de 12 que se dividiriam em 3 grupos de 4, para formar quartas de final com os dois melhores terceiros colocados. Na maioria das vezes, estas seleções costumam vir da CONCACAF. México, EUA e Costa Rica são figurinhas fáceis. Honduras já participou. O Japão também. E neste ano, teremos a Jamaica. A partir de 2007, na Venezuela, o intervalo de 4 anos foi fixado, sempre no ano seguinte à disputa da Copa do Mundo. Ufa! Será que muda mais?

Sim. Pode mudar mais. Se o FBI deixar, no ano que vem, 2016, haverá a Copa América Centenário, nos EUA, celebrando, claro, o aniversário de 100 anos. Será a primeira vez com 16 seleções: as 10 da América do Sul e 6 da CONCACAF que, por sua vez, devem ser as que participaram do hexagonal final das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014: EUA, México, Costa Rica, Honduras, Jamaica e Panamá. Se der certo, é muito possível que esta fórmula continue a partir de 2019, no Brasil. Dependerá, evidentemente, de vário$ fatore$!

2011 Argentina - Uruguai Campeão: 3x0 Paraguai
Forlán, Muslera, Lugano, Cáceres, Coates e Suárez,
Maxi Pereyra, González, Arévalo Rios, Álvaro Pereyra e Cavani.
Hoje, no Chile, a edição de 2015 se iniciará. No grupo A, os anfitriões com Equador, México e Bolívia. No B, Argentina, Uruguai, Paraguai e Jamaica. No C, Brasil, Colômbia, Peru e Venezuela. Os hermanos são favoritos destacados com poucas mudanças em relação à Copa do ano passado mas jogam sob pressão. Exceto pelas Olimpíadas de 2004 e 2008, a Argentina não ganha nada desde 1993, exatamente a Copa América, ou seja, 22 anos sem conquistas na seleção principal. O Chile joga em casa e também não tem mudanças no último ano. Vem forte. Idem para a Colômbia que ainda terá o reforço de Falcão Garcia. O Brasil de Neymar, Dunga, Gilmar "Sports" Rinaldi e Del Nero corre por fora. Foram 10 vitórias em 10 amistosos desde a Copa, sendo as mais importantes, 2x0 sobre a Argentina com Messi e 3x1 na França, em Paris. Uruguai iniciando renovação, com Cavani e sem "El Vamp" Suárez, suspenso. México vem com equipe jovem, sem Chicharito, Giovani dos Santos, Herrera. Paraguai ainda em crise. Peru com Guerrero, Guerrero, Guerrero e cia. O Equador só tem Enner Valencia. A Bolívia de Marcelo Moreno e a Venezuela do highlander Arango não merecem muitos comentários. E a Jamaica...pô...aê...caraca...muito maneiro aê...hã...ih...esqueci...bateu a mó fome agora...

O mais incrível, mas não surpreendente, é que existe um país participante da Copa América, que não terá seu campeonato nacional interrompido durante a disputa.

Com perguntaria Silvio Santos as suas colegas de trabalho, "Quem sabe? Quem sabe?"

Papo para outro post.

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