Apelido ou Mais Conhecido como: ALTAIR (o Fiapo)
Nascimento: 22/01/1938 - Niterói RJ
Falecimento: 09/08/2019 - São Gonçalo RJ
Uma Só Camisa: FLUMINENSE RJ
Período: 1955 a 1970 - 15 anos
Posição: Lateral Esquerdo e Quarto Zagueiro (Canhoto)
551 jogos: 300 Vitórias, 109 empates
Gols: 3
Seleção Brasileira: 22 jogos - 1959 a 1966 - Copas do Mundo (1962 e 1966)
"Era o Rio-São Paulo de 1960, quando o Fluminense, que seria o campeão, empatou com o Botafogo em 2x2, no Maracanã. Com o jogo empatado, o zagueiro tricolor Pinheiro se lesionou, sozinho, e caiu no gramado, no momento em que a bola estava com... Garrincha! Percebendo Pinheiro caído, Mané chutou a bola para a lateral, propositalmente, quando tinha muito espaço para chegar à área tricolor e tentar desempatar (...) Após Pinheiro ser atendido, o lateral-esquerdo tricolor Altair foi bater o arremesso lateral e deixou a bola quicar, dando alguns passos para trás, permitindo que Garrincha novamente a tivesse em seus pés."
Trecho de "Hoje é Dia de Fluminense", deste autor!
Após muita pesquisa, esta passagem parece ser a origem do Fair Play, cujos protagonistas travaram inúmeros duelos. Garrincha era um tormento para qualquer lateral esquerdo e Altair foi o seu mais leal marcador.
Quarto jogador que mais vestiu a camisa do Fluminense na História, Altair começou no time amador do Manufatura de Niterói, sua cidade natal. Chegou para treinar em Laranjeiras aos 17 anos, querendo jogar na zaga. Até começou ali nos juvenis com o eterno amigo Jair Marinho (que fez historia na lateral direita, inclusive na seleção), mas quando foi chamado para a equipe principal, não havia como ser zagueiro. Havia 2 gigantes por lá: Píndaro e Pinheiro! Como Bigode havia acabado de encerrar a carreira, fez o teste em seu lugar na lateral esquerda e nunca mais saiu!
![]() |
Aquecimento! |
Altair foi um marcador implacável, preciso nos cortes e antecipações, não perdia divididas, um dos primeiros (se não foi o primeiro) a aplicar "carrinhos" visando somente a bola. E não inventava! Ao recuperá-la, tocava rapidamente com simplicidade e categoria. Jogava duro apesar de seus humildes 59 quilos (mantidos por toda a vida) em 1,73 m de altura. Magrinho, um "Fiapo", mas forte e veloz! Preparo físico invejável e muita impulsão!
![]() |
Castilho e Dino Sani observam! Campeão Rio-SP 1957 |
Sua eficiência ajudou o Fluminense a conquistar três Cariocas, duas Taças Guanabara (quando era uma competição à parte) e dois Torneios Rio-São Paulo. Abaixo, o time campeão carioca de 1964: Carlos Alberto Torres, Altair, Oldair, Valdez, Castilho e Procópio. Jorginho, Denilson, Amoroso, Joaquinzinho e Gilson Nunes!
Campeão 1964 |
A seleção brasileira veio com naturalidade. Primeira convocação em 1959 e seguiu como reserva de Nilton Santos até a Copa de 1962. Conquistou três Taças O'Higgins (sempre disputada contra o Chile) e foi titular em 2 das 3 partidas que o Brasil atuou na Copa de 1966: vitória contra Bulgária (2x0) e derrota para Hungria (1x3).
![]() |
Brasil 2x0 Bulgária - 1966 |
Djalma Santos, Denilson, Bellini, Gylmar, Altair e Paulo Henrique. Garrincha, Lima, Alcindo, Pelé e Jairzinho. Garrincha e Pelé marcaram, ambos de falta. Foi o último jogo em que atuaram juntos!
A partir da Copa, gradativamente, começou a jogar na quarta zaga, sua antiga preferência, quando chegou um novo titular para a lateral esquerda: Marco Antonio.
Encerrou a carreira imediatamente antes da Copa do Mundo de 1970. Abriu casas lotéricas em Niterói, onde também trabalhou na prefeitura com projetos de futebol para crianças mas não aguentou ficar longe do Fluminense. Nos anos 1990, foi convidado para fazer parte de algumas comissões técnicas da equipe principal e em algumas vezes, interinamente, assumiu o comando do time. No célebre título carioca de 1995, era o auxiliar técnico de Joel Santana! Foi campeão com o time B da Copa Rio, em 1998.
![]() |
Com Conca e Diguinho - 2010 |
Altair foi diagnosticado com Alzheimer em 2013. Sua esposa e filha já eram falecidas. Sua passagem, seis anos depois, fez o Fluminense decretar três dias de luto e batizar um dos campos do Centro de Treinamento Carlos Castilho com o seu nome. A CBF determinou um minuto de silêncio em todos os jogos da rodada do Campeonato Brasileiro!
![]() |
Imortalizado |
O "Fiapo" foi um exemplo de dedicação ao Fluminense! Gentil, simpático, bem educado e muito futebol!
Próximo episódio: Um instrumento musical em pleno meio de campo!
Como sempre um exelente texto!
ResponderExcluirObrigado Sr Anônimo! Valeu!
ResponderExcluir