quinta-feira, 12 de junho de 2025

COPA DO MUNDO DE CLUBES: NOVA E... DEFINITIVA?

Depois de Copa Rio I e II, Torneio de Paris, Torneio de Nova York, Troféu Tereza Herrera, Troféu Ramon de Carranza, Pequena Taça do Mundo de Caracas, Copa Toyota Intercontinental, Mundial de Clubes e Copa Intercontinental (Ufa! Esqueci de algum?) ...

... Chegou a Copa do Mundo de Clubes da FIFA!

NOVO TROFÉU
Durante mais de 70 anos, todos os clubes brasileiros e seus respectivos torcedores, apoiados por critérios demagógicos de grande parte de uma seletiva imprensa esportiva, se autointitulam campeões mundiais por terem vencido, em algum momento, as competições citadas acima!

A FIFA já havia oficializado algumas destas e reconhecido outras como "esforço pela realização de um torneio mundial de clubes". Demorou um pouco para decidir que as decisões Europa-América do Sul entre 1960 e 2004 eram "mundiais", mesmo que não houvesse representantes dos outros continentes envolvidos, fato ocorrido somente no ano 2000, quando o Corinthians conquistou o título, derrotando o Vasco, na disputa de pênaltis, no Maracanã.

A partir de 2005 até 2023, anualmente, um Mundial de Clubes FIFA foi realizado em sede única, reunindo campeões de todos os continentes, em sistema eliminatório, mas os da Europa e da América do Sul já entravam nas semifinais. Em 2024, foi criada a Copa Intercontinental, privilegiando o campeão europeu, já classificado para a Final! Há promessa de que esta Copa continue por tempo indeterminado.

Ao assumir a FIFA em 2016, o suíço Gianni Infantino tinha uma meta muito clara de criar uma genuína competição mundial de clubes nos moldes de uma Copa do Mundo de seleções! Houve muita discussão sobre o ano e frequência de disputa, critério de classificação, busca de patrocinadores, premiação e país-sede.

Infantino sabia (e continua sabendo) que a Copa do Mundo de Seleções está seriamente ameaçada em patrocínios e audiência por duas competições europeias de altíssimo nível: A Eurocopa e a UEFA Champions League! Creio que na base do desespero, Infantino aumentou o número de seleções da Copa do Mundo de 32 para 48 e vai colocar em votação no próximo congresso da entidade, a redução de 4 para 2 anos como intervalo de disputa! Alguém precisa avisá-lo que este "tiro no pé" vai acabar por vulgarizar seu "produto" mais importante, tirando seu caráter de exclusividade e prestígio. Para finalizar o pacote de medidas desastradas, já anunciou que nada menos que sete países serão sedes da Copa do Mundo de 2030, centenário da competição, em 3 continentes! A considerar que quatro deles estão na América do Sul, tento decifrar como serão as Eliminatórias da Conmebol...

Ai, Ai, Ai, Ai, Ai... Gianni!
Com o objetivo de empatar o jogo com a UEFA, a Copa do Mundo de Clubes FIFA, agora assim denominada, começa depois de amanhã e será disputada no mesmo país que terá a maioria das sedes da Copa do Mundo de Seleções do ano que vem: Estados Unidos! Premiação recorde somente por participar era a principal razão para motivar, sobretudo, os supertimes europeus classificados, em um mês em que jogadores, comissões técnicas e dirigentes (sem esquecer dos torcedores) deveriam estar gozando merecidas férias, após uma temporada de calendário sempre apertado!

Esta é, portanto, a grande questão do torneio! Tecnicamente, os times europeus são muito, muito, muito superiores a qualquer outro. Ontem à noite, assisti a uma chamada do bom programa "Bola da vez" da ESPN, em que o entrevistado seria o goleiro Carlos Miguel, um gigante de 2,04 m, que deixou o Corinthians em 2023 para jogar no Nottingham Forest da Inglaterra. Na chamada, ele fala que em 10 minutos de um jogo que participou na Premier League, ficou tão impressionado com a intensidade e velocidade dos colegas em campo que parecia que havia jogado 30 minutos em comparação ao campeonato brasileiro. Impressionante!

Ou seja, o favoritismo dos europeus é gritante. Alguém duvida que possuam seleções mundiais em seus elencos? Mas estarão a fim de jogo?

Existe uma boa possibilidade de resposta positiva a esta questão. Hoje, saíram rumores de que clubes europeus sugeriram à FIFA aumento do número de participantes para a próxima edição, prevista para 2029, ainda sem sede definida. 

Embora possa parecer um sucesso antecipado, tal concessão pode inviabilizar o torneio, por conta de falta de datas e um consequente aumento no valor das premiações! Mesmo que já estejam garantidas para este ano, a FIFA já está fazendo promoções de ingressos em vários jogos. Alguém aí interessado em assistir a Mamelodi Sundowns, da África do Sul, contra o sul-coreano Ulsan?

Vejamos o que Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo conseguirão! A catástrofe nuclear não aconteceu e o Brasil está na Copa, mesmo com futebol pífio. O que Ancelotti, eu e você sabemos é que a grande maioria dos jogadores que vestem a camisa da CBF não estão nestes times brasileiros, por exemplo, que disputarão a Copa do Mundo de Clubes!

Estão nos europeus!

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Os Doze de Uma Só: EPÍLOGO

 Kafunga (CAM) ou Marcos (PAL), Leandro (FLA), Junqueira (PAL), Altair (FLU) e Nilton Santos (BOT). Zé do Monte (CAM), Carlinhos (FLA), Piazza (CRU) e Preguinho (FLU). Carlitos (INT) e Pepe (SAN).

O que dizer de um time como esse? O DOZE DE UMA SÓ FUTEBOL CLUBE romperia os limites do tempo e colocaria dentro de campo um grupo de jogadores extraordinários.

(CLIQUE EM CIMA DOS NOMES PARA RELEMBRAR SUAS HISTÓRIAS)

O primeiro tempo teria o arrojo e a coragem de KAFUNGA no gol. MARCOS mostraria grande técnica e elasticidade no segundo. Ainda mais se houvesse pênalti marcado contra esse time!

JUNQUEIRA seria o "xerifão" da zaga. Vigor físico, impulsão e velocidade de recuperação. Seu companheiro seria ALTAIR que, mesmo após ganhar fama na lateral esquerda, também se notabilizou na quarta zaga, sendo um marcador implacável e difícil de ser batido.

A lateral direita muito bem entregue a LEANDRO, um dos maiores da posição em todos os tempos. E com liberdade para apoiar o ataque. A esquerda, com a "Enciclopédia" NILTON SANTOS. Conforme o adversário ou o andamento do jogo, até poderia trocar com Altair. Ambos jogariam com o mesmo brilho na quarta zaga ou nesta lateral.

O meio de campo teria uma característica que inúmeros técnicos contemporâneos adoram: três volantes! Entretanto, na contramão do que nos acostumamos a ver no hoje pobre futebol brasileiro, talento é algo que não faltaria neste trio. Por ser mais combativo, ZÉ DO MONTE ficaria mais fixo à frente da zaga. Mais clássicos, CARLINHOS e PIAZZA dariam aquele toque de categoria na saída de bola, chegando no ataque e ainda cobrindo os avanços dos laterais.

Finalizando o meio do campo, PREGUINHO com liberdade de ação na intermediária ofensiva. Sua velocidade e habilidade seriam vitais para combinar ataques avassaladores com CARLITOS e PEPE, ambos de grande mobilidade e, principalmente, faro de gol. Afinal, estes três juntos marcaram nada menos que 861 gols! E outro detalhe: todos canhotos!

Não tenho dúvida de que esse time seria imbatível nos tempos atuais no futebol brasileiro e sul-americano! E ainda chegaria com status de um dos favoritos na Copa do Mundo de Clubes da FIFA, prestes a iniciar sua primeira edição e que você também lerá sobre isso aqui em breve! Técnico deste time? Ué! Eu... rs!

Sentiu falta de algum jogador? Tenho certeza que sim. Citarei alguns aqui e para facilitar minha vida, focarei nos tradicionais grandes do Brasil que não tiveram representantes.

Talvez a grande ausência seja Rogério Ceni do São Paulo. O campeoníssimo goleiro começou sua carreira como profissional com apenas 17 anos no Sinop, do Mato Grosso. Everaldo, lateral esquerdo campeão do mundo em 1970, passou uma temporada emprestado pelo seu Grêmio ao Juventude de Caxias do Sul. Alcir, célebre volante do Vasco, começou com 19 anos no Bonsucesso. Já em São Januário, chegou a ser emprestado ao Sport Recife e encerrou a carreira no Nacional de Manaus. Símbolos do Corinthians, o lateral direito Zé Maria, o Super Zé, começou na Portuguesa do Canindé e encerrou a carreira na Inter de Limeira. E Wladimir, lateral esquerdo, após ter sido revelado no Parque São Jorge e, por mais de uma década, titular absoluto da posição, passou por Santo André, Ponte Preta, Cruzeiro e Santos.

Ainda ficou dúvida sobre alguém? Pergunte aqui nos comentários e sugira próximas séries!

terça-feira, 3 de junho de 2025

MÃOS SERVIDORAS

No último domingo, o tenista espanhol Carlos Alcaraz, atual número 2 do ranking da ATP, foi protagonista de um lance espetacular durante seu jogo contra o estadunidense Ben Shelton, atual número 12, no tradicional Torneio de Roland Garros, em Paris, um dos quatro Grand Slams do clássico esporte. Ambos têm somente 22 anos de idade.

Em certo momento, após sacar e trocar algumas bolas, Alcaraz subiu à rede para volear. Percebendo o movimento do adversário, Shelton mandou um potente backhand na esquerda do espanhol que conseguiu alcançar a bola mas a raquete escapou de sua mão.

A raquete não somente bateu na bola, como a colocou na quadra adversária, indefensável, diante de um incrédulo Shelton. Da mesma maneira, ficaram o árbitro e todos os expectadores presentes na quadra, cujo entusiasmo foi traduzido com longos e sonoros aplausos para um lance tão raro!

No entanto, Alcaraz foi rápido em corrigir a marcação do árbitro, cedendo o ponto a Shelton, afirmando que a raquete não estava totalmente na sua mão no momento em que a bola a tocou, o que é proibido nas regras do tênis. Os aplausos continuaram mas, a partir daquele instante, tinham por objetivo reconhecer um gesto nobre de "fair play", digno dos grandes atletas. Alcaraz acabou vencendo o jogo por três sets a um, afirmando ao final "Se fiz algo ilegal, tenho de dizer"!

Ensinando aos 22 anos

Vejam aqui:


Mudança rápida de continente para uma partida de outro esporte, que ocorreu no mesmo dia. Aqui também há uma bola como parte integrante mas maior e mais pesada. Além disso, é um esporte coletivo.

Aconteceu na cidade de Santos, no litoral paulista, que foi a casa, por quase duas décadas, daquele que dignificou tal esporte com lances geniais executados por todo o mundo. Foi eleito atleta do século XX, dezenove anos antes de seu término. O número 10, que sempre usou às costas, passou a ser símbolo de maestria, brilhantismo, alegria, orgulho mas também de dedicação, responsabilidade, profissionalismo e respeito por todos a sua volta. Uma unanimidade incontestável. Virou sinônimo de país!

Quando falava, não fazia discursos egocêntricos ou mesquinhos. Ao contrário, enaltecia companheiros de time, adversários e torcedores em geral. Tratava a todos com educação. Tempos em que ninguém se escondia atrás de redes sociais e de staff contratado.

Só usava as mãos em duas ocasiões.

Para levantar troféus.

Para socar o ar, comemorando seus gols.

Tempos românticos que não existem mais? Provavelmente sim. Os que vivemos hoje são difíceis.

Saudações a Urbano Caldeira! Gostava tanto do gramado do campo onde atuou e foi campeão paulista por duas vezes que tratava dele com suas próprias mãos, aparando e cobrindo buracos. O estádio não poderia ter outro nome.

Pelo que ocorreu na Vila Belmiro... Desculpe, Rei! Desculpe, Urbano!

Se é que posso pedir isso. Lá de cima, haverão de aceitar!

E obrigado Alcaraz! Você merece vestir uma "10"!