quarta-feira, 21 de julho de 2010

21 de Julho de 1902


Antes de mais nada, podem me cobrar: 21 de agosto de 1898 (Vasco), 15 de novembro de 1895(Flamengo) e 8 de dezembro de 1942 (Botafogo de Futebol e Regatas).
Pioneiro no futebol do Rio de Janeiro, um dos clubes mais antigos do Brasil, fundado exclusivamente para o futebol pelo inglês Oscar (quase Osmar) Cox! 108 anos! Primeiro estádio do Brasil (1917) e sede do 1º Campeonato Sul-Americano disputado aqui em 1919, local do 1º título da Seleção Brasileira!
30 Títulos Estaduais, 2 Campeonatos Brasileiros, 1 Copa do Brasil, 2 Torneios Rio-SP, II Copa Rio. Algumas das conquistas. Mas, mais do que relembrar a história, quero citar 2 passagens em que a minha história de vida se confunde ou interage com a do Fluminense.
1975 - Félix, Toninho, Silveira, Edinho e Marco Antonio; Zé Mário, Pintinho e Rivelino; Gil, Manfrini e Paulo César Lima. A 1a. versão da Máquina Tricolor. Eu ainda não havia completado 7 anos e, por influência do meu primo mais velho, gostava ou torcia pelo Botafogo. Este meu primo me ensinou a chutar bola (com minha potente canhota! Eh! Eh!) e a jogar futebol de botão. Meu pai, tricolor, não se abateu! Comprou camisa e bandeira do Botafogo pra mim mas não era bobo. No 1º jogo entre os dois times, lá fomos nós ao Maracanã. Era a minha primeira vez. Minha mãe tinha medo de multidão e nunca me deixou ir antes disso. Sentamos na arquibancada, no meio do campo, sem divisão de torcida. Eu empunhando a bandeira alvi-negra. Meu pai, calado. O Botafogo tinha um excelente time: Wendell, Nilson Dias, Marinho Chagas, Ferreti, Fischer, Carlos Roberto, Osmar Guarnelli. Mas o 1º tempo terminou. Meu pai vibrava com os 3 x 0 da Máquina. A bandeira alvi-negra já estava longe depois que a joguei lá pra baixo na Geral. Meu choro era acentuado. Queria estar celebrando com e como o meu pai! A camisa virou almofada e quando pensei que ficaria desnudo, meu pai tira uma camisa tricolor por dentro da dele. Ela tinha o no. 10, do Rivelino, do meu tamanho! Assistimos, juntos, então, a vitória de 4x1! No ano seguinte, vieram Carlos Alberto Torres, Dirceu, Doval, Rodrigues Neto. Irresistível! Tchau primo! Pra Sempre!
2005 - 30 anos depois. Maternidade Peri-Natal. Laranjeiras. Minha mulher, Luiza, nas contrações, no quarto. A televisão, de 14 polegadas, sem som. Era 17 de abril, final do campeonato estadual. Fluminense x Volta Redonda. Eles saíram na frente. O Flu precisava vencer por 2 gols, ou seja, tinha que fazer 3. No fim do 1o. tempo, empatamos. Gritei. A enfermeira entrou. "Ai Osmar". Era Luiza, com dor. "Segura", falei! Fizemos o segundo. Antes que fizesse qualquer coisa, "Não grita, não grita. Tá doendo", Luiza me dando esporro! 45 minutos. Prorrogação à vista! E agora? "Vc vai comigo pra sala de parto! Que se dane prorrogação!!! Ai!" A bola subiu! Antonio Carlos dividiu com o goleiro, cabeceou de costas e entrou! Não pude gritar! Não pude berrar! Não pude xingar! Caraca, não pude fazer nada! Nem vi a comemoração, entrega da taça, das faixas! Em 5 minutos, já estávamos na sala de parto. Às 23:32, Pedro nasceu! A primeira camisa que vestiu era branca com o escudo tricolor bordado, cobrindo o pequeno novo coração! Sorri e chorei! Chorei e sorri! Lá pra meia-noite e tal, mandei: "Viu, Lu, o menino só nasceu horas depois do jogo. Dava pra assistir a prorrogação...". Resposta: IMPUBLICÁVEL!

4 comentários:

  1. Parabéns aos verdadeiros tricolores que como nos grandes e verdadeiros casos de amor, ficam juntos na alegria e na tristeza. Mais do que isso, fortalecem o sentimento na dor e se orgulham de seu amor incondicional. Desejo a estes torcedores muitas alegrias e força para suportar a dor.
    F. Verdial

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  2. Valeu Felipão! Torne-se seguidor! Preciso de patrocínio meu garoto! Grande abraço

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  3. Muito boa a história ! Pedro nasceu em um dia bacana ! NENSSSSSSSSSSSE .. Bom blog.. aguardo comeentários amanhã do caso Muricy

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  4. Dia histórico! Deverei escrever na segunda com a a convocação para o jogo contra os EUA, do Mano. Valeu pela força e divulgue, Presidente! Abraço

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