segunda-feira, 26 de julho de 2010

A Copa e o Brasil: O Revanchismo Escancarado!




Carlos Alberto Parreira assumiu a seleção brasileira pela 2a. vez em 1992, após maus resultados obtidos por Falcão, em sua primeira experiência como técnico de futebol, tal como o Dunga. Foi influenciado por Zagallo a não convocar Romário. Ainda bem que o chamou para o jogo decisivo das Eliminatórias, em 1993, contra o Uruguai, no Maracanã. A "La Pelé", o baixinho fez os 2 gols do jogo e, em 1994, comandou o tetra, com 5 gols e atuações de gala nos EUA.
Felipão assumiu a seleção brasileira em 2001, às vésperas de uma Copa América na Colômbia, onde conseguimos ser eliminados por... Honduras! É! Honduras. A classificação para Coréia/Japão, nas Eliminatórias, só veio na última partida contra a Venezuela, em Uberlândia. A vitória por 3xo não impediu que o clamor popular e da imprensa implorassem pela convocação de Romário, então com 36 anos, e ainda fazendo muitos gols. Felipão não o convocou e os 3 Rs comandaram a conquista do penta.
Não há a menor necessidade de toda esta pressa para se ter um técnico a 4 anos da Copa. Nada contra em tê-lo agora mas este jogo com os EUA é mais um caça-níquel contratual com o fornecedor de material esportivo, o mesmo da seleção norte-americana. Além disso, esta data-FIFA é inoportuna e indecente. A Copa estará terminada há 30 dias em 11 de agosto. As equipes européias em pré-temporada. Ridículo. Para este amistoso, convida-se qualquer técnico de divisões de base e pronto.
A empáfia do ditador mandatário da CBF há 21 anos é nítida a partir de um ardiloso jogo político-revanchista bem planejado. O "convite" forjado a Muricy é um episódio lamentável. Teixeira já sabia da negativa pois o Fluminense não votou em seu candidato a presidência do Clube dos 13. O salário no clube não é baixo. E a rescisão contratual, quem paga? O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez foi o chefe da delegação do Brasil na África do Sul e é seu principal aliado político atualmente. A liberação do Mano Menezes era óbvia, gratuita e natural. O convite a Muricy foi claramente uma jogada de lavar as mãos, tentar deixar um adversário político em posição intransigente contra a torcida e contra o "bem do futebol brasileiro em negar profissional para comandar o projeto de renovação total do futebol no país". Se Teixeira quisesse mesmo renovar o futebol, daria todas as garantias a Muricy que estaria em 2014, já deveria ter deixado a CBF, ser mais honesto consigo mesmo em incrementar sua clara campanha à presidência da FIFA, deixando alterado o calendário do futebol brasileiro, estimular a iniciativa privada para bancar a Copa no Brasil (e não dinheiro público) e encaminhando projeto de alteração de eleição à presidência da CBF, dando poder de voto aos clubes, democratizando a instituição. Atualmente, somente 27 pessoas elegem o presidente, ou seja, cada presidente de federação estadual. O Amapá e Tocantins tem o mesmo peso de São Paulo e Rio de Janeiro.
Tecnicamente, Mano Menezes tem totais condições de fazer bom trabalho. É inteligente, experiente e sabe que precisa renovar a seleção gradativamente e com critério. E ainda possui virtude essencial para o cargo: sabe se comunicar com clareza e objetividade.
A nós, mortais, resta mesmo o de sempre: torcer. E colorir as ruas para satisfazer a Globo!

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