quarta-feira, 15 de maio de 2013

UM FRANGO DE CARÁTER


Impressionante como os deuses do futebol transformam um jogo aparentemente chinfrim em assunto de ampla repercussão.
Palmeiras e Tijuana se equivaliam em quase tudo em termos de mediocridade. O "quase" se explica: o time brasileiro tinha o jovem goleiro Bruno.
Para os mais antigos, o alviverde de Parque Antarctica (como as rádios chamavam o "Palestra") foi a morada de alguns dos maiores goleiros que o Brasil já teve. Sempre rivalizou com o Fluminense nesta posição. Oberdan, Valdir de Moraes, Leão, Gilmar, Veloso e Marcos. Campeões com seus nomes inscritos na História do Palmeiras e quase todos, da Seleção Brasileira.
Bruno é um jovem que surgiu no ano passado quando Marcos se aposentou após a idade e as seguidas contusões o empurrarem para tal. Levou como "prêmio" a descida para a série B. Tremenda roubada.
Como o Palmeiras venceu a Copa do Brasil, garantiu a participação na Libertadores deste ano. Contratou um goleiro experiente e de boa técnica junto ao Vasco para ser o novo titular: Fernando Prass. Quis o destino que este tivesse uma séria contusão e levasse Bruno novamente ao gol.
O inacreditável "frango" de ontem foi, na aritmética, crucial para decretar a derrota mas:
 - ao tomar este gol aos 26 minutos do primeiro tempo, o Palmeiras ainda teria, ao menos, 64 minutos para fazer dois gols, com o Pacaembu lotado;
 - mesmo tomando o segundo gol aos 6 minutos do segundo tempo, logo depois o Palmeiras diminuiu em pênalty mal marcado e teve gol mal anulado que seria o empate e ainda havia tempo para virar.
O fato é que o Palmeiras é muito fraco. Terá que correr muito (ou contratar) para chegar entre os quatro da série B neste ano, no campeonato brasileiro.
Após o jogo, o brioso Bruno chamou toda a responsabilidade da eliminação para si, dando a cara a tapa, demonstrando coragem e amadurecimento. Erradamente. Seus grandes predecessores citados neste post tomaram frangos, como qualquer goleiro. Seus colegas da linha é que não fizeram por onde por um simples motivo: não sabem como.
Tomara que o bom caráter do Bruno contagie seus companheiros e torcida. O time vai precisar disso.
Mesmo em tempos de gramados perfeitos, como o do Pacaembu, Bruno entenderá melhor agora, as célebres e tenebrosas palavras de Neném Prancha:
 - "Goleiro é posição maldita! Onde joga, não nasce grama!"

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