quinta-feira, 22 de agosto de 2013

ANTONIO JOSÉ RONDINELLI TOBIAS




Rondinelli - Ex-zagueiro do Flamengo
Em 2011, em foto no site de Milton Neves
No dia 2 de dezembro de 1978, o Flamengo decidia com o Vasco o título do 2o. turno do Carioca deste ano. Como já havia vencido o 1o., nova vitória garantiria o campeonato. O jogo seguia disputado até que aos 42 minutos do segundo tempo, o lateral esquerdo vascaíno Marco Antonio toca de cabeça para a linha de fundo em um lance bobo pois o cruzamento de Júnior iria para fora. Então, dois fatos inusitados ocorreram. Excelente cabeceador, Zico não costumava bater escanteios mas ficava na área para aproveitar. O zagueiro Rondinelli raramente ia ao ataque. Zico bateu o escanteio e o zagueiro Rondinelli, acompanhando a trajetória da bola desde a entrada da área, sem marcação (nenhum vascaíno prestou atenção nele), e numa corrida rápida e certeira, cabeceou com tamanha violência que mais parecia um chute. No gol vascaíno, ninguém menos que Emerson Leão, titular da seleção brasileira nas duas últimas copas do mundo, inapelavelmente vencido pela cabeçada do "Deus da Raça". O Flamengo iniciava, com este lance, sua trajetória de grandes conquistas da Era Zico, no melhor time de toda a sua história. Olha aí a narração de Luciano do Valle e comentários de J.Havilla (hoje dono da Traffic, agenciador de jogadores), na Globo.


Em 1977
Rondinelli chegou ao Flamengo, vindo de São José do Rio Pardo, interior de São Paulo, quase na fronteira com MG, em Poços de Caldas. Era 1974 e com 20 anos, assumiu logo a posição de titular, absoluto até 1979. Ainda foi titular em várias partidas até 1981 mas sofreu com a chegada de zagueiros como Nelson, Figueiredo, Marinho e Mozer, além das contusões no joelho direito. Neste ano, foi vendido ao Corinthians e depois ao Vasco, sem sucesso. Ainda teve aparições apagadas no Atlético-PR e Goiás, quando encerrou a carreira em 1983, com somente 31 anos. O joelho não aguentou.

Chegou a ser convocado 3 vezes para a seleção brasileira, entre 1979 e 80 mas somente para jogos preparatórios, não-oficiais, contra seleção baiana, mineira e a brasileira de novos. Para muitos, sobretudo os rubro-negros, merecia mais chances na seleção mas o fato é que havia concorrência acirrada: Oscar, Amaral, Polozzi, Edinho, Abel, Mauro Galvão... 

A torcida do Flamengo colocou o apelido de "Deus da Raça" pois Rondinelli tinha raça até para comemorar gol. Zico diz que todo mundo ficava preocupado nesta hora. "- Pega leve, Rondi! Cuidado aí com o cotovelo!!" Em 7 anos no clube, 5 estaduais e o brasileiro de 80, com impressionantes 242 vitórias, 100 empates e somente 54 derrotas. 14 gols marcados. Vive hoje em Cabo Frio e é proprietário de posto de gasolina e escolinha de futebol em Rio Pardo.

O "Deus da Raça" foi renegado na seleção mas ídolo no Flamengo!

Seleção de Fotos: 

Em 1975
1978: Rondinelli, Cantarelli, Manguito, Ramirez, Carpeggiani e Júnior. Reinaldo, Adilio, Cláudio Adão, Zico e Julio César.

Em 81: Rondinelli, Gomes, Zé Maria, Rafael, Caçapava e Wladimir. Biro-Biro, Sócrates, Mário, Zenon e Paulo Cesar Lima(em rara aparição no Corinthians!)

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