sábado, 28 de setembro de 2013

ARÍLSON GILBERTO DA COSTA

Renegado por uma fuga!

Reuters
Hoje, técnico do Aimoré
Era o Pré-Olímpico da Argentina, em janeiro de 1996. Arílson estava convocado por Zagallo para a seleção brasileira olímpica que buscaria uma vaga para Atlanta, neste mesmo ano. Já havia atuado pela seleção na Copa Ouro da Concacaf, sem ser titular. Era um time que tinha Sávio, Roberto Carlos, Caio, Amaral (o coveiro do olho torto), Juninho Paulista e o goleiro Dida. Arílson já jogava no Kaiserslautern, da Alemanha, que o contratou logo depois que o Grêmio conquistou sua segunda Libertadores, no ano anterior. O time alemão ficou com o desfalque para as semifinais da Copa da Alemanha daquele ano. O ex-gremista era habilidoso, protegia muito bem a bola, excelente visão de jogo e potente chute de canhota. Mas Zagallo não o escalava. O técnico e o supervisor Américo Faria foram procurados por ele "para pedir explicações sobre sua não escalação". Nem no banco ficava. E nas suas tradicionais esquisitices, Zagallo preferia Sávio, o bom moço, embora ambos pudessem jogar juntos pois tinham características distintas. Em um dia de folga, saiu de táxi por Buenos Aires com Sávio e Amaral. Aproveitou que os dirigentes alemães estavam ali para pressionar a CBF por sua volta e rumou com eles para o aeroporto. Abandonou a seleção. Nunca mais voltou. Hoje está arrependido e seu grande desejo era pedir desculpas ao velho treinador. Jamais tal encontro foi marcado

Cesar Itiberê/Folha Imagem
Pela Seleção, na Copa Ouro 1995.
Só tinha 22 anos quando o episódio do Pré-Olímpico ocorreu. O gaúcho de Bento Gonçalves plantou a semente dos desacertos que marcaram sua carreira. Parece ter (mal) aproveitado o herói que dá nome a sua cidade e deu início a uma vida de farrapo!

Revelado pelo pequeno Aimoré. Em 1993, aos 20, foi contratado pelo Grêmio e já no ano seguinte, foi campeão da Copa do Brasil. E em 1995, o auge com a conquista da Libertadores. Daí, rapidamente para a Alemanha, onde conquistou a Copa local mas só atuou em 10 partidas. Brigou com o capitão do time, o lateral esquerdo da seleção alemã Andreas Brehme.  O talento dentro de campo foi substituído pela instabilidade emocional. Voltou um ano depois, justamente para o grande rival Internacional. Ficou por 2 anos com algum brilho mas sem destaque e depois passou mais 2 no Palmeiras, onde pareceu recuperar bom futebol ganhando a Copa do Brasil e a Copa Mercosul em 98. E parou por aí.

Indisciplinas e faltas nos treinos, expulsões contínuas, muitas lesões e problemas extra-campo onde chegou a ter prisão decretada por falta de pagamento de pensão alimentícia ao filho, além do alcoolismo que gerou alguns sérios acidentes de trânsito, acabaram transformando-o em um dos grandes ciganos do futebol. Foram 25 transferências, entre times medianos e pequenos no Brasil, Valladolid da Espanha, Universidad de Chile, Santa Fé da Colômbia e Oriente Médio. E em 2004, chegou ao fundo do poço quando, novamente no Grêmio, caiu para a série B do Brasileiro. Encerrou a carreira em 2011, pelo pequeno Imbituba de Santa Catarina, no ostracismo. Perdeu todo o dinheiro ganhou. Bem, não era uma previsão difícil de fazer.

A volta na carreira de Arílson parou exatamente onde começou. É técnico justamente do Aimoré e sonha treinar o Grêmio. É mais um que está no showbol, defendendo seus trocados pelo tricolor gaúcho.

E tudo começou com a maldita fuga portenha... Praga de argentino!

Olha o Arílson aí!

Grêmio - Campeão Taça Libertadores 1995: Arce, Darnlei, Adilson Batista, Dinho, Rivarola e Roger. Jardel, Luis Carlos Goiano, Paulo Nunes, Arilson e Carlos Miguel.

Palmeiras - Campeão Copa do Brasil 1998: Veloso, Agnaldo, Neném, Rogério, Roque Jr, Júnior, Cléber e Marcos. Almir, Pedrinho, Darci, Ozéas, Galeano, Paulo Nunes, Alex, Zinho e Arilson.

Pelo Grêmio, no showbol

2 comentários:

  1. bela matéria, que mostra como alguns jogadores jogam suas carreiras no lixo...

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