"Rei, Rei, Rei, Reinaldo é nosso Rei!"
Música que os pais de meus amigos Alexandre Campos, Carlos Henrique Magalhães, Miriam Paula (todos bebezinhos nesta época!), Fernando Alves (nem era nascido!) e toda a torcida do Atlético Mineiro jamais cansavam de entoar nas arquibancadas do antigo Mineirão para venerar o maior ídolo da história de seu clube! Um grande craque!
"O maior que vi jogar depois de Pelé!". Dito por ninguém menos que Zico, no Programa "Bem Amigos" do Sportv. Exagero ou não, veio de alguém acima de qualquer suspeita!
Depois de Romário, o mais talentoso e genial atacante que eu vi jogar! Dribles curtos, longos, secos, de improviso. Domínio perfeito da bola, sempre escondida dos zagueiros. Faro impressionante de gol! Marcou 255 em 475 jogos pelo Atlético, sendo 157 no Mineirão, o maior artilheiro do estádio até hoje. E vítima cruel da violência em campo! Assista e relembre o gesto característico do braço levantado com os punhos fechados para comemorar o gol!
Debutou no time profissional do Atlético em 1973, com somente 16 anos, vindo de Ponte Nova. Sua baixa estatura e estrutura muscular franzina o deixaram a mercê da violência dos adversários que o fizeram retirar seus meniscos, antes mesmo de completar 18 anos. Não havia artroscopia nesta época. Não tinha amortecimento nos joelhos. Era como se só pudesse parar de correr com a bola, quando chegasse ao gol adversário! E assim mesmo, em 1976, já era titular absoluto aos 19, e foi campeão mineiro com a geração de Cerezzo, Paulo Isidoro, Marcelo Oliveira, Marinho e João Leite. E em 1977, um ano fabuloso, embora não tenha conquistado o brasileiro. A maior média de gols da história da competição: 1,55 por jogo (28 gols em 18 jogos). O Galo chegou invicto à final em jogo único contra o São Paulo. E no Mineirão. Entretanto, Reinaldo não pode jogar. Na 1a.fase, foi expulso mas não julgado. Serginho, maior destaque do São Paulo, foi expulso nas semifinais. Guardaram seu julgamento para junto com o do Chulapa. Os dois foram suspensos e não puderam jogar a final. Era claro que o Almirante Heleno Nunes, presidente da CBD, não gostava de suas declarações socialistas em pleno regime militar. E ainda tinha aquele gesto no gol. O jogo terminou 0x0. Pênalties. Valdir Peres, goleiro do São Paulo que tinha um time apenas razoável, fez a festa. E coube a Joãozinho Paulista, o horrível substituto de Reinaldo, bater o último. A bola foi parar na Lagoa da Pampulha! O Galo foi vice, invicto, com 10 pontos a frente do São Paulo. Absurdos dos regulamentos!
Atlético-MG 77: João Leite, Cerezzo, Vantuir, Márcio, Heleno e Claúdio Mineiro. Marinho, Ângelo, Reinaldo, Paulo Isidoro e Ziza. |
Copa 1978 - Brasil 0 x 0 Espanha - Mar del Plata: Toninho, Leão, Edinho, Amaral, Oscar e Batista. Gil, Zico, Reinaldo, Rivelino e Cerezzo. |
Atlético-MG 80: João Leite, Osmar Guarnelli, Luisinho, Orlando, Cerezzo e Jorge Valença. Pedrinho, Chicão, Reinaldo, Palhinha e Éder. |
Ainda ficou no Atlético até 1985, onde conquistou 8 campeonatos mineiros e alguns torneios internacionais. Neste mesmo ano, chegou a ser convocado algumas vezes por Evaristo de Macedo, sem se destacar. Mesmo aos 28 anos, a debilidade de seus joelhos, após anos de infiltrações, impediam os comandos do cérebro! Rodou por Palmeiras, no rival Cruzeiro, Rio Negro de Manaus, na Suécia e na Holanda, quando parou de jogar aos 31 anos, em 1988. Passou a técnico de equipes do interior de Minas, quando ingressou na política e, infelizmente, na cocaína!
1984 - Brasil 1 x 0 Uruguai - Curitiba: Edson, João Marcos, Oscar, Mozer, Jandir e Vladimir. Tita, Deley, Reinaldo, Arturzinho e Marquinho. |
Reinaldo não conseguiu conquistar títulos nacionais com o Atlético mas está, de fato, na galeria dos grandes jogadores da história do futebol brasileiro! Sua alegria na conquista do titulo da Libertadores deste ano pelo Galo só pode ser comparada a de um ingênuo menino qualquer do interior do estado, que vestia a camisa e levava a bandeira, ambas alvinegras, entrava na "vendinha" da cidade para acompanhar, pela TV, em preto e branco, um jogo no Mineirão, sonhando estar lá, um dia, para cantar junto com a galera:
"Rei Rei Rei, Reinaldo é nosso Rei!"
Encerramos a série "Os Renegados"? Talvez não! Você pode dar sugestões! E nessa primeira leva, um time de peso: Ricardo Pinto, Rondinelli, Paulo Cézar, Neto, Arilson, Djalminha, Mário Sérgio, Marinho, Dé e Reinaldo!
Muito bom o resgate deste monstro de jogador. Lembro que meu pai me levou na decisão de 80. Simplesmente inesquecível. Maior jogo da minha vida!! E o Reynaldo realmente aprontou... Só que do outro lado havia aquele time mágico... Jamais esquecerei!!!!!
ResponderExcluirEu, meu pai e meu irmão tentamos entrar. Não deu não! Vimos o jogo ouvindo a Rádio Globo!!! Eh!Eh! Valeu!
ResponderExcluirSomente uma observação; Romário vem depois, assim como Ronaldo fofômeno, sem nenhum desprestígio a eles. O Rei é acima da 1ª prateleira; com Pelé, Garrincha, Maradona, R10, Cruyff, Messi, Zidane... e vai descendo
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