Terminada a Copa das Confederações, teremos ainda um ano para a Copa do Mundo. E o Campeonato Brasileiro voltará no próximo fim de semana. E os clubes do Rio? Onde jogarão? Mesmo que o Vasco tenha São Januário, onde jogará os clássicos?
O Ex-Maracanã, após consumir mais de 1,2 bilhões de reais (por enquanto), oriundo do nosso imposto, agora está privatizado e entregue ao quase falido Eike Batista, que participa do tal consórcio das empreiteiras amigas do governador Sérgio Fernando Cavendish Cabral Filho. Aliás, todo mundo sabe que o Eike foi o responsável pelo estudo de viabilidade econômica do estádio no seu processo de licitação. Que surpresa ter vencido, não?
O Engenhão, interditado há meses, agora já possui plano de reformas, anunciado hoje pela prefeitura que jura de "pé junto" que não haverá dinheiro público nesta atividade. Será bancado pelas empreiteiras que o construíram na época em que o atual prefeito era secretário de obras de seu padrinho político, o então prefeito César Maia! Só que... Opa! Os valores não foram divulgados, ao contrário do cronograma de obras, cujo término está previsto para dezembro de 2014. Estranho? Pra mim, não! Apenas para lembrar aos distraídos, o estádio precisará passar por obras de ampliação para as provas de atletismo dos Jogos Olímpicos, em 2016. Arquibancadas superiores atrás dos gols serão erguidas para que a capacidade salte dos atuais 45 para 60 mil lugares, mínimo exigido pelo Comitê Olímpico Internacional. Quem que o amigo leitor acha que vai pagar por isso? As empreiteiras?! Hahahahaha! Alô Nuzman! Pode esperar! A sua hora vai chegar! Aumenta seu bolso pro meu imposto entrar!
Já escrevi aqui em "E AÍ...CAIU?" que a interdição do Engenhão foi uma perniciosa jogada política de governador e prefeito para pressionar mais um time do Rio, o Botafogo, a fazer acordos para jogar no novo Maracanã, mesmo que em tempo menor do que Fla-Flu, que devem ser os vencedores do que está previsto na licitação de concessão do estádio: dois clubes associados ao consórcio usarem o estádio por 35 anos.
O fato é que o consórcio do quase falido Eike está jogando muito duro, sobretudo com o Flamengo, na disputa e partilha dos lucros sobre venda de ingressos. Por mais que o Flamengo argumente sobre o tamanho de sua torcida, precisa entender que o preço dos ingressos não será baixo e será parceiro dos vencedores da licitação que não precisarão usar o estádio somente para futebol. Além do mais, os clubes não terão poder de veto ou de qualquer outra tomada de decisão em relação a isso.
Enquanto o imbróglio não se resolve, Flamengo segue jogando na sua excursão "Bye Bye Brasil", Botafogo e Fluminense, no próximo domingo, em Recife. Vasco e Flamengo será no Castelão, em Fortaleza. A missão dos administradores destes "elefantes brancos" será árdua. Em Brasília, um jogo Senado x Câmara daria um bom público de manifestantes no Mané Garrincha e a torcida do Náutico jamais lotará a Arena Pernambuco. Isso sem falar em Cuiabá, Manaus, Natal... Em caráter isolado, Fluminense e Vasco já acertaram o clássico, do próximo dia 21, no Ex-Maracanã. O estádio fará rápidas adaptações para divisão de torcidas e dos sistemas de bilhetes nas roletas. Em tempo: governador e prefeito são torcedores declarados do Vasco!
E, como diz Milton "Que Beleza" Leite, segue o jogo em Macaé, Volta Redonda, Moça Bonita...
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