terça-feira, 23 de julho de 2013

LATERAL A LA DJALMA SANTOS

Atualmente, quando assistimos pela TV qualquer jogador cobrar um lateral no ataque diretamente para dentro da área adversária, como se fosse um escanteio ou uma falta, é normal o narrador soltar a célebre frase: "- A La Djalma Santos!"



Ele não está mentindo. Antes de ser revelado pela Portuguesa, em 1948, Djalma Santos trabalhava numa fábrica e teve a mão direita prensada numa máquina que lhe impedia de fazer certos movimentos. Como a natureza é sábia, seu antebraço direito passou a ter uma força além da conta, transformando esta parte do seu braço em uma alavanca.  Descobriu esse dom por acaso, ao passar a jogar na lateral direita da Lusa, após a contratação de grande meia direita Brandãozinho. Santos, como era conhecido, teve que se deslocar e com Julinho Botelho na ponta-direita, o time do Canindé teve um dos mais fortes setores direitos da história do futebol brasileiro, conquistando o Rio-São Paulo em 1952 e 1955.

Contratado junto com Julinho pelo Palmeiras, o agora Djalma Santos já havia sido titular do Brasil na Copa de 1954 e marcou um dos gols brasileiros na derrota para a Hungria de Puskas, nas quartas de final, por 4x2, em jogo que ficou conhecido como a "Batalha de Berna", na Suíça, após briga generalizada e expulsão do volante Bauer, do São Paulo. Ninguém queria bater o pênalti. Djalma foi "macho". Bateu no cantinho direito do grande goleiro Grosics.

Em 1958, foi reserva de De Sordi, do São Paulo, titular nas 5 partidas que se contundiu para a final contra a Suécia. Djalma entrou e segundo a lenda, foi o grande responsável por acalmar os jogadores quando souberam que não jogariam de amarelo mas de azul. "Calma gente, Dr. Paulo (Machado de Carvalho, chefe da delegação) falou que vamos jogar com o manto de Nossa Senhora Aparecida!".  Em apenas uma partida, foi eleito o melhor lateral direito da Copa. Com vigor físico impressionante e técnica apurada, foi o guarda-costas de Garrincha! Em 1959, foi único brasileiro presente em jogo comemorativo da FIFA! Estávamos muito bem representados.
















Em 1962, titular absoluto do bicampeonato mundial no Chile, fez o cruzamento que originou o terceiro gol do Brasil, de Vavá, na final contra a Tchecoslováquia, vencida por 3x1. O excepcional goleiro Schrojf soltou a bola nos pés do artilheiro. Djalma comenta: "- Dei sorte quando cruzei! O sol atrapalhou o goleiro!" Modesto. Clica aí:

Em 1966, não foi bem como todo o time. Em 1967, passou a camisa 4 da seleção brasileira para Carlos Alberto Torres. A qualidade do craque foi preservada.

Foram 111 jogos pela seleção brasileira, o oitavo jogador brasileiro que mais vestiu a camisa amarela (e azul). Conquistas na Portuguesa e no Palmeiras quando, na década de 60 com Ademir da Guia e Dudu, fez parte da Academia. O Verdão foi o único time em São Paulo capaz de encarar o Santos de Pelé, ganhando 3 campeonatos paulistas e 2 campeonatos brasileiros. Em 1970, Djalma ainda arrumou tempo para ser campeão paranaense pelo Atlético, aos 41 anos.

A "Lenda Viva" da lateral-direita entra definitivamente para a História. A natureza insiste em lembrar que todo ser humano é mortal mas ela não conhece os atalhos da imortalidade dos grandes ídolos do futebol.

Djalma agora é mais um para a "pelada" nos campos de São Pedro! Como tem craque lá...

2 comentários:

  1. Muito bom, como sempre, Osmar.
    Abs. Calil

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  2. Descobri quem é o "unkown"!!!!! Se tiver conta no gmail, torne-se seguidor!!! Abraço!

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