quarta-feira, 2 de julho de 2014

Dia 21: A CRISE DE ABSTINÊNCIA

Como assim? Dois dias sem jogo da Copa? Nem um torneio de consolação? Uma disputa de pênalties?

Eh!Eh! As mesas redondas estão aí mesmo para preencher este "vazio" de Copa. São "especialistas" de todo o mundo prevendo o futuro! Reprises dos melhores momentos, variações táticas, substituições que devem ser efetuadas, jogadores lesionados, o absurdo dos jogos disputados às 13 hs, entrevistas coletivas cujas perguntas e respostas podem ser obtidas com um simples clique na tecla play de qualquer gravador (coisa antiga, né não?), enfim, são pautas que rotineiramente não saem da mídia. Aliás, estava almoçando hoje com o meu filho Pedro, de 9 anos, quando uma entrevista, ao vivo, do Neymar passava na TV. Um repórter fez uma pergunta "daquelas": "Neymar, até onde você espera chegar nesta Copa?". E antes que respondesse, Pedro soltou: "Pô, pai, é claro que ele quer ser campeão!" Bestial, diria Oto Glória!

Aqui vai, então, a "bola de cristal" do Futblog dos Amigos! Será a primeira vez que as quartas-de-final de uma Copa reunirão os 8 vencedores de seus grupos!

França e Alemanha! Um grande clássico com 4 títulos mundiais somados, que já aconteceu 3 vezes nas Copas. Em 1958, vitória francesa por 6x3, na decisão de 3o. lugar e apoteose de Just Fontaine. Em 1982, na semifinal com um jogaço: 1x1 no tempo normal e 3x3 na prorrogação, vitória alemã nos pênalties. E em 1986, repetiram a dose na semifinal, com a vitória da Alemanha por 2x0. Os alemães chegam às semifinais desde 2002. A imprensa alemã tem sido muito crítica com esta geração lançada por Klinsmann em 2006, muito talentosa com Schweinsteiger, Lahm, Podolski, Mertesacker e depois com Neuer, Thomas Müller, Özil e Khedira, mas essencialmente, perdedora. Ganhará agora com Kroos e Goetze? A França, em sua "Copa Sim", parece ter surpreendido seus próprios torcedores e imprensa quando Deschamps não convocou Nasri e perdeu Ribéry por contusão. O meio-campo francês é forte e leve com Cabaye, Matuidi, Pogba e Valbuena. Benzema começou arrebentando e caiu. Hora de se levantar. Difícil prognóstico mas entre um ou outro, fico com a tradicional força alemã.

    

Brasil e Colômbia, em outras condições ou em uma Copa do Mundo disputada em outro país, daria o favoritismo para os pentacampeões, sem pestanejar, neste confronto inédito. Jogar em casa não significa vantagem como em outros países. A torcida brasileira na Copa nunca foi a estádio de futebol. Aliás, não são torcedores, são expectadores padrão FIFA. Talvez o Brasil esteja pagando por não ter disputado eliminatórias, ficado três anos com um técnico que foi mal nas duas competições oficiais que disputou (Copa América em 2011 e Olimpíadas em 2012) e que acabou demitido quando o time demonstrava algum progresso. A geração brasileira é cheia de bons jogadores de defesa e de marcação; antítese de toda a história de nosso futebol, exceto por Neymar, claro! A formação de novos jogadores nos grandes clubes brasileiros é torpe, cheia de empresários e "jabás". A Colômbia tem sua melhor geração desde Higuita, Valderrama, Rincón e Asprilla que, na década de 90, catapultou o futebol no país a níveis jamais atingidos. Ganhou da Argentina, nas eliminatórias em 93, por 5x1, em plena Buenos Aires mas decepcionou na Copa dos EUA. Com Falcão Garcia lesionado, seu substituto, Teo Gutierrez, é apenas esforçado. James Rodriguez é o camisa 10, tem feito excelentes apresentações, é o artilheiro da Copa com 5 gols (com 2 golaços contra Japão e Uruguai) mas o rei começa a subir na barriga, podendo padecer da mesma doença de 94. A Colômbia caiu no grupo da baba mas venceu bem a todos os seus adversários, além do fragilizado Uruguai, sem o vampirão. Pelo coração, dá Brasil. Pelo retrospecto, Colômbia. Mas coração e retrospecto não jogam sozinhos. Pelas estrelas acima do escudo, Brasil (embora as estrelas também não joguem...). Finalizando, o Brasil jamais ganhou Copa do Mundo quando foi favorito.

     

Holanda e Costa Rica será mais um inédito nas Copas. E aqui a "Laranja" é favoritaça-aça-aça! Robben jogando muito, Sneijder apareceu, Van Persie, mesmo sem estar 100%, é sempre Van Persie, Kuyt, Blind e Wijnaldum formam um firme meio-campo, uma vez que De Jong, o lutador de UFC, está fora da Copa por lesão e De Vrij e Vlaar são excelentes zagueiros. É time grande. A Costa Rica entra sem nenhuma responsabilidade e esse poderá ser o seu grande trunfo: o papel de franco-atirador. Ruiz, Campbell e Bolaños são muito bons tecnicamente mas, nas oitavas, não tiveram força física - mesmo que com um jogador a menos - para aguentar a pressão de um time fraco como a Grécia. E será mais um teste de gala para o grande Keylor Navas, o goleiro! Mesmo assim, o carro do Corpo de Bombeiros de San Jose já está de prontidão.

     

Argentina e Bélgica já se enfrentaram duas vezes em Copas do Mundo. Na abertura da Copa de 82, a Bélgica, que vinha de um vice europeu em 80, venceu os então campeões mundiais por 1x0. Nas semifinais de 86, Maradona deu o troco, fazendo os dois gols da vitória por 2x0, um deles, golaço, vencendo o excepcional goleiro Jean-Marie Pfaff. Os hermanos vivem de Messi e, agora, também de Di Maria. Já são dois. E da sorte. Chegamos a três. Higuain ainda não apareceu e Palacio jogou mais em vinte e poucos minutos do que Lavezzi "Mirandinha"  em dois jogos. Time por time, a Bélgica é melhor. Por mais que Howard, o goleiro dos EUA, tenha evitado uma goleada nas oitavas, pela primeira vez na Copa, deu para notar a habilidade e velocidade dos homens de frente da Bélgica. Deixar Hazard preso na ponta-esquerda é um tremendo desperdício, Lukaku é forte e goleador (Origi também), Mertens e Mirallas são muito rápidos e dribladores, Fellaini assusta qualquer um, mesmo que não faça careta, o sósia do Principe Harry, o De Bruyne, é excelente armador, além do sempre regular Courtois no gol. O maior problema é que defendem mal, embora Kompany e Van Buyten sejam bons zagueiros. Como já havia dito no post anterior, tem tudo para acontecer muitos gols.  Será o primeiro grande teste de Messi, Di Maria e seus amigos na Copa. E como ambos jogam na Argentina, leve favoritismo para eles.

     

Nenhum comentário:

Postar um comentário