E de abutres, o futebol está cheio em todo o mundo. Julio Grondona, um deles, morreu ontem, aos 82 anos, dos quais 35 (sim, amigos, 35!), como presidente da AFA (Associação de Futebol Argentino), colocado lá pelo General Jorge Rafael Videla, o mais ferrenho ditador militar da Argentina, um ano após a Copa de 78, que eles compraram, via Peru. De lá pra cá, Grondona concorreu à reeleição (e venceu, claro!) apenas uma vez. Em todas as outras, era sempre aclamado, tipo "nos braços do povo", pelo comitê executivo da AFA. Não existem federações estaduais. E os clubes não têm poder de voto.
Fundou em 1956, o Arsenal de Sarandí, cujo estádio leva o seu nome. Antes da Copa de 78, foi presidente do Independiente. Pelo tempo que ficou na AFA, deveria ter conquistado bem mais do que somente uma Copa do Mundo, em 1986, com ajuda, digamos assim, fundamental de Diego, duas medalhas de ouro nas Olímpiadas de 2004 e 2008 e duas Copas América de 1991 e 1993. Entretanto, o importante mesmo, foi o seu "legado".
Saudades de Diego...dentro do campo! |
Acabou? Não!
Nesses 35 anos, 8 greves de jogadores, 3 de árbitros e 40 casos de doping nas seleções argentinas. E antes de morrer, a "facada" final: conseguiu aumentar o número de clubes da primeira divisão de 20 para 30 (beneficiando o seu Independiente, atualmente na 2a.), com 29 rodadas de fevereiro a dezembro, já em 2015, acabando com a adaptação ao calendário europeu e garantindo uma ou duas rodadas a mais, desde que contemplem partidas como River x Boca ou Racing x Independiente para maior arrecadação, sem nenhum critério técnico! A segunda divisão passará a ter somente 10 clubes mas o sistema de acesso e descenso continua o mesmo, ou seja, média de pontos nos últimos três campeonatos. Assim, os clubes da Segunda irão para o "pega pra capar"! Apenas dois cairão e dois subirão! Gênio, esse Grondona!
Jogadores como Messi, Mascherano e Máxi Rodriguez, lamentaram sua morte, se referindo a Grondona como amigo, dia triste, etc, etc, etc. Sabem de nada, inocentes!
Na América do Sul, outros "abutres" ainda vivem. Um deles, brasileiro e apenas dois anos mais jovem, um tal de Marin, definiu com maestria, a passagem de seu, hmmm, "colega":
"- É uma perda muito grande para o futebol!"
Condolências à família do Futblog dos Amigos!
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