domingo, 13 de julho de 2014

DIA 32: POR MÁRIO FILHO E NÉLSON RODRIGUES. E POR BARBOSA.

Os Deuses do Futebol puniram a soberba, a desorganização, o desleixo, o desmando, a corrupção, a autossuficiência. Usaram de extremo rigor com o ultrapassado futebol jogado pelo Brasil. E com inteira justiça.

O Maracanã já foi o maior estádio do mundo. Teve nos irmãos, o jornalista Mário Filho e o cronista Nélson Rodrigues, duas personagens de notável contribuição para a sua história, o primeiro, para a sua própria construção e o segundo, para a sua transformação artística em principal palco de apresentações do futebol que seria cinco vezes campeão do mundo

Nele, uma das grandes seleções que formamos não ganhou uma Copa por inúmeros problemas de todos os níveis mas a imprensa esportiva da época conseguiu atravessar gerações, durante 64 anos, colocando na cabeça de todo o mundo que a culpa daquela derrota foi a tal falha do goleiro Barbosa. Hipócritas. Relembre aqui o início da série "Pena! Não Ganharam!": BRASIL 1950: O MARACANAZO



Foi preciso a Copa voltar para cá para que o excelente Barbosa finalmente tivesse paz de espírito. Infelizmente, da pior maneira possível. Todavia, se ainda estivesse entre nós, poderia soltar aquele suspiro de alívio. Embora a maioria de nossa imprensa esportiva oportunista tenha elegido algumas cabeças para a vergonha brasileira de 2014, Barbosa foi redimido, involuntariamente, por toda a CBF.

E será no Maracanã, diferente, novo, moderno mas sobretudo, bem menor e superfaturado em sua reforma, que Alemanha e Argentina decidirão a vigésima Copa do Mundo da história.

Merecidos? Não há como dizer que não. A Alemanha fez melhor campanha, invicta, tem um time repleto de excelentes e bem formados jogadores, deu lições de futebol também fora do campo (e continua dando, ao doar verba para reforma de escolas e à reserva dos índios pataxós onde estiveram na Bahia), usa o marketing como acessório, não como objetivo principal e aplicou a maior goleada da Copa e uma das maiores na história das Copas sobre o outrora melhor futebol do mundo. A Argentina também está invicta mas com campanha contra adversários mais fracos, que lhe proporcionaram extrema dificuldade em superar, ajudados pela sorte e pelo gênio de um jogador fora de série que aparece pouco mas na hora e no lugar certos.

Nossa rivalidade com os argentinos faz com que os jogadores de sua seleção dêem aulas de presunção e falta de respeito ao responderem com ironia e deboche às perguntas de entrevistas coletivas e celebrarem vitória em vestiário, cantando músicas, como se fossem torcedores, ofensivas ao Brasil. Lamentável.

Será o sétimo confronto na História das Copas e o terceiro em finais. A vantagem é da Alemanha. Em 1958, na fase de grupos, vitória alemã por 3x1. Em 1966, também na fase de grupos, empate em 0x0. Na final de 1986, Maradona comandou a final, vencida pela Argentina por 3x2. Em 1990, o troco alemão: 1x0 na Final. Em 2006, nas quartas, o empate de 1x1 levou a disputa para os pênalties, quando os alemães, em casa, venceram. E em 2010, novamente nas quartas, show e goleada da Alemanha: 4x0.

Que o Maracanã nos ofereça um grande espetáculo logo mais (Deuscthland!!! Deuschtland!!!).

Lá de cima, os irmãos Mário Filho e Nelson Rodrigues aplaudirão! Assim como Barbosa!

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