DIA 28: - "HOLA NARANJA! VAMOS LUEGO A LOS PENALES?"...

 - "NU ALS SLECHTS"
 - "PERO NO ME PONGA LA BESTIA DE LA FORTALEZA"
 - "Oke. VOLGENS"

Imagino que este possa ter sido o diálogo entre os técnicos de Argentina e Holanda ao se cumprimentarem, quando se encontraram antes do jogo no PTzão, ou Lulão, ou Impressorão, em São Paulo. Não entendeu? Traduzindo...

 - "Oi, Laranja! Vamos logo aos pênalties?"
 - "Só se for agora!"
 - "Mas não coloque a Besta da Fortaleza!"
 - "Tudo bem. De acordo!"

Um diálogo como esse poderia perfeitamente justificar o péssimo jogo que argentinos e holandeses nos proporcionaram em 120 minutos. Como bem afirmou meu amigo tricolor Ênio Lopes, parecia que os times não queriam passar pela vergonha brasileira de ontem. Parece que Alejandro Sabella é quem mais temia por isso. Sem Di Maria, optou por Perez, que já o havia substituído contra a Bélgica, bom jogador mas sem nenhum poder de conclusão como o titular, e recuou ainda mais o Mascherano para jogar entre os seus sofríveis zagueiros. Mascherano salvou seu time da derrota no último minuto ao travar chute de Robben na pequena área. Mascherano foi o melhor jogador em campo, corrigindo, com disposição e senso de cobertura incomuns, todas as gritantes deficiências técnicas dos fracos Demichelis e Garay. Os laterais Zabaleta e Rojo não passaram da linha que divide os campos. A Holanda ficou mais com a bola mas o bloqueio argentino, comandado por Mascherano, me lembrou os ônibus que o José Mourinho costuma estacionar na frente do seu gol.

Messi e Sneijder se reencontram 8 anos depois. O resultado foi o mesmo. O futebol ruim, também.

Messi bateu uma falta com perigo, bem defendida por Cilessen, e fez uma boa jogada pela direita, já na prorrogação, que Maxi Rodriguez desperdiçou. Só. A marcação sobre "La Pulga" (leal, típica europeia) de Vlaar e De Vrij foi exemplar. Higuain teve uma boa chance. Só. Sneijder, Kuyt, Wijnaldum viravam o jogo de um lado pro outro. Só. Van Persie, nulo. Robben, apenas um chute e o lance com o Mascherano. Só. Um jogo muito pobre que marcou a primeira semifinal de Copa terminada em 0x0.

Robben se desespera no último minuto. Mascherano, perfeito.

Louis Van Gaal, que vai assumir o Manchester United ainda neste mês, não quis repetir a dose com o goleiro Krul, a Besta da Fortaleza Laranja. Poderia ser mais do mesmo, pode ter pensado. Pelo jeito, não é técnico que se utiliza do velho clichê do mundo corporativo em que o "sucesso do passado não garante o futuro". Dessa vez, era necessário prestigiar o titular, o bom e tranquilo Cilessen. Embora não demonstrasse em entrevista coletiva após a vitória nos pênalties contra a Costa Rica, era evidente que o titular não ficou satisfeito em ser preterido. Os goleiros, e não os batedores, são sempre os protagonistas em uma disputa de pênalties. Ao se considerar que 10 cobranças podem ser efetuadas, eles aparecerão 5 vezes cada, na tela da TV. Exceto pela trave ou a linha de fundo, eles é que determinarão quem vencerá.

Romero pega o segundo pênalti do "carrasco brasileiro" Sneijder.

Meu caro Van Gaal, cá entre nós, sem que ninguém nos ouça! Falarei baixinho! A Besta pegaria aquele último, tá?

Até domingo, coitado de mim em Copacabana...