O adversário era a Espanha, campeã de tudo, um excepcional time de futebol e favorito, sim senhor, para ganhar a única competição que lhe faltava.
Um minuto de jogo. O tresloucado David Luiz acerta um inacreditável lançamento de dezenas de metros na esquerda do seu campo de defesa para a direita do seu ataque. A bola cai no peito do Incrível Hulk que, ao enfeitar a jogada com uma desnecessária "letra", já perdia o domínio, quando Oscar recupera o lance e devolve a bola para o "bundudo" Vingador. O cruzamento para a área não é perfeito. Fred se mete no meio da zaga espanhola que se atrapalha, ele cai, Casillas sai do gol para abafar mas, do nada, surge o pé direito do atacante que, num movimento surreal, alcança a bola, que vai pro fundo das redes com uma violência tal que parecia que havia sido chutada por alguém que estava em pé! Impressionante!
Fizemos o primeiro gol e os comentaristas e espertalhões de plantão logo soltam: "Foi fundamental fazer o primeiro gol no início do jogo, senão a história seria outra!" É. Só que nas cinco partidas do torneio, o Brasil fez o primeiro gol antes dos cinco minutos em três delas. Não foi coincidência.
A disposição e a vontade como a seleção brasileira jogou esta competição foram, sem dúvida, suas maiores virtudes, impulsionando algumas excelentes atuações individuais. É certo que nenhum técnico pode montar um time em 5 jogos para disputar torneio oficial, embora Felipão não tenha iniciado do zero pois o Mano já havia convocado 80% destes jogadores. Ainda não temos meio-de-campo, embora Paulinho seja absoluto. Oscar pode (e precisa) jogar mais. Hoje, Luiz Gustavo foi até bem mas com a bola no pé, é sofrível. Seu técnico no Bayern Munich sabia disso. É reserva lá. E o Incrível Hulk até é um bom jogador e cumpriu bem sua função de fechar o setor direito mas o Hernanes pode dar mais toque de bola e cadência para o setor. A defesa (mesmo com o mediano Dani Alves e o tresloucado David Luiz) foi bem. Julio Cesar, Thiago Silva, Marcelo, Fred e Neymar são titulares incontestáveis.
Por enquanto, foi somente a Copa das Confederações que, pela primeira vez, contou com 4 campeões do mundo, apesar do Taiti. Um bom ensaio e um tabu para ser quebrado: o campeão desta competição nunca venceu a Copa do Mundo seguinte. Temos condições para ganhar no campo, mesmo sabendo que Dona FIFA sempre possui meios de ajudar anfitriões com dificuldades a chegar lá, mas precisamos atentar que:
- Até o início da Copa, daqui a um ano, continuaremos sem disputar partidas oficiais, enquanto as outras seleções estarão na reta final das eliminatórias até o fim deste ano;
- A Alemanha não veio agora. Estará aqui no ano que vem. Özil, Khedira, Götze, Mueller, Kroos, Lahm, Schweinsteiger, Podolski... BLITZKRIEG!
- A Argentina também não veio. Ou seja, Messi não veio.
- Espanha continua favoritíssima. E ainda acabou de ser campeã europeia Sub-21. Será reforçada por Isco e Thiago Alcântara (filho do tetracampeão Mazinho). Dois craques de bola.
- A Itália com uma velha nova filosofia: o jogo ofensivo!
- Holanda sempre. Colômbia bem. E a nova sensação da Europa: Bélgica, do craque Hazard, do Chelsea.
- França e Inglaterra: zebras!
E que o mundo do futebol saiba a partir de agora: O "Gigante" acordou! E não foi pelos 20 centavos!
P.S.: Um show de narração de Milton "que beleza" Leite no Sportv! Assista!